Farías vai ter de ficar e Kléber tem de esperar
Por Vítor Queirós com Susana Nóbrega
Tecla e
um jogo de conveniências. Carlos Pereira não cede. Dragão voa esta
tarde.
O FC Porto parte para Marienfeld ao princípio da tarde com
uma das frentes prioritárias em anormal estado de indefinição, já que,
como se pode ler ao cimo da página, deixou-se apanhar pelo Shakthar
Donetsk na corrida por Walter e deixou ainda correr morno o dossier
Kléber, de que resulta, no dia de partida para a Alemanha, ter apenas
Falcao como homem-golo.
Na prática, até Orlando Sá entra ainda
nas contas, nesta altura, quanto mais não seja, para fazer número, já
que o seu futuro imediato não passa pelo Dragão. Mas como o FC Porto nem
sequer denunciou a lista de jogadores a levar para Marienfeld (vão
todos, ao que se sabe, inclusive Mariano), pode então deduzir-se que até
Farías terá de ficar preventivamente ou até final do contrato, já que
depois de dizer que queria sair por estar farto do banco, depois de se
oferecer descaradamente ao Estudiantes e ao Boca Juniors, depois de ter
agradecido os cuidados do Cruzeiro e cumprimentar a torcida azul de Belo
Horoizonte, afinal vai para a Alemanha, no papel de segundo avançado...
porque não há mais ninguém, ou ainda não há mais ninguém.
Farías,
que acabará agora por ter mais interesse em ficar o último ano e
tornar-se livre para escolher o destino, esteve na enfermaria dois dias,
mas sempre pendente de soluções com todos os clubes a quem deu
permissão para negociar. Jurará novas fidelidades um ano mais, mas o
facto é que fez sucessivamente abortar os planos de venda que o FC Porto
tinha para ele e agora pode voltar a ser de extrema utilidade como
suplente de luxo que sempre contestou, já que Carlos Pereira diz que
«não há pressão capaz de desloquear Kléber, nem isso é assunto do FC
Porto, é do At. Mineiro, e eles sabem o que têm de pagar se tirarem o
jogador daqui, a parte legal e as obrigações deles são claras», disse a A
Bola, ainda com abertura de espírito suficiente para se perceber «que
tudo pode mudar de repente».