É Carvalhal, ninguém leva a mal? Não acredito... Isto
já está a passar os limites do razoável!", terá exclamado José
Eduardo Bettencourt no domingo, após ver a manchete do jornal
"Record" e as mensagens com semelhante indignação no telemóvel. O
presidente do Sporting não reagiu aos artigos que o acusavam de ter
fragilizado a posição do técnico na conferência aberta a (quase) todos
os órgãos de comunicação social - "o futuro do treinador vai depender
muito dos resultados, que, infelizmente para quem apanhou este barco,
têm sido maus", assumiu -, mas achou agora que tinha chegado a altura de
falar.
Pensou, aconselhou-se e mandou redigir uma missiva
(chegou às redacções com a assinatura da empresa de comunicação que o
fez) em que mostrava o desagrado pela confusão entre "análise objectiva
dos factos com leituras enviesadas assentes em conjecturas, especulações
e impressões pessoais", já depois de ter mostrado solidariedade ao
actual timoneiro da nau leonina. Até aqui tudo bem. E esteve bem. Mas
tudo isso não leva a que Bettencourt deixe de ter em mente o sucessor de
Carvalhal: André Villas-Boas.
A SAD
verde-e-branca tem falado muito sobre Carvalhal. E assume que esperava
mais. Mas, ainda assim, ressalva a entrega e profissionalismo
do treinador. Faltam resultados e a situação é clara: caso seja
eliminado na Liga Europa pelo Everton, corre o risco de sair antes do
final da época. Ainda deve fazer o jogo com o FC Porto (72 horas
depois), mas verá o contrato - que termina em Junho - rescindido em
Fevereiro. A seguir Bettencourt terá de tomar uma de duas opções:
entregar a José Lima, de forma interina, a tarefa de conduzir o Sporting
pelo menos ao quarto lugar ou, naquele que é o cenário preferido, dar
já a André Villas-Boas o leme do Titanic lisboeta. Mas tem ainda alguns
problemas por resolver.
ACADÉMICA Villas-Boas
chegou, viu e venceu em Coimbra: tirou a equipa do último lugar da
classificação e pô-la muito perto da permanência a dez jornadas do fim;
foi eliminado nas grandes penalidades da Taça de Portugal pelo
Beira-Mar, actual líder da Liga de Honra; e atingiu as meias-finais da
Taça da Liga, melhor resultado de sempre dos estudantes na competição.
Por isso, caso saia para Alvalade, leva a sensação de dever cumprido,
sabendo que o primeiro clube que apostou em si como treinador principal
fica sempre salvaguardado. A questão passará de novo pelas
contrapartidas que José Eduardo Simões, o presidente da Académica, irá
pedir. Em Novembro, os conimbricenses pediram um montante pouco acima do
milhão de euros, os lisboetas chegaram apenas aos 500 mil euros; agora
os valores serão inferiores, inversamente à flexibilidade, com tendência
a ser bem maior.
E DEPOIS? Dinheiro não é
problema para André Villas-Boas, como se viu há três meses: o único
facto consumado neste namoro foi mesmo o acordo entre clube e treinador.
Mas para o jovem técnico isso é secundário: o antigo discípulo de
Mourinho está mais preocupado com o projecto. "Agora sou eu que vou
construir o meu futuro", sublinhou no primeiro dia em Coimbra.
Problema:
Bettencourt já não pode dar as garantias que tinha em Janeiro. Os
responsáveis leoninos continuam à espera do dinheiro que deveria chegar
de um fundo de investimento, e é por isso que o negócio de Izmailov com o
Lokomotiv deve mesmo fazer-se caso o Sporting seja eliminado pelo
Everton. Assim, com este novo obstáculo (além da paragem na renegociação
do contrato com a PT de patrocínio das camisolas), o presidente dos
lisboetas não sabe qual a verba que terá disponível para Villas-Boas
montar uma nova estrutura no plantel. E, sem isso, o casamento ficará
adiado. Mas já existem 378 adeptos a perfilarem-se para a cerimónia - o
número de signatários da petição "Villas-Boas no Sporting".
já está a passar os limites do razoável!", terá exclamado José
Eduardo Bettencourt no domingo, após ver a manchete do jornal
"Record" e as mensagens com semelhante indignação no telemóvel. O
presidente do Sporting não reagiu aos artigos que o acusavam de ter
fragilizado a posição do técnico na conferência aberta a (quase) todos
os órgãos de comunicação social - "o futuro do treinador vai depender
muito dos resultados, que, infelizmente para quem apanhou este barco,
têm sido maus", assumiu -, mas achou agora que tinha chegado a altura de
falar.
