Rui Neto,
seleccionador nacional, diz-se imune a pressões para convocatórias.
Admite que lhe foram pedidos títulos E acredita que bater a Espanha é
uma questão... psicológica!
Rui Neto pode ser um nome pouco conhecido do público em geral,
mas no hóquei, o 2.º lugar que conquistou na época passada, ao serviço
do Juventude de Viana, deu-lhe um protagonismo que nunca havia tido até
então.
Tanto assim que o salto na carreira como treinador foi
gigantesco, o que não o fez temer, antes acreditar que estaria à altura
do desafio do cargo de seleccionador nacional. Mesmo tendo-lhe sido
exigida a conquista de títulos: «Não podia ser de outra forma. Portugal
tem sempre de lutar para ser primeiro. Não me assustei no contacto
inicial que tive com o DTN, Jorge Lopes, e até fiquei entusiasmado»,
começou por contar a A BOLA o seleccionador.
Nas novas funções,
Rui Neto já anda em observações com vista à Taça Latina (sub-23), daqui
a dois meses, na Páscoa , mas garante que, mesmo para os seniores, as
escolhas serão apenas e só... suas! «Terei total autonomia nas
convocatórias. Nada será imposto e comigo, salvo os jogadores que
demonstraram indisponibilidade para a Selecção, todos são passíveis de
ser chamados, seja qual for a idade. No entanto, não vou divergir do
que preconizou o anterior seleccionador, Luís Sénica, acrescentando-lhe
apenas um ou outro nome que considere válido.»
O grande
obstáculo à conquista dos títulos que foram pedidos a Rui Neto tem (e
sempre teve o mesmo) nome: Espanha. «Acredito que seja uma questão
psicológica. São estigmas que se criam e é uma questão de serem os
próprios atletas a acreditar nas suas capacidades e qualidades e, acima
de tudo, que defrontar a Espanha não é uma derrota antecipada. Assim
como para a Espanha, jogar com Portugal, não é uma vitória antecipada:
um dia pode acontecer uma surpresa. Se posso ser eu a causar a
surpresa? Espero bem que sim! Já estivemos mais longe de o conseguir...»