O empresário Jorge Teixeira
está sob investigação a cargo do Ministério Público por alegadamente
ter abordado os três capitães do Leixões (Nuno Silva, Hugo Morais e
Joel) e feito uma oferta de 50 mil euros para os matosinhenses
conseguirem pontuar no Estádio da Luz - em jogo relativo à 6.ª jornada
do campeonato.
Jorge Teixeira, filho do ex-presidente do
Leixões, José Manuel Teixeira, já foi mesmo constituído arguido num
processo que poderá ir muito além deste Benfica-Leixões, que terminou
com a vitória dos encarnados por 5-0, a 26 de setembro do ano passado.
A investigação do MP envolve, desde logo, o Sp. Braga, porque terá sido
em nome do clube bracarense que a oferta foi feita. De resto, no
decorrer da investigação, os próprios capitães do Leixões terão
admitido que, nessa abordagem, Jorge Teixeira prometeu o referido
prémio envolvendo o nome do Sp. Braga.
O presidente do Leixões,
Carlos Oliveira - que só tomou conhecimento da situação a posteriori -,
mostrou-se indignado e falou com os três jogadores, que lhe confirmaram
os contactos por parte de Jorge Teixeira. Nuno Silva, Hugo Morais e
Joel, apurou o nosso jornal, confessaram inicialmente o caso ao
treinador José Mota
enquanto a equipa viajava, no próprio dia do jogo, em direção a Lisboa.
Existem
várias questões suscitadas no inquérito que está em andamento e, desde
logo, uma delas é apurar se o referido empresário dispõe de condições
para, em nome individual, realizar uma ação desta
grandeza de
valores, embora Record também saiba que a investigação procura
simultaneamente saber se existe algum grau de relação entre Teixeira e
o clube que lidera o campeonato. Por outro lado,
António Salvador,
presidente do Braga, terá ele próprio tomado a iniciativa de denunciar
o caso à polícia no momento em que tomou conhecimento que o nome do seu
clube aparecia envolvido nesta história.
De acordo com fonte
junto do processo, este dossier iniciado a partir do Benfica-Leixões
será apenas uma pequena parte de uma investigação mais alargada. Que,
neste momento, até já deverá incluir a análise a mais jogos da Liga
Sagres - com vista a apurar se existem outras ofertas e de que género,
procurando o MP aí
encontrar casos de infração mais grave, como por
exemplo aliciamento para uma equipa se deixar derrotar. Nesse caso, a
prática já configuraria corrupção.
"Jó" não era apenas o filho do presidente
O
homem que está no olho do furacão é um jovem de 32 anos que tentou
fazer uma carreira de futebolista. Jorge Teixeira, conhecido apenas por
"Jó" entre os seus amigos mais próximos, foi jogador do FC Porto nas
camadas jovens e ainda tentou como sénior afirmar uma carreira de
futebolista, tendo jogado no Torre de Moncorvo.
Jorge é filho de
José Manuel Teixeira, presidente do Leixões nos anos em que a equipa,
sob as ordens de Carlos Carvalhal, conseguiu estar presente na final da
Taça de Portugal (época de 2002/03) e regressar às competições
europeias. Já muito próximo do clube, Jorge Teixeira acabou por
ascender ao cargo de gestor
desportivo, acompanhando os últimos meses da presidência do seu pai, um antigo jogador do Leixões conhecido pela sua raça.
José
Manuel Teixeira assumiu a presidência do clube escorado também no facto
de na altura ser casado com Sílvia Carvalho, filha de um dos principais
acionistas da SAD, o empresário da área dos congelados Manuel Carvalho.
Tudo ficou mais difícil para José Manuel Teixeira quando se separou de
Sílvia, tendo permanecido na estrutura do clube já quando Carlos
Oliveira assumiu a presidência da SAD, mas saindo do clube no ano em
que este conseguiu finalmente ascender, sob o comando de Vítor
Oliveira, à 1.ª Divisão (época de 2006/07).
Jorge Teixeira
saiu mais cedo que o pai, depois de chegar a acordo com o Leixões,
tendo a administração alegado que tinha um vencimento incomportável com
as suas funções. A atual administração terá detetado também situações
que a levaram a romper com Teixeira pai e filho, que desde então se têm
mantido
numa oposição apagada à equipa conduzida por Carlos
Oliveira. Jorge Teixeira enveredou então pela carreira de empresário de
jogadores, aproveitando os contactos privilegiados que tinha com alguns
protagonistas do futebol. Era conhecida a sua ligação a José Gomes,
atual treinador adjunto de Jesualdo Ferreira no FC Porto, ao qual
chegou mesmo a organizar uma festa de homenagem depois da passagem, sem
sucesso, deste treinador pelo Leixões.
Note-se que o pai de
Jorge Teixeira surgiu nas últimas eleições autárquicas a apoiar a
candidatura de Narciso Miranda, antigo presidente da Câmara de
Matosinhos que perdeu as autárquicas do passado dia 11 de outubro para
Guilherme Pinto, de quem Nuno Oliveira, um dos filhos de Carlos
Oliveira, é o n.º 2 no executivo.
O Benfica-Leixões de que agora se fala aconteceu duas semanas antes.
Expulsões, polémica e goleada
O
Benfica-Leixões, que agora está a ser investigado pelo Ministério
Público, foi um jogo envolto em polémica em que o Leixões acabaria a
partida apenas com 9 elementos em campo, fruto das expulsões de Pouga
(27') e Nuno Silva (54') por parte do árbitro João Capela.