Pensou, aconselhou-se e mandou redigir uma missiva
(chegou às redacções com a assinatura da empresa de comunicação que o
fez) em que mostrava o desagrado pela confusão entre "análise objectiva
dos factos com leituras enviesadas assentes em conjecturas, especulações
e impressões pessoais", já depois de ter mostrado solidariedade ao
actual timoneiro da nau leonina. Até aqui tudo bem. E esteve bem. Mas
tudo isso não leva a que Bettencourt deixe de ter em mente o sucessor de
Carvalhal: André Villas-Boas.
A SAD
verde-e-branca tem falado muito sobre Carvalhal. E assume que esperava
mais. Mas, ainda assim, ressalva a entrega e profissionalismo
do treinador. Faltam resultados e a situação é clara: caso seja
eliminado na Liga Europa pelo Everton, corre o risco de sair antes do
final da época. Ainda deve fazer o jogo com o FC Porto (72 horas
depois), mas verá o contrato - que termina em Junho - rescindido em
Fevereiro. A seguir Bettencourt terá de tomar uma de duas opções:
entregar a José Lima, de forma interina, a tarefa de conduzir o Sporting
pelo menos ao quarto lugar ou, naquele que é o cenário preferido, dar
já a André Villas-Boas o leme do Titanic lisboeta. Mas tem ainda alguns
problemas por resolver.
ACADÉMICA Villas-Boas
chegou, viu e venceu em Coimbra: tirou a equipa do último lugar da
classificação e pô-la muito perto da permanência a dez jornadas do fim;
foi eliminado nas grandes penalidades da Taça de Portugal pelo
Beira-Mar, actual líder da Liga de Honra; e atingiu as meias-finais da
Taça da Liga, melhor resultado de sempre dos estudantes na competição.
Por isso, caso saia para Alvalade, leva a sensação de dever cumprido,
sabendo que o primeiro clube que apostou em si como treinador principal
fica sempre salvaguardado. A questão passará de novo pelas
contrapartidas que José Eduardo Simões, o presidente da Académica, irá
pedir. Em Novembro, os conimbricenses pediram um montante pouco acima do
milhão de euros, os lisboetas chegaram apenas aos 500 mil euros; agora
os valores serão inferiores, inversamente à flexibilidade, com tendência
a ser bem maior.
E DEPOIS? Dinheiro não é
problema para André Villas-Boas, como se viu há três meses: o único
facto consumado neste namoro foi mesmo o acordo entre clube e treinador.
Mas para o jovem técnico isso é secundário: o antigo discípulo de
Mourinho está mais preocupado com o projecto. "Agora sou eu que vou
construir o meu futuro", sublinhou no primeiro dia em Coimbra.
Problema:
Bettencourt já não pode dar as garantias que tinha em Janeiro. Os
responsáveis leoninos continuam à espera do dinheiro que deveria chegar
de um fundo de investimento, e é por isso que o negócio de Izmailov com o
Lokomotiv deve mesmo fazer-se caso o Sporting seja eliminado pelo
Everton. Assim, com este novo obstáculo (além da paragem na renegociação
do contrato com a PT de patrocínio das camisolas), o presidente dos
lisboetas não sabe qual a verba que terá disponível para Villas-Boas
montar uma nova estrutura no plantel. E, sem isso, o casamento ficará
adiado. Mas já existem 378 adeptos a perfilarem-se para a cerimónia - o
número de signatários da petição "Villas-Boas no Sporting".