Depois de ter dispensado o psicólogo da equipa, Jesus foi
corrigido por Vieira. A partir daí perdeu poder: também nas
contratações está longe de ter a mesma influência
Jesus está apaixonado pelo Benfica ???
"O psicólogo da equipa sou eu." Palavra de Jorge Jesus. Quando? Logo no
início da primeira época no Benfica, em 2009. Dirigida a quem? Aos
dirigentes do clube e com consequências para Pedro Almeida, um psicólogo
que trabalhava na Luz desde o início dos ano 90, de imediato afastado,
mas que acabou por não ficar assim tanto tempo longe do futebol
profissional encarnado. Na temporada passada, após o ano de sonho que
levou à conquista do título, os problemas aterraram em força no
balneário e Pedro Almeida foi convocado por Luís Filipe Vieira para
deitar no divã alguns dos futebolistas do plantel que tinham as ideias
mais baralhadas, a começar pelo guarda- -redes espanhol Roberto,
provavelmente o titular mais forçado, desinspirado e criticado. "Vieira
pediu para acompanhar o Roberto mas também outros, porque o chefe do
psicólogo não é o Jorge Jesus, mas sim Luís Filipe Vieira, que deu
instruções nesse sentido", explicou ao i fonte do Benfica.
Enquanto via os jogadores caírem de rendimento dentro do campo, Jorge
Jesus recebia uma mãozinha fora dele, eventualmente sabendo, mesmo que
essa ajuda significasse ir contra o que acreditava. "O psicólogo sou
eu." Mas depois de um primeiro ano em que tinha um grande ascendente em
várias áreas, desde a organização do trabalho da equipa à pasta dos
reforços, o treinador começou a perder força, até junto de Luís Filipe
Vieira, o presidente com o qual, recorde-se, passava horas de madrugada
ao telefone discutindo os jogadores que deveriam ser contratados (ou
seja, para isto nem sequer era preciso convocar o director desportivo).
Agora o romance está mais complicado. "Com os erros que foram cometidos,
o presidente sentiu necessidade de ser mais interventivo", explica
outra fonte benfiquista.
Octávio Machado Nos últimos dias surgiu um novo dossiê em que a vontade
de Jorge Jesus não foi adiante: Octávio Machado. O nome do palmelão
apareceu subitamente na imprensa como sendo desejado para integrar a
estrutura do futebol do Benfica, ocupando uma posição junto do balneário
e do treinador. Jesus tem boa relação com Octávio - desde o tempo em
que ambos jogaram no Vitória de Setúbal - e este seria o braço--direito
do treinador na gestão do plantel, cenário visto com bons olhos por
Jesus e dado a conhecer a Luís Filipe Vieira (afinal ele também acha que
falta mais uma pessoa na estrutura), mas entretanto descartado. "Dentro
do Benfica houve uma grande resistência a esse nome, seria bastante
difícil acolhê-lo", explicou a mesma fonte. Luís Filipe Vieira até tem
boa relação com Octávio Machado, reconhece-lhe capacidade e aprecia a
postura anti-Pinto da Costa, mas dificilmente poderia aceitar este nome.
E a vontade dificilmente será feita.
mercado Para além de Octávio, nomes como o de Humberto Coelho e José
Couceiro (este em posição delicada no Sporting) foram noticiados (jornal
"Record") como candidatos ao tal cargo de gestão de futebol encarnado,
onde pelos vistos não cabem as funções do director desportivo, Rui
Costa, que apesar de tudo tem vindo a estar de forma quase permanente ao
lado do balneário, mesmo que à primeira vista as suas funções fossem
mais de gabinete ou de ligação ao mercado de transferências. Mas aí,
quem manda é Luís Filipe Vieira. E se no passado Jorge Jesus tinha
margem de manobra para lhe pedir tudo e mais alguma coisa, nos famosos
telefonemas de madrugada, agora os negócios sugeridos pelo treinador
estão sujeitos a outra fiscalização, o que de resto até foi assumido por
Vieira numa entrevista recente. "Eu próprio vou delegar muito menos."
Ao longo da temporada, os reforços do Benfica tiveram um impacto
positivo praticamente nulo na equipa, excepção feita a Gaitán e a
Salvio, dois jogadores que estavam referenciados pelo clube há muito e
não foram propriamente uma descoberta de Jorge Jesus. Salvio, de resto,
só chegou à Luz devido às boas relações que Luís Filipe Vieira tem com o
Atlético de Madrid. Da mesma origem veio ainda Roberto, com os
resultados que se conhecem (e aqui Vieira é que passou o cheque de 8
milhões, depois de Jesus ter dado o aval para a contratação), mas muito
mais era esperado de outros reforços sugeridos pelo técnico, alguns
chegados na época passada, como César Peixoto, Weldon, Felipe Menezes,
Airton ou Kardec. É por isso que a carta branca para contratações está
mais escura do que nunca. Luís Filipe Vieira vai tentar comprar bem, e
isto significa investir bom dinheiro e jogadores que ofereçam garantia
de retorno. Para isso, falta fazer dinheiro - Fábio Coentrão e Cardozo
estão com um pé fora da Luz.
corrigido por Vieira. A partir daí perdeu poder: também nas
contratações está longe de ter a mesma influência
Jesus está apaixonado pelo Benfica ???
