Norte é a região
mais afectada. Furtados 402 mil euros em óculos em 2009.Começa
a Primavera, aumentam os assaltos às ópticas. Esta invulgar ligação
entre o calor, os óculos e os furtos tem afectado mais os comerciantes
do Norte. No ano passado, em 44 assaltos foram furtados 402 mil euros em
óculos. Um casal é suspeito dos últimos furtos.A estatística só
vem dar consistência ao que um comerciante viu nas câmaras de
videovigilância instaladas na sua óptica. Em apenas três minutos, dois
indivíduos encapuzados conseguiram encher um saco, parecido com os do
IKEA, com cerca de 400 óculos. Os ladrões são lestos a levar só o que
querem."Eram altamente profissionais. Furtavam com uma rapidez
impressionante", diz Rui Correia, proprietário da Óptica Actual, em
Algés, e presidente da Associação Nacional dos Ópticos (ANO), admitindo
que os assaltantes costumam agir rápido e durante a noite.Para
tentar combater os assaltos, cuja intensidade se tornou preocupante a
partir de 2008 e é mais frequente com a chegada do calor, Rui Correia
diz que a sua associação distribui um documento pelos seus cerca de mil
associados (haverá 1700 ópticas em Portugal) que ele preenche quando há
algum assalto. A preocupação, diz, é sistematizar um fenómeno que muito
os preocupa para tentar arranjar medidas preventivas. A ideia nasceu em
2008 e teve os seus frutos."Há dois anos, a situação foi tão
terrível - chegamos a ter duas a três ópticas assaltadas por semana -
que fizemos um levantamento das que foram assaltadas e enviamos uma
carta, ao ministro da Administração Interna, Rui Pereira, a solicitar
mais policiamento junto aos nossos estabelecimentos. A ajuda foi-nos
dada e, no ano passado, os assaltos baixaram. Vamos ver como será este
ano".O presidente da ANO explica, ainda, que após o envio da
carta SOS ao ministro, um comandante da PSP contactou-o referindo que
havia um grupo de Leste suspeito de ter feito a maioria dos assaltos.
"Disse-me que eles queriam óculos de marcas caras, sobretudo de sol,
para os levar para os seus países, onde os vendiam. E, pelo documento
que enviamos ao ministro, percebemos que eles começavam os assaltos no
Norte do país e dali iam roubando até ao Algarve", diz Rui Correia.E
é com a chegada do Sol e do calor que as ópticas começam a mostrar as
suas novidades, cativam clientes e... ladrões. "Há, de facto,
mais assaltos a ópticas a partir da Primavera, que é quando chegam as
novas versões das dez ou dozes marcas mais procuradas pelos ladrões: Ray
Ban, Chanel, Prada, Versace, Ferré, Timberland, Mont Blanc e até
Cartier, entre outras", esclarece aquele comerciante. Porém, há
assaltantes que não furtam os óculos Cartier, com banho de ouro, por
terem número de série e poderem ser facilmente identificados.Casal
suspeitoUm comerciante recentemente assaltado admite
que, ao contrário do que foi afirmado pelo comandante da PSP, uma parte
dos óculos furtados sejam introduzidos no sistema de revenda, mas Rui
Correia diz não ter conhecimento que isso aconteça. Também não acredita
que a maioria dos óculos furtados estejam a ser vendidos nas feiras.Os
últimos assaltos, entre eles o da passada quinta-feira, a uma óptima em
Esposende, poderão ter sido efectuados por um casal. As autoridades
seguirão essa pista, tendo em conta que alguns comerciantes foram
contactados, dias antes dos assaltos, por um casal interessado em vários
tipos de óculos. "Não compraram nada e suspeito que só cá vieram para
ver como era a loja e que tipo de óculos tínhamos", admitiu, ao JN, um
comerciante cuja loja foi assaltada.
mais afectada. Furtados 402 mil euros em óculos em 2009.Começa
a Primavera, aumentam os assaltos às ópticas. Esta invulgar ligação
entre o calor, os óculos e os furtos tem afectado mais os comerciantes
do Norte. No ano passado, em 44 assaltos foram furtados 402 mil euros em
óculos. Um casal é suspeito dos últimos furtos.A estatística só
vem dar consistência ao que um comerciante viu nas câmaras de
videovigilância instaladas na sua óptica. Em apenas três minutos, dois
indivíduos encapuzados conseguiram encher um saco, parecido com os do
IKEA, com cerca de 400 óculos. Os ladrões são lestos a levar só o que
querem."Eram altamente profissionais. Furtavam com uma rapidez
impressionante", diz Rui Correia, proprietário da Óptica Actual, em
Algés, e presidente da Associação Nacional dos Ópticos (ANO), admitindo
que os assaltantes costumam agir rápido e durante a noite.Para
tentar combater os assaltos, cuja intensidade se tornou preocupante a
partir de 2008 e é mais frequente com a chegada do calor, Rui Correia
diz que a sua associação distribui um documento pelos seus cerca de mil
associados (haverá 1700 ópticas em Portugal) que ele preenche quando há
algum assalto. A preocupação, diz, é sistematizar um fenómeno que muito
os preocupa para tentar arranjar medidas preventivas. A ideia nasceu em
2008 e teve os seus frutos."Há dois anos, a situação foi tão
terrível - chegamos a ter duas a três ópticas assaltadas por semana -
que fizemos um levantamento das que foram assaltadas e enviamos uma
carta, ao ministro da Administração Interna, Rui Pereira, a solicitar
mais policiamento junto aos nossos estabelecimentos. A ajuda foi-nos
dada e, no ano passado, os assaltos baixaram. Vamos ver como será este
ano".O presidente da ANO explica, ainda, que após o envio da
carta SOS ao ministro, um comandante da PSP contactou-o referindo que
havia um grupo de Leste suspeito de ter feito a maioria dos assaltos.
"Disse-me que eles queriam óculos de marcas caras, sobretudo de sol,
para os levar para os seus países, onde os vendiam. E, pelo documento
que enviamos ao ministro, percebemos que eles começavam os assaltos no
Norte do país e dali iam roubando até ao Algarve", diz Rui Correia.E
é com a chegada do Sol e do calor que as ópticas começam a mostrar as
suas novidades, cativam clientes e... ladrões. "Há, de facto,
mais assaltos a ópticas a partir da Primavera, que é quando chegam as
novas versões das dez ou dozes marcas mais procuradas pelos ladrões: Ray
Ban, Chanel, Prada, Versace, Ferré, Timberland, Mont Blanc e até
Cartier, entre outras", esclarece aquele comerciante. Porém, há
assaltantes que não furtam os óculos Cartier, com banho de ouro, por
terem número de série e poderem ser facilmente identificados.Casal
suspeitoUm comerciante recentemente assaltado admite
que, ao contrário do que foi afirmado pelo comandante da PSP, uma parte
dos óculos furtados sejam introduzidos no sistema de revenda, mas Rui
Correia diz não ter conhecimento que isso aconteça. Também não acredita
que a maioria dos óculos furtados estejam a ser vendidos nas feiras.Os
últimos assaltos, entre eles o da passada quinta-feira, a uma óptima em
Esposende, poderão ter sido efectuados por um casal. As autoridades
seguirão essa pista, tendo em conta que alguns comerciantes foram
contactados, dias antes dos assaltos, por um casal interessado em vários
tipos de óculos. "Não compraram nada e suspeito que só cá vieram para
ver como era a loja e que tipo de óculos tínhamos", admitiu, ao JN, um
comerciante cuja loja foi assaltada.