Moniz Pereira levantou véu às contratações estratégicas de dois
ucranianos. Não escondeu que assim é possível levar outra Taça dos
Campeões para junto das 15 que Alvalade já tem.
Não há na história do Sporting modalidade de maior sucesso
internacional: para lá de mão cheia de campeões olímpicos e mundiais,14
títulos europeus de corta-mato e um de pista - e essa Taça dos
Campeões, ganha em 2001, no Algarve, sem nunca ter o impacto que
merecia, é, sem dúvida, das maiores proezas do desporto português. Que
pode repetir-se em 2010 - graças a duas contratações estratégicas,
ambas da Ucrânia: Viktor Yaftrebov, triplo saltador, 24 anos, recorde
pessoal de 17,32 metros - e na época passada vice-campeão europeu de
pista coberta em Turim com 17,25; e Artem Rubanko, lançador de martelo,
35 anos, recorde pessoal de 80,44 metros - e na época passada 79,69 e
4º lugar na Taça da Europa que se disputou em Leiria. Só para se ter
uma ideia do que mudou assim: na equipa do Sporting que ficou em
segundo lugar na TCE de 2009 quem fez triplo foi Carlos Calado -
acabara de regressar às pistas, 15,31 metros deram-lhe o quarto lugar.
E quem fez martelo foi Dário Manso - pouco passou dos 65 metros, foi
sétimo.
E é exactamente por isso que as esperanças postas em
alto por Moniz Pereira fazem todo o sentido, não são castelos no ar:
«Se há um ano fomos vice-campeões da Europa a um ponto apenas dos
russos, é óbvio que agora podemos trazer para Alvalade a segunda Taça
dos Campeões de pista. E espantoso já foi o que fizemos. O Sporting foi
a única equipa sem estrangeiros, conseguiu a coisa extraordinária que
conseguiu, que ninguém, infelizmente, tratou como tal, mas quanto a
isso já estamos habituados...»