A Segurança
Social espanhola perdeu 10 168 inscritos de nacionalidade portuguesa.
Para os sindicatos portugueses, a explicação parece ser simples: o
aumento do desemprego em Espanha atinge igualmente os portugueses e
muitos serão os que regressam.Os
dados divulgados pela Segurança Social de Espanha dão conta de uma
redução de 4,68% do número de inscritos estrangeiros em Dezembro de
2009, face ao mesmo mês do ano anterior. E o número de portugueses
acompanha essa descida, embora com uma variação muito superior, de
-14,728%. Em Dezembro de 2008, os portugueses inscritos na
Segurança Social em Espanha eram 69 039, um ano depois esse número
decresceu para 58 870, uma diminuição registada em todos os regimes
existentes. A explicação avançada pelos sindicatos é a crise
económica e o aumento do desemprego no país vizinho, que já atingiu os
15%, "e como é natural, não poderia deixar de atingir os portugueses
que estavam a trabalhar na construção civil, na agricultura ou nas
pescas", disse Carlos Trindade, da CGTP-IN.José Cordeiro, da
UGT, corroborou esta ideia, e adiantou que não se sabe, "porque não há
estatísticas, quantos foram os portugueses que regressaram a Portugal
ou optaram por procurar outros mercados"."Sabe-se", salientou,
que "na construção civil muitos foram os que procuraram trabalho em
Angola, um novo mercado para muitas empresas nacionais que também
estavam em Espanha, mas não há números". Quanto à agricultura,
recorda o aspecto de sazonalidade deste sector, além de sublinhar ser
"uma actividade mal remunerada". Mesmo assim, foi a única que aumento o
número de inscritos.No que diz respeito às pescas, o coordenador
do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte, António Macedo,
frisou que, actualmente, "continua a haver muita gente a partir para
barcos de conveniência, com os quais existem seguros e não estão
inscritos na Segurança Social".Adiantou que esta é a solução
"para os baixos rendimentos oferecidos em Portugal, onde existem
embarcações que têm falta de pessoal especializado, mas também há
armadores que preferem a mão-de-obra barata". José Cordeiro
referiu ainda que muitos dos emigrantes portugueses em Espanha poderão
neste momento engrossar as listas dos desempregados não inscritos em
Portugal, "que regressaram ao abrigo de uma medida do Governo espanhol,
que pagava na totalidade os subsídios a que tinham direito, desde que
abandonassem Espanha e não voltassem durante um período de tempo". Crise
económica e menos portugueses a trabalhar no estrangeiro tem também
como consequência uma redução nas remessas dos emigrantes para o país.
Uma situação que se verificou em 2009. De acordo com os dados do Banco
de Portugal, até Novembro, as remessas totalizaram os 1,7 mil milhões
de euros, em Novembro 2008 eram 1,8 mil milhões.
Social espanhola perdeu 10 168 inscritos de nacionalidade portuguesa.
Para os sindicatos portugueses, a explicação parece ser simples: o
aumento do desemprego em Espanha atinge igualmente os portugueses e
muitos serão os que regressam.Os
dados divulgados pela Segurança Social de Espanha dão conta de uma
redução de 4,68% do número de inscritos estrangeiros em Dezembro de
2009, face ao mesmo mês do ano anterior. E o número de portugueses
acompanha essa descida, embora com uma variação muito superior, de
-14,728%. Em Dezembro de 2008, os portugueses inscritos na
Segurança Social em Espanha eram 69 039, um ano depois esse número
decresceu para 58 870, uma diminuição registada em todos os regimes
existentes. A explicação avançada pelos sindicatos é a crise
económica e o aumento do desemprego no país vizinho, que já atingiu os
15%, "e como é natural, não poderia deixar de atingir os portugueses
que estavam a trabalhar na construção civil, na agricultura ou nas
pescas", disse Carlos Trindade, da CGTP-IN.José Cordeiro, da
UGT, corroborou esta ideia, e adiantou que não se sabe, "porque não há
estatísticas, quantos foram os portugueses que regressaram a Portugal
ou optaram por procurar outros mercados"."Sabe-se", salientou,
que "na construção civil muitos foram os que procuraram trabalho em
Angola, um novo mercado para muitas empresas nacionais que também
estavam em Espanha, mas não há números". Quanto à agricultura,
recorda o aspecto de sazonalidade deste sector, além de sublinhar ser
"uma actividade mal remunerada". Mesmo assim, foi a única que aumento o
número de inscritos.No que diz respeito às pescas, o coordenador
do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte, António Macedo,
frisou que, actualmente, "continua a haver muita gente a partir para
barcos de conveniência, com os quais existem seguros e não estão
inscritos na Segurança Social".Adiantou que esta é a solução
"para os baixos rendimentos oferecidos em Portugal, onde existem
embarcações que têm falta de pessoal especializado, mas também há
armadores que preferem a mão-de-obra barata". José Cordeiro
referiu ainda que muitos dos emigrantes portugueses em Espanha poderão
neste momento engrossar as listas dos desempregados não inscritos em
Portugal, "que regressaram ao abrigo de uma medida do Governo espanhol,
que pagava na totalidade os subsídios a que tinham direito, desde que
abandonassem Espanha e não voltassem durante um período de tempo". Crise
económica e menos portugueses a trabalhar no estrangeiro tem também
como consequência uma redução nas remessas dos emigrantes para o país.
Uma situação que se verificou em 2009. De acordo com os dados do Banco
de Portugal, até Novembro, as remessas totalizaram os 1,7 mil milhões
de euros, em Novembro 2008 eram 1,8 mil milhões.