A Cruzada de Bem Fazer de Campanhã criou, faz hoje
um ano, a "Sopa da Cruzada". Actualmente, atende, em média, 80
carenciados daquela freguesia do Porto. Já ofereceu 15 mil sopas e
pretende alargar o projecto para atender mais pessoas necessitadas. Aos
48 anos, Manuela Barradas tem uma grande família às costas: o marido,
quatro filhos, duas noras e dois netos vivem com ela em Campanhã, numa
casa pequena, tão pequena como o sustento. Ninguém naquela casa tem
emprego. O marido é doente e os filhos com idades entre os 13 e os 19
ainda estudam, sendo que um está a fazer um curso de formação do Centro
de Emprego. Manuela e família moravam no bairrode João de Deus,
demolido pela Câmara há dois anos. Hoje, tem de pagar água, luz e uma
renda 60 vezes superior aos dois euros que pagava pela habitação naquele
bairro. Recebe um rendimento mínimo de 673 euros para sustentar nove
bocas: "Não chega". Pediu ajuda ao "Coração da Cidade" e, em troca de
alimentos, faz 32 horas de trabalho comunitário por semana. Tornou-se,
assim, voluntária e cliente da "Sopa da Cruzada" organizada pela Cruzada
de Bem Fazer de Campanhã." Começamos a perceber que havia
pessoas na zona que, apesar de receberem apoio domiciliário, à noite
ficavam entregues a elas próprias", diz António Campos presidente da
Cruzada. Perante isso, a ideia inicial foi prestar ajuda a idosos sós
que precisavam de auxílio, mas, à medida que a lista de inscritos ia
aumentando, a associação percebeu que existiam mais famílias sem ter o
que comer. A "Sopa da cruzada" é de inteira responsabilidade dos
voluntários. Apenas recebem ajuda da Junta de Campanhã,
quedisponibilizou o espaço do Centro Social para servirem a sopa e
contribui com alimentos provenientes do Banco Alimentar Contra a fome. Faz
hoje um ano que a Cruzada de Bem Fazer "meteu mãos à obra": dá 80 sopas
por dia, 15 mil num ano, servem todos os dias excepto domingos e alguns
feriados por "sugestão dos clientes". Na cozinha conta com
voluntários que não têm descanso. "Fazemos o que é preciso fazer,
trabalhamos como uma equipa e às 19 horas a sopa está pronta a servir"
diz Clara Simões, voluntária da Cruzada. A mais velha e o mais
novoSão entre 15 a 20 voluntários , escolhem os dias "que dão
mais jeito" para participar. D. Milinha, a mais velha, tem 74 anos todos
os dias faz a "Sopa de Cruzada" tal como o filho Mário Cardoso e o
neto, Diogo, com 14 anos, o elemento mais novo do grupo. Para
além da "Sopa da Cruzada" a Cruzada de Bem Fazer de Campanhã faz uma
valência do Programa de Apoio Alimentar a Carenciados e é o
correspondente da AMI na freguesia. Ao todo atende 130 famílias (cerca
de 400 pessoas) e pretende apresentar o projecto a Segurança Social para
poder atender mais famílias no limite da pobreza.
um ano, a "Sopa da Cruzada". Actualmente, atende, em média, 80
carenciados daquela freguesia do Porto. Já ofereceu 15 mil sopas e
pretende alargar o projecto para atender mais pessoas necessitadas. Aos
48 anos, Manuela Barradas tem uma grande família às costas: o marido,
quatro filhos, duas noras e dois netos vivem com ela em Campanhã, numa
casa pequena, tão pequena como o sustento. Ninguém naquela casa tem
emprego. O marido é doente e os filhos com idades entre os 13 e os 19
ainda estudam, sendo que um está a fazer um curso de formação do Centro
de Emprego. Manuela e família moravam no bairrode João de Deus,
demolido pela Câmara há dois anos. Hoje, tem de pagar água, luz e uma
renda 60 vezes superior aos dois euros que pagava pela habitação naquele
bairro. Recebe um rendimento mínimo de 673 euros para sustentar nove
bocas: "Não chega". Pediu ajuda ao "Coração da Cidade" e, em troca de
alimentos, faz 32 horas de trabalho comunitário por semana. Tornou-se,
assim, voluntária e cliente da "Sopa da Cruzada" organizada pela Cruzada
de Bem Fazer de Campanhã." Começamos a perceber que havia
pessoas na zona que, apesar de receberem apoio domiciliário, à noite
ficavam entregues a elas próprias", diz António Campos presidente da
Cruzada. Perante isso, a ideia inicial foi prestar ajuda a idosos sós
que precisavam de auxílio, mas, à medida que a lista de inscritos ia
aumentando, a associação percebeu que existiam mais famílias sem ter o
que comer. A "Sopa da cruzada" é de inteira responsabilidade dos
voluntários. Apenas recebem ajuda da Junta de Campanhã,
quedisponibilizou o espaço do Centro Social para servirem a sopa e
contribui com alimentos provenientes do Banco Alimentar Contra a fome. Faz
hoje um ano que a Cruzada de Bem Fazer "meteu mãos à obra": dá 80 sopas
por dia, 15 mil num ano, servem todos os dias excepto domingos e alguns
feriados por "sugestão dos clientes". Na cozinha conta com
voluntários que não têm descanso. "Fazemos o que é preciso fazer,
trabalhamos como uma equipa e às 19 horas a sopa está pronta a servir"
diz Clara Simões, voluntária da Cruzada. A mais velha e o mais
novoSão entre 15 a 20 voluntários , escolhem os dias "que dão
mais jeito" para participar. D. Milinha, a mais velha, tem 74 anos todos
os dias faz a "Sopa de Cruzada" tal como o filho Mário Cardoso e o
neto, Diogo, com 14 anos, o elemento mais novo do grupo. Para
além da "Sopa da Cruzada" a Cruzada de Bem Fazer de Campanhã faz uma
valência do Programa de Apoio Alimentar a Carenciados e é o
correspondente da AMI na freguesia. Ao todo atende 130 famílias (cerca
de 400 pessoas) e pretende apresentar o projecto a Segurança Social para
poder atender mais famílias no limite da pobreza.