Cinco irmãos são todos catedráticos |
Todos
doutorados, um é físico, outro médico, outro matemático, outro
informático e a única mulher é bióloga. Para os irmãos Silva, segredo
está no espírito de sacrifício e filosofia de vida ensinados pelos pais.Esta
família é um caso raro no nosso país e no resto do Mundo. Porventura,
até, o único caso do género em Portugal. São cinco irmãos e todos eles
cientistas, com um currículo absolutamente invulgar. Um é doutorado e
catedrático em medicina, outro em física, outro em matemática, outro em
informática e a única mulher do "clã" Silva é uma reputada
investigadora na área da biologia."Nós sabemos que deve haver
poucas ou até nenhuma família no nosso país com cinco filhos e todos
eles com o nosso grau de formação académica e com o nosso percurso
pessoal e profissional, mas isto resulta de uma questão muito simples:
a educação e a disciplina que nos foi transmitida pelos nossos pais,
que fizeram muitos sacrifícios e abdicaram de muita coisa porque
acreditavam que a riqueza do homem está na formação escolar", explicam,
em uníssono, os cinco irmãos, que não se cansam de elogiar essa visão
"muito à frente" dos progenitores.José Manuel Silva, de 50 anos,
presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e líder da
Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, é um dos irmãos mais mediáticos.
Ficou mais conhecido do público quando, na qualidade de bastonário
interino da Ordem dos Médicos, travou uma luta com o antigo ministro da
Saúde Correia de Campos por causa do encerramento de serviços de
urgência hospitalar.João Gabriel, de 52 anos, director da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (UC) e
membro da Quercus, saltou para as páginas dos jornais quando assumiu a
defesa da luta contra a co-incineração em Souselas. Os outros irmãos,
embora menos conhecidos do público em geral, são figuras muito
respeitadas nas universidades onde leccionam/investigam. Margarida, 47
anos, é especialista em transgénicos, na Universidade Católica do
Porto. Jorge, de 43 anos, desenvolve, na Universidade Nova de Lisboa,
um substituto da pele para pessoas queimadas. Jaime, de 54 anos,
catedrático da UC, é co-autor do programa de Matemática para o Ensino
Secundário.