Domingos Soares mostra as marcas dos ferimentos depois
de ter tido alta
Coimbra:
Disparos à queima-roupa e com armas de guerra em discussão por causa de
dívida de 150 euros
Terror e cinco feridos a
tiro em casamento
"Isto foi mesmo para matar. Uma coisa de
assassinos", recorda ao CM Domingos Soares, uma das cinco pessoas, entre
as quais, duas crianças, 12 e 15 anos, que ficaram gravemente feridas
na madrugada de ontem, em Coimbra, ao serem atingidas a tiro à
queima-roupa, "com armas de calibre de guerra", durante um casamento
numa quinta em Geria.
Já no sábado, na
estrada de Eiras, uma rixa entre convidados da mesma festa causou um
ferido grave, vítima de esfaqueamento.
As
crianças envolvidas no tiroteio foram operadas de urgência no Hospital
Pediátrico e estão livres de perigo, assim como os outros três feridos. A
mais nova, Mickael Soares, foi atingida com cinco tiros. "Dois
acertaram-lhe no peito, dois no braço e um na barriga", disse ao CM o
seu pai, Domingos, também ferido e o primeiro a ter alta hospitalar,
adiantando que a outra criança, Artur Tana, foi alvejada no peito.
Tudo aconteceu na madrugada de ontem, pelas 3h30. Algo
correu mal durante uma festa de casamento de elementos de etnia cigana,
numa quinta particular nos arredores da cidade. "Estávamos numa
brincadeira e, por causa de 150 euros de uma dívida de um carro, houve
um desentendimento", explicou ao CM Domingos Soares, garantindo que "ao
todo foram disparados 14 tiros" e utilizadas "pelo menos três armas".
Uma delas, um revólver, está na posse da Judiciária de Coimbra, que está
a investigar as circunstâncias em que ocorreram as duas situações – com
homicídios tentados – e, ontem, ainda não tinha sido feita qualquer
detenção.
Segundo Domingos Soares, três das
vítimas estavam no interior de uma carrinha e as outras duas junto a um
carro, quando ocorreram os disparos. Domingos foi atingido com três
tiros, no peito, nas costas e num braço. As outras vítimas adultas são
David Sousa, 22 anos, alvejado no abdómen e nas costas, e Tavares, 40,
também baleado. "Íamos a entrar para o carro quando fizeram os
disparos", explicou.
BODA DE DOIS DIAS
CONTINUAVA NORMALMENTE
Na manhã de ontem,
os preparativos para o segundo dia do casamento decorriam com
normalidade na Quinta das Janelas, na Geria. Responsáveis pela
organização do evento garantiram ao CM que a boda não tinha sido
cancelada e que os trabalhos de preparação da festa decorriam com toda a
normalidade. O ambiente era calmo e, pelas 11h30, nenhum convidado
estava presente no recinto onde iria continuar a decorrer a festa. Os
responsáveis pela quinta adiantaram que "nada podem apontar aos
convidados". "A festa, dentro da quinta, decorreu com a maior
normalidade e nós não temos nada a apontar às pessoas que aqui estiveram
presentes", explicaram.
TENTOU RECUSAR
ASSISTÊNCIA PARA SE VINGAR
A chegada dos
cinco feridos do tiroteio à Urgência do hospital causou enorme confusão,
já que um deles começou por recusar ser assistido por querer ir atrás
dos atacantes. "O homem estava cheio de sangue mas não queria entrar
para ser tratado, só falava em vingança", disse ao CM uma fonte
policial. A PSP reforçou o efectivo com as equipas de intervenção rápida
e elementos do Corpo de Intervenção do Comando do Porto. Os familiares
dos feridos concentraram--se à entrada da Urgência, aguardando por
informações da equipa médica, e a tensão manteve-se ao longo de várias
horas. Só de manhã foi retomada a normalidade.
"SÓ
VIA SANGUE A JORRAR"
"São uns selvagens.
Fazerem isto e ainda por cima com duas crianças envolvidas", lamentava
Domingos Soares à saída das Urgências dos HUC. "Vinha a sair do
casamento e dispararam à queima--roupa. Levei três tiros com armas de
nove milímetros, uma das balas passou-me de um lado ao outro e só via
sangue a jorrar", referiu a vítima do tiroteio, adiantando que a
agressão foi "por causa de um carro e de 150 euros, como se isso fosse
razão para se tomar uma atitude destas". Após receber tratamento
hospitalar, Domingos Soares deslocou-se à Judiciária de Coimbra,
acompanhado de alguns familiares, para prestar declarações. As duas
crianças, após as operações, ficaram internadas. "A operação aos miúdos
decorreu bem. Os médicos retiraram as balas e eles estão a descansar e a
recuperar de tudo o que lhes aconteceu", explicou ao CM um elemento da
família.
PORMENORES
ATIRADORES
As vítimas, todas
oriundas do Norte do País, atribuem os disparos a elementos de uma
conhecida família cigana da cidade de Coimbra. Segundo o seu relato, as
armas utilizadas nos disparos tinham calibre nove milímetros.
PERÍCIAS
As vítimas deslocaram-se
para as urgências do hospital numa carrinha que apresentava várias
perfurações, em resultado dos disparos. A viatura, de marca Citroën,
modelo Jumpy, foi apreendida pela PJ para a realização de perícias
técnicas.
