Espanha: Banco Espanha assegura que intervenção garante obrigações na Caja Castilla-La Mancha
29 de Março de 2009, 20:31
Madrid,
29 Mar (Lusa) - O Banco de Espanha assegurou hoje que a
intervenção na Caja Castilla-La Mancha (CCM) é um
garante de que a caixa de aforro cumpre as suas
obrigações, pelo que depositantes e credores "podem estar
absolutamente tranquilos".
Em comunicado, o BE recorda que a Caja Castilla-La Mancha tem um
património liquido positivo e que é "uma entidade
solvente", mas que tanto a situação do seu capital
regulatório como as suas perspectivas financeiras aconselham "a
procurar soluções para garantir o futuro".
Na nota, o BE confirma o afastamento dos administradores da
instituição, que serão substituídos por
três inspectores nomeados pelo banco central, que terá
ainda acesso a um aval do Tesouro para o financiamento até 09
mil milhões de euros da CCM.
Esse aval está previsto no real decreto-lei, deliberado e
aprovado hoje pelo Conselho de Ministros, em reunião
extraordinária, na sequência da decisão de
intervenção do BE na CCM.
Depois da reunião, tanto a vice-presidente do Governo,
María Teresa Fernández de la Vega, como o ministro da
Economia, repetiram mensagens de tranquilidade, assegurando que a CCM
"cumprirá todas as suas obrigações".
O real decreto-lei "autoriza a concessão de garantias
derivadas do financiamento que possa outorgar o Banco de Espanha a
favor da CCM", num valor máximo de 09 mil milhões de
euros.
Explicando que se trata de "um aval e não de uma
injecção de capital", Pedro Solbes frisou que a quantia
inicial que será avalada deverá "rondar entre dois e
três milhões de euros", tendo sido aprovado um valor mais
elevado "de forma preventiva".
No mesmo comunicado, o BE refere que a decisão de
intervenção foi adoptada "depois de não terem tido
frutos as conversações das últimas semanas para
encontrar uma solução" para os problemas de liquidez da
CCM.
Essas soluções, incluindo a eventual fusão com
a caixa de aforro Unicaja, eram consideradas "positivas" pelo Banco de
Espanha, porque teriam evitado a utilização de recursos
públicos.
No entanto, a deterioração da situação
financeira a que a CCM poderia chegar enquanto procuva esse tipo de
soluções tornou aconselhável a
intervenção preventiva do BE, para evitar que o resultado
final fosse ainda mais oneroso para o contribuinte, sublinha a nota.
A decisão do BE, adianta, "está plenamente em linha
com os princípios acordados na moção do Congresso
de Deputados sobre a estratégia de reestruturação
do sistema financeiro espanhol".
A CCM representa menos de 01 por cento dos activos do sistema
bancário espanhol e o BE "quer insistir em que o sistema
financeiro espanhol continua a ser sólido, ainda que não
seja imune à crise financeira internacional".
Criada há 17 anos, pela fusão de quatro caixas de
aforro, a CCM vive actualmente o seu momento mais crítico, com
rumores de um buraco patrimonial e a retirada, no último ano, de
1.500 milhões de euros de depósitos.
A CCM, uma das instituições mais afectadas pela crise
financeira, é a primeira entidade financeira espanhola a ser
alvo de uma intervenção significativa desde 1993, quando
o Governo tomou o controlo do Banesto.
Em 2008, a CCM registou lucros consolidados de 29,8 milhões
de euros, menos 87,1 por cento do que no ano anterior, ressentindo-se
do aumento das dotações e provisões que
triplicaram para 16,5 milhões.
A prejudicar a situação da CCM estiveram também
as perdas de 140 milhões de euros devido à
deterioração dos activos financeiros.
Envolvida num processo negocial para uma eventual fusão com a
Unicaja - a principal caixa de aforro da Andaluzia - a CCM concedeu no
ano passado 19.537 milhões de euros de créditos aos seus
clientes.
Depósitos de 17.265 milhões de euros deverão
estar garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, num limite
máximo de 100 mil euros por cliente.