"O psicólogo da equipa sou eu." Palavra de Jorge Jesus. Quando? Logo no
início da primeira época no Benfica, em 2009. Dirigida a quem? Aos
dirigentes do clube e com consequências para Pedro Almeida, um psicólogo
que trabalhava na Luz desde o início dos ano 90, de imediato afastado,
mas que acabou por não ficar assim tanto tempo longe do futebol
profissional encarnado. Na temporada passada, após o ano de sonho que
levou à conquista do título, os problemas aterraram em força no
balneário e Pedro Almeida foi convocado por Luís Filipe Vieira para
deitar no divã alguns dos futebolistas do plantel que tinham as ideias
mais baralhadas, a começar pelo guarda- -redes espanhol Roberto,
provavelmente o titular mais forçado, desinspirado e criticado. "Vieira
pediu para acompanhar o Roberto mas também outros, porque o chefe do
psicólogo não é o Jorge Jesus, mas sim Luís Filipe Vieira, que deu
instruções nesse sentido", explicou ao i fonte do Benfica.
Enquanto via os jogadores caírem de rendimento dentro do campo, Jorge
Jesus recebia uma mãozinha fora dele, eventualmente sabendo, mesmo que
essa ajuda significasse ir contra o que acreditava. "O psicólogo sou
eu." Mas depois de um primeiro ano em que tinha um grande ascendente em
várias áreas, desde a organização do trabalho da equipa à pasta dos
reforços, o treinador começou a perder força, até junto de Luís Filipe
Vieira, o presidente com o qual, recorde-se, passava horas de madrugada
ao telefone discutindo os jogadores que deveriam ser contratados (ou
seja, para isto nem sequer era preciso convocar o director desportivo).
Agora o romance está mais complicado. "Com os erros que foram cometidos,
o presidente sentiu necessidade de ser mais interventivo", explica
outra fonte benfiquista.
Octávio Machado Nos últimos dias surgiu um novo dossiê em que a vontade
de Jorge Jesus não foi adiante: Octávio Machado. O nome do palmelão
apareceu subitamente na imprensa como sendo desejado para integrar a
estrutura do futebol do Benfica, ocupando uma posição junto do balneário
e do treinador. Jesus tem boa relação com Octávio - desde o tempo em
que ambos jogaram no Vitória de Setúbal - e este seria o braço--direito
do treinador na gestão do plantel, cenário visto com bons olhos por
Jesus e dado a conhecer a Luís Filipe Vieira (afinal ele também acha que
falta mais uma pessoa na estrutura), mas entretanto descartado. "Dentro
do Benfica houve uma grande resistência a esse nome, seria bastante
difícil acolhê-lo", explicou a mesma fonte. Luís Filipe Vieira até tem
boa relação com Octávio Machado, reconhece-lhe capacidade e aprecia a
postura anti-Pinto da Costa, mas dificilmente poderia aceitar este nome.
E a vontade dificilmente será feita.
mercado Para além de Octávio, nomes como o de Humberto Coelho e José
Couceiro (este em posição delicada no Sporting) foram noticiados (jornal
"Record") como candidatos ao tal cargo de gestão de futebol encarnado,
onde pelos vistos não cabem as funções do director desportivo, Rui
Costa, que apesar de tudo tem vindo a estar de forma quase permanente ao
lado do balneário, mesmo que à primeira vista as suas funções fossem
mais de gabinete ou de ligação ao mercado de transferências. Mas aí,
quem manda é Luís Filipe Vieira. E se no passado Jorge Jesus tinha
margem de manobra para lhe pedir tudo e mais alguma coisa, nos famosos
telefonemas de madrugada, agora os negócios sugeridos pelo treinador
estão sujeitos a outra fiscalização, o que de resto até foi assumido por
Vieira numa entrevista recente. "Eu próprio vou delegar muito menos."
Ao longo da temporada, os reforços do Benfica tiveram um impacto
positivo praticamente nulo na equipa, excepção feita a Gaitán e a
Salvio, dois jogadores que estavam referenciados pelo clube há muito e
não foram propriamente uma descoberta de Jorge Jesus. Salvio, de resto,
só chegou à Luz devido às boas relações que Luís Filipe Vieira tem com o
Atlético de Madrid. Da mesma origem veio ainda Roberto, com os
resultados que se conhecem (e aqui Vieira é que passou o cheque de 8
milhões, depois de Jesus ter dado o aval para a contratação), mas muito
mais era esperado de outros reforços sugeridos pelo técnico, alguns
chegados na época passada, como César Peixoto, Weldon, Felipe Menezes,
Airton ou Kardec. É por isso que a carta branca para contratações está
mais escura do que nunca. Luís Filipe Vieira vai tentar comprar bem, e
isto significa investir bom dinheiro e jogadores que ofereçam garantia
de retorno. Para isso, falta fazer dinheiro - Fábio Coentrão e Cardozo
estão com um pé fora da Luz.