OBSERVAÇÃOO homem
ferido com uma faca, no sábado à noite, numa rixa na estrada de Eiras,
continuava ontem em observação no Hospital. A agressão ocorreu perto das
instalações do Instituto Nacional de Emergência Médic
de ter tido alta
Coimbra:
Disparos à queima-roupa e com armas de guerra em discussão por causa de
dívida de 150 euros
Terror e cinco feridos a
tiro em casamento
"Isto foi mesmo para matar. Uma coisa de
assassinos", recorda ao CM Domingos Soares, uma das cinco pessoas, entre
as quais, duas crianças, 12 e 15 anos, que ficaram gravemente feridas
na madrugada de ontem, em Coimbra, ao serem atingidas a tiro à
queima-roupa, "com armas de calibre de guerra", durante um casamento
numa quinta em Geria.
Já no sábado, na
estrada de Eiras, uma rixa entre convidados da mesma festa causou um
ferido grave, vítima de esfaqueamento.
As
crianças envolvidas no tiroteio foram operadas de urgência no Hospital
Pediátrico e estão livres de perigo, assim como os outros três feridos. A
mais nova, Mickael Soares, foi atingida com cinco tiros. "Dois
acertaram-lhe no peito, dois no braço e um na barriga", disse ao CM o
seu pai, Domingos, também ferido e o primeiro a ter alta hospitalar,
adiantando que a outra criança, Artur Tana, foi alvejada no peito.
Tudo aconteceu na madrugada de ontem, pelas 3h30. Algo
correu mal durante uma festa de casamento de elementos de etnia cigana,
numa quinta particular nos arredores da cidade. "Estávamos numa
brincadeira e, por causa de 150 euros de uma dívida de um carro, houve
um desentendimento", explicou ao CM Domingos Soares, garantindo que "ao
todo foram disparados 14 tiros" e utilizadas "pelo menos três armas".
Uma delas, um revólver, está na posse da Judiciária de Coimbra, que está
a investigar as circunstâncias em que ocorreram as duas situações – com
homicídios tentados – e, ontem, ainda não tinha sido feita qualquer
detenção.
Segundo Domingos Soares, três das
vítimas estavam no interior de uma carrinha e as outras duas junto a um
carro, quando ocorreram os disparos. Domingos foi atingido com três
tiros, no peito, nas costas e num braço. As outras vítimas adultas são
David Sousa, 22 anos, alvejado no abdómen e nas costas, e Tavares, 40,
também baleado. "Íamos a entrar para o carro quando fizeram os
disparos", explicou.
BODA DE DOIS DIAS
CONTINUAVA NORMALMENTE
Na manhã de ontem,
os preparativos para o segundo dia do casamento decorriam com
normalidade na Quinta das Janelas, na Geria. Responsáveis pela
organização do evento garantiram ao CM que a boda não tinha sido
cancelada e que os trabalhos de preparação da festa decorriam com toda a
normalidade. O ambiente era calmo e, pelas 11h30, nenhum convidado
estava presente no recinto onde iria continuar a decorrer a festa. Os
responsáveis pela quinta adiantaram que "nada podem apontar aos
convidados". "A festa, dentro da quinta, decorreu com a maior
normalidade e nós não temos nada a apontar às pessoas que aqui estiveram
presentes", explicaram.
TENTOU RECUSAR
ASSISTÊNCIA PARA SE VINGAR
A chegada dos
cinco feridos do tiroteio à Urgência do hospital causou enorme confusão,
já que um deles começou por recusar ser assistido por querer ir atrás
dos atacantes. "O homem estava cheio de sangue mas não queria entrar
para ser tratado, só falava em vingança", disse ao CM uma fonte
policial. A PSP reforçou o efectivo com as equipas de intervenção rápida
e elementos do Corpo de Intervenção do Comando do Porto. Os familiares
dos feridos concentraram--se à entrada da Urgência, aguardando por
informações da equipa médica, e a tensão manteve-se ao longo de várias
horas. Só de manhã foi retomada a normalidade.
"SÓ
VIA SANGUE A JORRAR"
"São uns selvagens.
Fazerem isto e ainda por cima com duas crianças envolvidas", lamentava
Domingos Soares à saída das Urgências dos HUC. "Vinha a sair do
casamento e dispararam à queima--roupa. Levei três tiros com armas de
nove milímetros, uma das balas passou-me de um lado ao outro e só via
sangue a jorrar", referiu a vítima do tiroteio, adiantando que a
agressão foi "por causa de um carro e de 150 euros, como se isso fosse
razão para se tomar uma atitude destas". Após receber tratamento
hospitalar, Domingos Soares deslocou-se à Judiciária de Coimbra,
acompanhado de alguns familiares, para prestar declarações. As duas
crianças, após as operações, ficaram internadas. "A operação aos miúdos
decorreu bem. Os médicos retiraram as balas e eles estão a descansar e a
recuperar de tudo o que lhes aconteceu", explicou ao CM um elemento da
família.
PORMENORES
ATIRADORES
As vítimas, todas
oriundas do Norte do País, atribuem os disparos a elementos de uma
conhecida família cigana da cidade de Coimbra. Segundo o seu relato, as
armas utilizadas nos disparos tinham calibre nove milímetros.
PERÍCIAS
As vítimas deslocaram-se
para as urgências do hospital numa carrinha que apresentava várias
perfurações, em resultado dos disparos. A viatura, de marca Citroën,
modelo Jumpy, foi apreendida pela PJ para a realização de perícias
técnicas.
OBSERVAÇÃOO homem
ferido com uma faca, no sábado à noite, numa rixa na estrada de Eiras,
continuava ontem em observação no Hospital. A agressão ocorreu perto das
instalações do Instituto Nacional de Emergência Médic