Negócios: Num dos casos, trocou um relógio por um Mercedes
O
ex-futebolista que burlou dois relojeiros em mais de 800 mil euros
promete pagar às vítimas e justifica os crimes com um negócio de
prospecção e exploração de petróleo mal sucedido na Guiné. António
Lopes, de 52 anos, diz-se amigo de Figo, Rui Costa, Paulo Sousa e
Cadete, entre outros jogadores da alta competição, e começou ontem a
ser julgado no Tribunal de Leiria por seis crimes de burla qualificada
e dois de falsificação de documentos.
"Estava
envolvido no negócio da minha vida, que ainda não se concretizou.
Esperava receber cinco a seis milhões de dólares de comissão pela
exploração de petróleo na Guiné", disse António Lopes ao tribunal,
quando interrogado sobre os montantes das burlas relativas à compra,
com cheques sem cobertura, de dezenas de relógios de luxo.
Uma
das vítimas é um relojoeiro de Leiria, que sofreu um prejuízo de 586
mil euros, chegando a entregar-lhe, à consignação, seis relógios usados
de um amigo que tinha à venda na sua loja. Um deles – um Frank Muller,
avaliado em 90 mil euros –, foi trocado por um Mercedes E 220, mais
tarde vendido por 40 mil euros a um médico do Porto.
Natural
de Castro Verde, o ex-futebolista negou a intenção de burlar e disse
que vai pagar a dívida. "A única coisa que quero é arranjar maneira de
lhes pagar", afirmou.