Mais
de cem camiões de empresários de diversão estão hoje,
segunda-feira, estacionados nos terrenos do Parque Tejo, junto ao
Trancão, e os proprietários garantem que agora têm tudo para ficar em
Lisboa até que as suas reivindicações sejam atendidas."Agora,
com as roulottes, já temos tudo, já podemos dormir à vontade. Só
sairemos daqui quando isto estiver resolvido. Alguns já aqui dormem há
cinco noites", disse à agência Lusa Manuel Azevedo, proprietário de
equipamentos de diversão da zona de Bragança.Os empresários
exigem legislação própria para os equipamentos de diversão antigos, que
são a maioria dos que funcionam actualmente e queixam-se que as
exigências agora feitas para obter certificado de funcionamento são
impossíveis de cumprir."Com estas regras, nenhum vai poder
funcionar. Ninguém vai conseguir certificado e as feiras não vão
trabalhar no verão", queixou-se Manuel Azevedo, contando que ele
próprio tem uma licença de quatro meses atribuída desde novembro e que
no mês passado lhe foi imposto o fecho dos equipamentos."Não
houve soluções, estamos fartos de aldrabões" ou "Salazar volta, estás
perdoado" são algumas das frases escritas em panos brancos e presas na
frente dos camiões estacionados junto ao rio Trancão.Os
empresários dizem ainda que a maior parte dos equipamentos de diversão
a funcionar no país são fabricados em países como Itália, França ou
Espanha, onde de acordo com a legislação comunitária podem "continuar a
funcionar tal como saem da fábrica"."Em Itália estão bons para
funcionar e aqui não, Porque é que nós somos diferentes?", questionou
um dos empresários, realçando: "Nós trabalhamos no verão para comer no
inverno, mas mesmo nesses seis meses de inverno em que não trabalhamos
temos de ter as nossas contas em dia".A esta centena de camiões juntar-se-ão outros vindos da Madeira e de outros pontos do país e inclusivamente de Espanha.Os empresários pretendem almoçar nas roulottes junto ao Trancão e depois seguir para o Marquês de Pombal, no centro de Lisboa.Dezenas
de empresários de diversão chegaram hoje a Lisboa vindos da Madeira
para se juntarem aos protestos dos colegas, disse o presidente da
Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED), que se deslocou
ao Governo Civil para agendar mais protestos.Os manifestantes exigem a revogação do decreto-lei que regulamenta a inspeção e o licenciamento dos equipamentos de diversão.