Portugal, país de coisas intermédias e mal decididas,
tinha de ser o típico país dos trincos. O futebol
agradece. Então se pudermos ter um jogador de meio-campo que seja
defesa, ou um defesa que saiba ser de meio-campo, não somos mais
espertos que os outros? É por isso que a vida de Benfica,
Braga e FC Porto não está fácil - os
trincos não podem jogar.
Javi García apanhou
dois jogos de castigo (sumaríssimo depois de um pontapé a Valdomiro, do
Vitória de Guimarães), Vandinho só pode regressar no
final da época (suspenso após agressão no túnel de Braga) e Fernando
está lesionado (ruptura muscular). Agora, Jorge Jesus, Domingos
Paciência e Jesualdo Ferreira inventam soluções que nunca serão
perfeitas. Ruben Amorim? Tomás Costa? Filipe Oliveira?
Aconteça o que acontecer (para já este fim-de-semana os adversários são
Leixões, Sporting e Olhanense) há uma certeza: quando estiveram
disponíveis, os trincos voltam e ninguém se lembra de quem os
substituiu.
Javi García é o polícia de choque do Benfica. Resolve
as caldeiradas que os outros criam, volta não volta comete um ou outro
excesso, mas também joga futebol e está a marcar golos como nunca. Por
alguma razão é o segundo futebolista mais utilizado na temporada e o que
mais minutos soma na Liga Europa. Jesus apaixonou-se pelo espanhol e
ele diz que nunca aprendeu tanto como agora.
Vandinho é o Javi
García de Braga. Ou mais. O brasileiro já joga naquela equipa desde
2004, tornou-se capitão, banalizou os safanões aos colegas e também
assume o trabalho sujo. Depois de se conhecer o seu castigo, o Braga foi
contratar Olberdam ao Marítimo mas o futebol não é o mesmo. Aliás, o
lateral Filipe Oliveira foi o melhor substituto de circunstância
encontrado pelo treinador. Com o FC Porto, no Dragão, aquele Braga macio
e apático não tinha naturalmente Vandinho em campo.
Fernando é
novo Paulo Assunção. Mais, segundo Ruben Micael, é o melhor jogador da
equipa. Sim, porque para alguns há futebol decisivo para além dos cortes
imponentes de Bruno Alves, das corridas de Álvaro Pereira ou dos golos
de Falcao. No FC Porto do passado chamavam "carregador de piano" a
André, ou a quem anda com a equipa às costas. É mais ou menos o mesmo,
embora o reconhecimento seja mais comum entre colegas - é como se não
pudessem esquecer-se de quem lhes salva a vida todos os dias.
Em
Portugal, o trinco dos trincos talvez tenha sido Mário Coluna. Ganhou
alcunha de "Monstro Sagrado", levantou duas taças dos campeões e deixou
uma exigência que não permite que um qualquer Michael Thomas se arraste
por aí. É claro que às vezes as equipas têm de levar com eles, mas não é
a mesma coisa.
tinha de ser o típico país dos trincos. O futebol
agradece. Então se pudermos ter um jogador de meio-campo que seja
defesa, ou um defesa que saiba ser de meio-campo, não somos mais
espertos que os outros? É por isso que a vida de Benfica,
Braga e FC Porto não está fácil - os
trincos não podem jogar.
Javi García apanhou
dois jogos de castigo (sumaríssimo depois de um pontapé a Valdomiro, do
Vitória de Guimarães), Vandinho só pode regressar no
final da época (suspenso após agressão no túnel de Braga) e Fernando
está lesionado (ruptura muscular). Agora, Jorge Jesus, Domingos
Paciência e Jesualdo Ferreira inventam soluções que nunca serão
perfeitas. Ruben Amorim? Tomás Costa? Filipe Oliveira?
Aconteça o que acontecer (para já este fim-de-semana os adversários são
Leixões, Sporting e Olhanense) há uma certeza: quando estiveram
disponíveis, os trincos voltam e ninguém se lembra de quem os
substituiu.
Javi García é o polícia de choque do Benfica. Resolve
as caldeiradas que os outros criam, volta não volta comete um ou outro
excesso, mas também joga futebol e está a marcar golos como nunca. Por
alguma razão é o segundo futebolista mais utilizado na temporada e o que
mais minutos soma na Liga Europa. Jesus apaixonou-se pelo espanhol e
ele diz que nunca aprendeu tanto como agora.
Vandinho é o Javi
García de Braga. Ou mais. O brasileiro já joga naquela equipa desde
2004, tornou-se capitão, banalizou os safanões aos colegas e também
assume o trabalho sujo. Depois de se conhecer o seu castigo, o Braga foi
contratar Olberdam ao Marítimo mas o futebol não é o mesmo. Aliás, o
lateral Filipe Oliveira foi o melhor substituto de circunstância
encontrado pelo treinador. Com o FC Porto, no Dragão, aquele Braga macio
e apático não tinha naturalmente Vandinho em campo.
Fernando é
novo Paulo Assunção. Mais, segundo Ruben Micael, é o melhor jogador da
equipa. Sim, porque para alguns há futebol decisivo para além dos cortes
imponentes de Bruno Alves, das corridas de Álvaro Pereira ou dos golos
de Falcao. No FC Porto do passado chamavam "carregador de piano" a
André, ou a quem anda com a equipa às costas. É mais ou menos o mesmo,
embora o reconhecimento seja mais comum entre colegas - é como se não
pudessem esquecer-se de quem lhes salva a vida todos os dias.
Em
Portugal, o trinco dos trincos talvez tenha sido Mário Coluna. Ganhou
alcunha de "Monstro Sagrado", levantou duas taças dos campeões e deixou
uma exigência que não permite que um qualquer Michael Thomas se arraste
por aí. É claro que às vezes as equipas têm de levar com eles, mas não é
a mesma coisa.