Manuel Machado: «Rui Alves não gostou do Bebé»

O treinador do V. Guimarães, Manuel Machado, considera que Bebé pode ser "um jogador do mais alto nível" e admite que a verba resultante da sua transferência para o Manchester United - assim como as de Assis e Moreno - "possibilitou alguma estabilidade e um melhor ataque ao mercado".R – Admite que a venda do Bebé foi essencial para que tenha conseguido equilibrar o seu plantel?MM – São questões que não devo aprofundar porque a minha responsabilidade é técnica. Porém, não sou cego nem surdo. Trabalho em equipa e não tenho dúvidas que a injeção de capital deste defeso, que resultou da venda do Bebé, do Assis e do Moreno, possibilitou alguma estabilidade e um melhor ataque ao mercado, nomeadamente no que diz respeito às aquisições do Toscano e do João Paulo.R – Disse à altura que o Bebé tem tudo para ser um grande jogador. Quão grande?MM – Pode ser um jogador do mais alto nível. Trabalhei muitos anos na formação e por inerência de milhares de análises a jovens sou obrigado a ter alguma experiência neste campo. Quando o Bebé se juntou a nós no estágio de Quiaios, esse foi o meu primeiro contacto com o jogador, embora já me tivessem falado dele quando eu ainda orientava o Nacional. Inclusive, quando o Est. Amadora utilizou as instalações do Nacional na época passada eu estava a viver um difícil período de saúde e o presidente Rui Alves, que pôde ver o jogador, não gostou dele. É uma opinião que se respeita. Quando cheguei ao Vitória havia um conjunto de relatórios que abonava em favor do jogador e por isso avançámos para a contratação. Para um atleta de 19 anos, que vinha da 2.ª Divisão, era uma surpresa muito agradável. E quando se juntam estes ingredientes e se coloca o atleta numa escola formadora como a do Manchester United, que já deu exemplos como o de Nani, Cristiano Ronaldo e Anderson, é óbvio que posso acreditar que ele pode chegar ao mais alto nível.R – O que pensou naquele momento em que lhe disseram que não ia ter o Bebé?MM – Pensei que não podemos ficar com os sapatos e o dinheiro. Iria perder os sapatos, mas o clube iria ficar com o dinheiro. Não fiquei preocupado, fiquei até muito satisfeito. Em termos técnicos eu sou pago para encontrar soluções e aquilo que está provado até ao momento é que as nossas opções foram corretamente tomadas. Se calhar seria uma figura de proa na minha equipa, embora as projeções sejam sempre falíveis, mas com base nos dados que foi fornecendo durante o tempo que esteve connosco estaria na primeira linha de cada uma das equipas que o Vitória tem apresentado.