29 de Março de 2009, 20:31
Madrid,
29 Mar (Lusa) - O Banco de Espanha assegurou hoje que a
intervenção na Caja Castilla-La Mancha (CCM) é um
garante de que a caixa de aforro cumpre as suas
obrigações, pelo que depositantes e credores "podem estar
absolutamente tranquilos".
Em comunicado, o BE recorda que a Caja Castilla-La Mancha tem um
património liquido positivo e que é "uma entidade
solvente", mas que tanto a situação do seu capital
regulatório como as suas perspectivas financeiras aconselham "a
procurar soluções para garantir o futuro".
Na nota, o BE confirma o afastamento dos administradores da
instituição, que serão substituídos por
três inspectores nomeados pelo banco central, que terá
ainda acesso a um aval do Tesouro para o financiamento até 09
mil milhões de euros da CCM.
Esse aval está previsto no real decreto-lei, deliberado e
aprovado hoje pelo Conselho de Ministros, em reunião
extraordinária, na sequência da decisão de
intervenção do BE na CCM.
Depois da reunião, tanto a vice-presidente do Governo,
María Teresa Fernández de la Vega, como o ministro da
Economia, repetiram mensagens de tranquilidade, assegurando que a CCM
"cumprirá todas as suas obrigações".
O real decreto-lei "autoriza a concessão de garantias
derivadas do financiamento que possa outorgar o Banco de Espanha a
favor da CCM", num valor máximo de 09 mil milhões de
euros.
Explicando que se trata de "um aval e não de uma
injecção de capital", Pedro Solbes frisou que a quantia
inicial que será avalada deverá "rondar entre dois e
três milhões de euros", tendo sido aprovado um valor mais
elevado "de forma preventiva".
No mesmo comunicado, o BE refere que a decisão de
intervenção foi adoptada "depois de não terem tido
frutos as conversações das últimas semanas para
encontrar uma solução" para os problemas de liquidez da
CCM.
Essas soluções, incluindo a eventual fusão com
a caixa de aforro Unicaja, eram consideradas "positivas" pelo Banco de
Espanha, porque teriam evitado a utilização de recursos
públicos.
No entanto, a deterioração da situação
financeira a que a CCM poderia chegar enquanto procuva esse tipo de
soluções tornou aconselhável a
intervenção preventiva do BE, para evitar que o resultado
final fosse ainda mais oneroso para o contribuinte, sublinha a nota.
A decisão do BE, adianta, "está plenamente em linha
com os princípios acordados na moção do Congresso
de Deputados sobre a estratégia de reestruturação
do sistema financeiro espanhol".
A CCM representa menos de 01 por cento dos activos do sistema
bancário espanhol e o BE "quer insistir em que o sistema
financeiro espanhol continua a ser sólido, ainda que não
seja imune à crise financeira internacional".
Criada há 17 anos, pela fusão de quatro caixas de
aforro, a CCM vive actualmente o seu momento mais crítico, com
rumores de um buraco patrimonial e a retirada, no último ano, de
1.500 milhões de euros de depósitos.
A CCM, uma das instituições mais afectadas pela crise
financeira, é a primeira entidade financeira espanhola a ser
alvo de uma intervenção significativa desde 1993, quando
o Governo tomou o controlo do Banesto.
Em 2008, a CCM registou lucros consolidados de 29,8 milhões
de euros, menos 87,1 por cento do que no ano anterior, ressentindo-se
do aumento das dotações e provisões que
triplicaram para 16,5 milhões.
A prejudicar a situação da CCM estiveram também
as perdas de 140 milhões de euros devido à
deterioração dos activos financeiros.
Envolvida num processo negocial para uma eventual fusão com a
Unicaja - a principal caixa de aforro da Andaluzia - a CCM concedeu no
ano passado 19.537 milhões de euros de créditos aos seus
clientes.
Depósitos de 17.265 milhões de euros deverão
estar garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, num limite
máximo de 100 mil euros por cliente.