Foi a curiosidade
que levou Sandra Cerqueira a aceitar dar uma boleia ao JN. Lembrava-se
vagamente de percorrer a EN13 de camioneta nos seus tempos de estudante
no Porto, mas, a conduzir, nunca o tinha feito. Às 10.30
horas, terminada a formação de Inglês numa empresa de Viana de Castelo,
partimos do Teatro Municipal Sá de Miranda com destino à Escola
Secundária Clara de Resende, no Porto, onde Sandra dá aulas de Português
e Inglês. "Foi o que sempre quis fazer e, apesar de serem tempos
atribulados na Educação, não estou nada desiludida", afirma.Atravessamos
o Lima pela típica ponte Eiffel. "É a primeira vez que venho pela 13.
Disseram-me que basta seguir sempre em frente", confessa, algo
hesitante. E tinha razões para isso. Todos os sinais de Porto apontam
para a A28. Só depois de Vila do Conde é que vão aparecer placas a dizer
Porto - EN13. "Se vocês não viessem, já me tinha perdido. Sigo sempre
as placas, mas, aqui, elas não existem", queixa-se. A atenção é
redobrada. Na EN13 o perigo espreita e os obstáculos são muitos: obras,
buracos, lombas, cruzamentos, tractores, carros de instrução, ciclistas a
ocupar a faixa quase toda, veículos em sentido contrário e peões na
estrada porque nas bermas há carros estacionados para os cafés e as
bancas de frutas e legumes."É uma estrada assustadora e muito mal
conservada", opina Sandra, depois de perdido o entusiasmo inicial. "É
muito buraco, muito semáforo, muita passadeira e muita rotunda",
acrescenta, no centro da Póvoa de Varzim. Ao lado está o metro, mas não é
uma opção. "Demorámos 45 minutos para chegar aqui e dura, pelo menos,
outro tanto até ao Porto", explica. Por outro lado, os horários não são
compatíveis, o que também exclui o comboio e a camioneta. Morar no Porto
não dá porque divide-se entre formações de manhã cedo em Viana do
Castelo e aulas e explicações na Invicta.Mais de uma hora e meia
depois, chegamos à Clara de Resende e o veredicto não é bom. "Estou
muito cansada. Espera-se muito e o percurso é confuso. Nunca mais vou
fazer esta viagem. Se tivesse de fazer sempre isto, quem ia sofrer eram
os meus alunos", brinca.No dia seguinte, a partida é à mesma
hora, mas o percurso muda. Ao longo da A28, com faixa dupla e
separadores, não há sobressaltos e, apesar da chuva e de ser uma
sexta-feira, a viagem completa-se em menos de metade do tempo (45m). Em
jeito de balanço final, a professora considera que a EN 13,
"definitivamente, não é uma alternativa. Nem pensar! As pessoas vão ter
de pagar portagem", antecipa. E já faz contas a quanto terá de somar aos
54 euros semanais de gasolina.
que levou Sandra Cerqueira a aceitar dar uma boleia ao JN. Lembrava-se
vagamente de percorrer a EN13 de camioneta nos seus tempos de estudante
no Porto, mas, a conduzir, nunca o tinha feito. Às 10.30
horas, terminada a formação de Inglês numa empresa de Viana de Castelo,
partimos do Teatro Municipal Sá de Miranda com destino à Escola
Secundária Clara de Resende, no Porto, onde Sandra dá aulas de Português
e Inglês. "Foi o que sempre quis fazer e, apesar de serem tempos
atribulados na Educação, não estou nada desiludida", afirma.Atravessamos
o Lima pela típica ponte Eiffel. "É a primeira vez que venho pela 13.
Disseram-me que basta seguir sempre em frente", confessa, algo
hesitante. E tinha razões para isso. Todos os sinais de Porto apontam
para a A28. Só depois de Vila do Conde é que vão aparecer placas a dizer
Porto - EN13. "Se vocês não viessem, já me tinha perdido. Sigo sempre
as placas, mas, aqui, elas não existem", queixa-se. A atenção é
redobrada. Na EN13 o perigo espreita e os obstáculos são muitos: obras,
buracos, lombas, cruzamentos, tractores, carros de instrução, ciclistas a
ocupar a faixa quase toda, veículos em sentido contrário e peões na
estrada porque nas bermas há carros estacionados para os cafés e as
bancas de frutas e legumes."É uma estrada assustadora e muito mal
conservada", opina Sandra, depois de perdido o entusiasmo inicial. "É
muito buraco, muito semáforo, muita passadeira e muita rotunda",
acrescenta, no centro da Póvoa de Varzim. Ao lado está o metro, mas não é
uma opção. "Demorámos 45 minutos para chegar aqui e dura, pelo menos,
outro tanto até ao Porto", explica. Por outro lado, os horários não são
compatíveis, o que também exclui o comboio e a camioneta. Morar no Porto
não dá porque divide-se entre formações de manhã cedo em Viana do
Castelo e aulas e explicações na Invicta.Mais de uma hora e meia
depois, chegamos à Clara de Resende e o veredicto não é bom. "Estou
muito cansada. Espera-se muito e o percurso é confuso. Nunca mais vou
fazer esta viagem. Se tivesse de fazer sempre isto, quem ia sofrer eram
os meus alunos", brinca.No dia seguinte, a partida é à mesma
hora, mas o percurso muda. Ao longo da A28, com faixa dupla e
separadores, não há sobressaltos e, apesar da chuva e de ser uma
sexta-feira, a viagem completa-se em menos de metade do tempo (45m). Em
jeito de balanço final, a professora considera que a EN 13,
"definitivamente, não é uma alternativa. Nem pensar! As pessoas vão ter
de pagar portagem", antecipa. E já faz contas a quanto terá de somar aos
54 euros semanais de gasolina.