O Feirense está de regresso ao convívio dos grandes, após a última
experiência em 1989-90, quando foi a última equipa só com portugueses no
plantel
Farinha, açúcar, sal, manteiga sem sal, ovos, canela em pó, limão e
vinho do Porto. A fogaça da Feira é um pão doce cujo formato alude à
torre de um castelo (o de Santa Maria da Feira), que resulta de um voto a
S. Sebastião e que constitui a base da Festa das Fogaceiras, que se
realiza anualmente a 20 de Janeiro. A fogaça da Feira é um bolo típico
de Santa Maria da Feira e volta a estar no menu da 1.a divisão, com a
subida do Feirense, após 21 anos de ausência.
Quem regressa é
sempre bem-vindo, mas o caso do Feirense é mais saudoso ainda, porque se
trata da última equipa a jogar na 1.a divisão com um plantel só de
portugueses. E atenção que estamos a falar de uma época pré-Bosman, mas
em que a esmagadora maioria dos clubes tinha estrangeiros. Os reis eram
Portimonense, Boavista e Nacional, com 11, e só o Vitória de Setúbal não
contratara nenhum brasileiro. Contas feitas, havia 127 estrangeiros (78
brasileiros) espalhados pelas 18 equipas. Pelas 18? Não! Pelas 17.
O Feirense era o resistente. Seis deles naturais de Santa Maria da
Feira e os outros recém-campeões mundiais em Riade-89, como os defesas
Valido e Morgado e o médio Resende. Se a este leque de jovens locais e
aos outros já com provas dadas no panorama internacional juntarmos a
força de Pedro Martins (esse mesmo, o actual treinador do Marítimo, que
continuou a carreira no V. Guimarães e no Sporting) e o virtuosismo de
João Luís, emprestado pelo Sporting e melhor marcador nessa época, com
oito golos, estamos perante... o último classificado desse campeonato
nacional.
Em 34 jogos, o Feirense de Henrique Nunes (também no
banco, a escolha recaiu no que é nacional, que é bom) só ganhou cinco
(1-0 à U. Madeira na jornada de abertura, 1-0 ao Belenenses na 3.a, 2-0
ao Marítimo na 15.a, 2-1 ao Penafiel na 25.a e 3-1 ao Sp. Braga na
31.a), empatou dez (um deles com o Benfica, 1-1) e perdeu 19, com 25-57
em golos. No fim das contas, apenas 20 pontos, a um do Portimonense, o
outro despromovido, e a quatro da salvação, personificada na União da
Madeira.
Vinte de Maio de 1990. Eis o último dia em que o
Feirense jogou na 1.a divisão: 1-3 com o Boavista no Marcolino de
Castro, o mesmo estádio que este fim-de- -semana celebrou a subida de
divisão com a vitória por 2-0 sobre o Desp. Aves, na penúltima jornada
da Liga Orangina.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
(parece-me que já falámos disto na página 45, acho...) e o Feirense de
hoje já não tem aquele charme nacional de 1989/90. O treinador é
português (Quim Machado, curiosamente titular do Sp. Braga na Vila da
Feira, quando o Feirense ganhou pela última vez na 1.a divisão: 3-1, a
29 de Abril de 1990), mas o plantel já perdeu o toque cem por cento
português. Há seis brasileiros (Luciano, Elvis, Thiago de Freitas,
Robert, Moisés e Roberto, este último o melhor marcador, com nove golos)
e um marfinense (Bamba). Decerto que também eles apreciam as fogaças.
experiência em 1989-90, quando foi a última equipa só com portugueses no
plantel
Farinha, açúcar, sal, manteiga sem sal, ovos, canela em pó, limão e
vinho do Porto. A fogaça da Feira é um pão doce cujo formato alude à
torre de um castelo (o de Santa Maria da Feira), que resulta de um voto a
S. Sebastião e que constitui a base da Festa das Fogaceiras, que se
realiza anualmente a 20 de Janeiro. A fogaça da Feira é um bolo típico
de Santa Maria da Feira e volta a estar no menu da 1.a divisão, com a
subida do Feirense, após 21 anos de ausência.
Quem regressa é
sempre bem-vindo, mas o caso do Feirense é mais saudoso ainda, porque se
trata da última equipa a jogar na 1.a divisão com um plantel só de
portugueses. E atenção que estamos a falar de uma época pré-Bosman, mas
em que a esmagadora maioria dos clubes tinha estrangeiros. Os reis eram
Portimonense, Boavista e Nacional, com 11, e só o Vitória de Setúbal não
contratara nenhum brasileiro. Contas feitas, havia 127 estrangeiros (78
brasileiros) espalhados pelas 18 equipas. Pelas 18? Não! Pelas 17.
O Feirense era o resistente. Seis deles naturais de Santa Maria da
Feira e os outros recém-campeões mundiais em Riade-89, como os defesas
Valido e Morgado e o médio Resende. Se a este leque de jovens locais e
aos outros já com provas dadas no panorama internacional juntarmos a
força de Pedro Martins (esse mesmo, o actual treinador do Marítimo, que
continuou a carreira no V. Guimarães e no Sporting) e o virtuosismo de
João Luís, emprestado pelo Sporting e melhor marcador nessa época, com
oito golos, estamos perante... o último classificado desse campeonato
nacional.
Em 34 jogos, o Feirense de Henrique Nunes (também no
banco, a escolha recaiu no que é nacional, que é bom) só ganhou cinco
(1-0 à U. Madeira na jornada de abertura, 1-0 ao Belenenses na 3.a, 2-0
ao Marítimo na 15.a, 2-1 ao Penafiel na 25.a e 3-1 ao Sp. Braga na
31.a), empatou dez (um deles com o Benfica, 1-1) e perdeu 19, com 25-57
em golos. No fim das contas, apenas 20 pontos, a um do Portimonense, o
outro despromovido, e a quatro da salvação, personificada na União da
Madeira.
Vinte de Maio de 1990. Eis o último dia em que o
Feirense jogou na 1.a divisão: 1-3 com o Boavista no Marcolino de
Castro, o mesmo estádio que este fim-de- -semana celebrou a subida de
divisão com a vitória por 2-0 sobre o Desp. Aves, na penúltima jornada
da Liga Orangina.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
(parece-me que já falámos disto na página 45, acho...) e o Feirense de
hoje já não tem aquele charme nacional de 1989/90. O treinador é
português (Quim Machado, curiosamente titular do Sp. Braga na Vila da
Feira, quando o Feirense ganhou pela última vez na 1.a divisão: 3-1, a
29 de Abril de 1990), mas o plantel já perdeu o toque cem por cento
português. Há seis brasileiros (Luciano, Elvis, Thiago de Freitas,
Robert, Moisés e Roberto, este último o melhor marcador, com nove golos)
e um marfinense (Bamba). Decerto que também eles apreciam as fogaças.