Costinha é fã de James Bond
mas, para evitar aventuras ou missões impossíveis, entrou a matar no Sporting.
Razão tinha Thierry Henry quando lhe
deu a alcunha de Ministro. Dez anos depois veio o
prefixo: é o primeiro campeão europeu como jogador a assumir a direcção
do futebol leonino e ascendeu, de forma natural, a primeiro-ministro.
Mais: acumula seis pastas distintas. Por isso, os despachos não param.
Com um problema - a prática não acompanhou a teoria em três ocasiões. À
falta de oposição, não existem moções de censura ou comissões de
inquérito. Mas só quando o presidente da República, José
Eduardo Bettencourt, falar em público
se poderá aferir sobre um possível voto de confiança.
Carvalhal,
João Pereira, Pedro Mendes
ou Pongolle não foram apresentados oficialmente no
auditório de Alvalade. Costinha foi. Até mereceu
aplausos da dezena de sócios que estava na sala. Era o primeiro sinal de
uma nova era em Alvalade. "Vai haver mais rigor e só será passada a
informação necessária. O Sporting vai ser gerido por
poucas pessoas e falado numa só sala", disse. A guia estava a ser
cumprida - não houve conferência de imprensa antes e depois do jogo com o
Belenenses nem lista de convocados porque, como o Ministro explicou em
Madrid, na primeira saída, "os jogadores são seres humanos e, tal como o
treinador, merecem mais respeito" -, mas o caso Izmailov
feriu a medida: já antes do encontro com o Atl. Madrid
se sabia do afastamento por razões disciplinares e, a seguir, as
palavras de Costinha na reunião com o grupo para explicar a novela
chegaram ao exterior. Saiu uma adenda ao despacho: "Se tiver de afastar
jogadores que não queiram o bem do clube, essa medida será tomada."
AGENTES
E TELEVISÕES Outro aviso: "Paulo Barbosa
não tem que entrar nas instalações do clube". A perplexidade do
Ministro com as declarações do empresário de Izmailov motivaram a
sentença, que se pensava ser um alerta para a viragem - quem decide é o
presidente, o director e o técnico. Ou seja, não há espaço para
elementos exteriores, nomeadamente agentes ou pessoas ligadas ao meio.
No entanto, já esta semana, Costinha recebeu na Academia João Camacho,
ex-director técnico do Marítimo e actual funcionário da Gestifute, a
empresa que geriu a carreira do ex-médio.
Depois, a proibição de
entrada na Academia a um órgão de comunicação, neste caso a TVI.
Costinha destacou, também em Madrid, que "não queria ter má relação com a
imprensa", mas adoptou uma medida há muito abolida no clube.
Promessas
eleitorais como a mentalidade vencedora, a construção de um grupo (e
equipa) forte, o aprofundamento da relação entre jogadores e clube ou o
máximo sigilo na gestão tiveram muitos votos favoráveis no interior do
Sporting. E os despachos do (primeiro) Ministro têm sido nesse sentido.
Mas as adendas não prometem um governo fácil.
mas, para evitar aventuras ou missões impossíveis, entrou a matar no Sporting.
Razão tinha Thierry Henry quando lhe
deu a alcunha de Ministro. Dez anos depois veio o
prefixo: é o primeiro campeão europeu como jogador a assumir a direcção
do futebol leonino e ascendeu, de forma natural, a primeiro-ministro.
Mais: acumula seis pastas distintas. Por isso, os despachos não param.
Com um problema - a prática não acompanhou a teoria em três ocasiões. À
falta de oposição, não existem moções de censura ou comissões de
inquérito. Mas só quando o presidente da República, José
Eduardo Bettencourt, falar em público
se poderá aferir sobre um possível voto de confiança.
Carvalhal,
João Pereira, Pedro Mendes
ou Pongolle não foram apresentados oficialmente no
auditório de Alvalade. Costinha foi. Até mereceu
aplausos da dezena de sócios que estava na sala. Era o primeiro sinal de
uma nova era em Alvalade. "Vai haver mais rigor e só será passada a
informação necessária. O Sporting vai ser gerido por
poucas pessoas e falado numa só sala", disse. A guia estava a ser
cumprida - não houve conferência de imprensa antes e depois do jogo com o
Belenenses nem lista de convocados porque, como o Ministro explicou em
Madrid, na primeira saída, "os jogadores são seres humanos e, tal como o
treinador, merecem mais respeito" -, mas o caso Izmailov
feriu a medida: já antes do encontro com o Atl. Madrid
se sabia do afastamento por razões disciplinares e, a seguir, as
palavras de Costinha na reunião com o grupo para explicar a novela
chegaram ao exterior. Saiu uma adenda ao despacho: "Se tiver de afastar
jogadores que não queiram o bem do clube, essa medida será tomada."
AGENTES
E TELEVISÕES Outro aviso: "Paulo Barbosa
não tem que entrar nas instalações do clube". A perplexidade do
Ministro com as declarações do empresário de Izmailov motivaram a
sentença, que se pensava ser um alerta para a viragem - quem decide é o
presidente, o director e o técnico. Ou seja, não há espaço para
elementos exteriores, nomeadamente agentes ou pessoas ligadas ao meio.
No entanto, já esta semana, Costinha recebeu na Academia João Camacho,
ex-director técnico do Marítimo e actual funcionário da Gestifute, a
empresa que geriu a carreira do ex-médio.
Depois, a proibição de
entrada na Academia a um órgão de comunicação, neste caso a TVI.
Costinha destacou, também em Madrid, que "não queria ter má relação com a
imprensa", mas adoptou uma medida há muito abolida no clube.
Promessas
eleitorais como a mentalidade vencedora, a construção de um grupo (e
equipa) forte, o aprofundamento da relação entre jogadores e clube ou o
máximo sigilo na gestão tiveram muitos votos favoráveis no interior do
Sporting. E os despachos do (primeiro) Ministro têm sido nesse sentido.
Mas as adendas não prometem um governo fácil.