Assaltantes armados estão a atacar
à sexta-feira. Há comerciantes a pedir seguro para casos de roubo
As sextas-feiras estão a tornar-se dias críticos para os
estabelecimentos que registam apostas de jogos, entre os quais o
Euromilhões. Em Gondomar, houve três assaltos armados em três semanas
consecutivas. Forças policiais estão a reforçar o patrulhamento.O
fenómeno não é novo, mas está gerar maior alarme com a última sucessão
de casos no Grande Porto. Desde o passado dia 26 de Março, uma
papelaria, uma confeitaria e um minimercado, em diferentes freguesias do
concelho de Gondomar, estiveram na mira de assaltantes que deixaram bem
claro as suas intenções: as receitas do concurso milionário."Eram
19.20 horas e estava com três clientes. Entrou um encapuzado e a seguir
outro, sempre com a arma apontada na minha direcção. Um deles foi à
caixa registadora e perguntou também pela caixa da máquina (terminal dos
registos dos jogos), que nós até nem usamos, porque guardamos o
dinheiro noutro lado", descreveu José Castro, proprietário da papelaria
S. José, em Rio Tinto, Gondomar, e o primeiro visado da recente vaga. Os
ladrões conseguiram apropriar-se de mais de 2000 euros e, à saída do
estabelecimento, efectuaram um disparo para o ar.Como acontece
nestes casos, José Castro teve de repor o montante roubado para entregar
à Santa Casa da Misericórdia (SCM), responsável pela gestão dos jogos
sociais. "Tenho um seguro próprio, mas não cobre tudo. O ideal seria a
Santa Casa ter um seguro específico para estas situações, que podem
acontecer a qualquer um", afirmou, lembrando que há quatro anos e meio a
papelaria já tinha sido alvo de uma investida semelhante. À hora
do fechoAs ocorrências das semanas seguintes, na confeitaria
Doce Miragem, em Fânzeres, e no minimercado Carnel, em S. Pedro da Cova,
revelaram um método idêntico. Em grupos de dois a quatro, os ladrões,
encapuzados, desferiram os ataques pouco depois da hora de encerramento
das apostas (19 horas) e escolheram as sextas-feiras por ser o dia de
maior afluência de jogadores. Indiferentes à presença de clientes,
irromperam nos estabelecimentos de armas em punho.Ângelo
Fernandes, responsável pelo Café Fernandes, em Fânzeres, também mediador
da SCM, admite que está em alerta. Até porque já foi vítima de uma
tentativa de roubo há alguns anos... numa sexta-feira, dia 13. "Eles têm
andado na nossa área e amanhã (hoje) tenho que me pôr de prevenção. Já
tenho cuidado em não deixar dinheiro à mão de semear e faço depósitos
durante a semana", frisou. O comerciante concorda que a implementação de
um "seguro colectivo" seria uma boa solução. "Vamos lutando pela vida
com o coração nas mãos...", diz.Segundo o JN apurou, as
autoridades têm suspeitas de que os assaltos tenham sido cometidos pelo
mesmo gangue, que é associado a outros crimes, como "carjacking" e
incursões em postos dos CTT, no Norte. Face à tendência que se vem
cimentando nas últimas semanas, fontes policiais confirmaram, ao JN, o
reforço do patrulhamento em zonas de risco mais elevado.Fonte da
SCM rejeitou a existência de uma "vaga de assaltos", argumentando que
"está por demonstrar que os casos ocorridos tenham a ver com o facto de
os estabelecimentos serem nossos mediadores". Por outro lado, salientou
que cabe aos próprios comerciantes tomar as necessárias medidas de
prevenção. Regra geral, a instituição aconselha os agentes a manter o
mínimo dinheiro possível nas caixas.
à sexta-feira. Há comerciantes a pedir seguro para casos de roubo
As sextas-feiras estão a tornar-se dias críticos para os
estabelecimentos que registam apostas de jogos, entre os quais o
Euromilhões. Em Gondomar, houve três assaltos armados em três semanas
consecutivas. Forças policiais estão a reforçar o patrulhamento.O
fenómeno não é novo, mas está gerar maior alarme com a última sucessão
de casos no Grande Porto. Desde o passado dia 26 de Março, uma
papelaria, uma confeitaria e um minimercado, em diferentes freguesias do
concelho de Gondomar, estiveram na mira de assaltantes que deixaram bem
claro as suas intenções: as receitas do concurso milionário."Eram
19.20 horas e estava com três clientes. Entrou um encapuzado e a seguir
outro, sempre com a arma apontada na minha direcção. Um deles foi à
caixa registadora e perguntou também pela caixa da máquina (terminal dos
registos dos jogos), que nós até nem usamos, porque guardamos o
dinheiro noutro lado", descreveu José Castro, proprietário da papelaria
S. José, em Rio Tinto, Gondomar, e o primeiro visado da recente vaga. Os
ladrões conseguiram apropriar-se de mais de 2000 euros e, à saída do
estabelecimento, efectuaram um disparo para o ar.Como acontece
nestes casos, José Castro teve de repor o montante roubado para entregar
à Santa Casa da Misericórdia (SCM), responsável pela gestão dos jogos
sociais. "Tenho um seguro próprio, mas não cobre tudo. O ideal seria a
Santa Casa ter um seguro específico para estas situações, que podem
acontecer a qualquer um", afirmou, lembrando que há quatro anos e meio a
papelaria já tinha sido alvo de uma investida semelhante. À hora
do fechoAs ocorrências das semanas seguintes, na confeitaria
Doce Miragem, em Fânzeres, e no minimercado Carnel, em S. Pedro da Cova,
revelaram um método idêntico. Em grupos de dois a quatro, os ladrões,
encapuzados, desferiram os ataques pouco depois da hora de encerramento
das apostas (19 horas) e escolheram as sextas-feiras por ser o dia de
maior afluência de jogadores. Indiferentes à presença de clientes,
irromperam nos estabelecimentos de armas em punho.Ângelo
Fernandes, responsável pelo Café Fernandes, em Fânzeres, também mediador
da SCM, admite que está em alerta. Até porque já foi vítima de uma
tentativa de roubo há alguns anos... numa sexta-feira, dia 13. "Eles têm
andado na nossa área e amanhã (hoje) tenho que me pôr de prevenção. Já
tenho cuidado em não deixar dinheiro à mão de semear e faço depósitos
durante a semana", frisou. O comerciante concorda que a implementação de
um "seguro colectivo" seria uma boa solução. "Vamos lutando pela vida
com o coração nas mãos...", diz.Segundo o JN apurou, as
autoridades têm suspeitas de que os assaltos tenham sido cometidos pelo
mesmo gangue, que é associado a outros crimes, como "carjacking" e
incursões em postos dos CTT, no Norte. Face à tendência que se vem
cimentando nas últimas semanas, fontes policiais confirmaram, ao JN, o
reforço do patrulhamento em zonas de risco mais elevado.Fonte da
SCM rejeitou a existência de uma "vaga de assaltos", argumentando que
"está por demonstrar que os casos ocorridos tenham a ver com o facto de
os estabelecimentos serem nossos mediadores". Por outro lado, salientou
que cabe aos próprios comerciantes tomar as necessárias medidas de
prevenção. Regra geral, a instituição aconselha os agentes a manter o
mínimo dinheiro possível nas caixas.