Apesar
do juiz lisboeta ter tido decisões acertadas ao mostrar o cartão
vermelho aos dois jogadores matosinhenses (ambos por contínuo recurso a
faltas perigosas), o técnico José Mota não calou a indignação no final
da partida. "A expulsão de Pouga foi a pedido dos jogadores do
Benfica", afirmou o técnico do Leixões.
Contudo, e tendo em conta
as análises da maioria dos jornais no dia seguinte ao encontro, ficaram
ainda duas grandes penalidades por marcar a favor dos encarnados: aos
15' falta de Nuno Silva sobre Cardozo na grande área e aos 37' por
carga de Tucker sobre Ramires. Dois lances numa altura em que o
resultado persistia ainda num nulo que só seria desfeito já nos
descontos concedidos por João Capela na primeira parte, quando David
Luiz desviou de cabeça um livre lateral cobrado por Pablo Aimar. No
segundo tempo, o Benfica viria a marcar mais 4 golos por Cardozo (2),
Ramires e Maxi.
está sob investigação a cargo do Ministério Público por alegadamente
ter abordado os três capitães do Leixões (Nuno Silva, Hugo Morais e
Joel) e feito uma oferta de 50 mil euros para os matosinhenses
conseguirem pontuar no Estádio da Luz - em jogo relativo à 6.ª jornada
do campeonato.
Jorge Teixeira, filho do ex-presidente do
Leixões, José Manuel Teixeira, já foi mesmo constituído arguido num
processo que poderá ir muito além deste Benfica-Leixões, que terminou
com a vitória dos encarnados por 5-0, a 26 de setembro do ano passado.
A investigação do MP envolve, desde logo, o Sp. Braga, porque terá sido
em nome do clube bracarense que a oferta foi feita. De resto, no
decorrer da investigação, os próprios capitães do Leixões terão
admitido que, nessa abordagem, Jorge Teixeira prometeu o referido
prémio envolvendo o nome do Sp. Braga.
O presidente do Leixões,
Carlos Oliveira - que só tomou conhecimento da situação a posteriori -,
mostrou-se indignado e falou com os três jogadores, que lhe confirmaram
os contactos por parte de Jorge Teixeira. Nuno Silva, Hugo Morais e
Joel, apurou o nosso jornal, confessaram inicialmente o caso ao
treinador José Mota
enquanto a equipa viajava, no próprio dia do jogo, em direção a Lisboa.
Existem
várias questões suscitadas no inquérito que está em andamento e, desde
logo, uma delas é apurar se o referido empresário dispõe de condições
para, em nome individual, realizar uma ação desta
grandeza de
valores, embora Record também saiba que a investigação procura
simultaneamente saber se existe algum grau de relação entre Teixeira e
o clube que lidera o campeonato. Por outro lado,
António Salvador,
presidente do Braga, terá ele próprio tomado a iniciativa de denunciar
o caso à polícia no momento em que tomou conhecimento que o nome do seu
clube aparecia envolvido nesta história.
De acordo com fonte
junto do processo, este dossier iniciado a partir do Benfica-Leixões
será apenas uma pequena parte de uma investigação mais alargada. Que,
neste momento, até já deverá incluir a análise a mais jogos da Liga
Sagres - com vista a apurar se existem outras ofertas e de que género,
procurando o MP aí
encontrar casos de infração mais grave, como por
exemplo aliciamento para uma equipa se deixar derrotar. Nesse caso, a
prática já configuraria corrupção.
"Jó" não era apenas o filho do presidente
O
homem que está no olho do furacão é um jovem de 32 anos que tentou
fazer uma carreira de futebolista. Jorge Teixeira, conhecido apenas por
"Jó" entre os seus amigos mais próximos, foi jogador do FC Porto nas
camadas jovens e ainda tentou como sénior afirmar uma carreira de
futebolista, tendo jogado no Torre de Moncorvo.
Jorge é filho de
José Manuel Teixeira, presidente do Leixões nos anos em que a equipa,
sob as ordens de Carlos Carvalhal, conseguiu estar presente na final da
Taça de Portugal (época de 2002/03) e regressar às competições
europeias. Já muito próximo do clube, Jorge Teixeira acabou por
ascender ao cargo de gestor
desportivo, acompanhando os últimos meses da presidência do seu pai, um antigo jogador do Leixões conhecido pela sua raça.
José
Manuel Teixeira assumiu a presidência do clube escorado também no facto
de na altura ser casado com Sílvia Carvalho, filha de um dos principais
acionistas da SAD, o empresário da área dos congelados Manuel Carvalho.
Tudo ficou mais difícil para José Manuel Teixeira quando se separou de
Sílvia, tendo permanecido na estrutura do clube já quando Carlos
Oliveira assumiu a presidência da SAD, mas saindo do clube no ano em
que este conseguiu finalmente ascender, sob o comando de Vítor
Oliveira, à 1.ª Divisão (época de 2006/07).
Jorge Teixeira
saiu mais cedo que o pai, depois de chegar a acordo com o Leixões,
tendo a administração alegado que tinha um vencimento incomportável com
as suas funções. A atual administração terá detetado também situações
que a levaram a romper com Teixeira pai e filho, que desde então se têm
mantido
numa oposição apagada à equipa conduzida por Carlos
Oliveira. Jorge Teixeira enveredou então pela carreira de empresário de
jogadores, aproveitando os contactos privilegiados que tinha com alguns
protagonistas do futebol. Era conhecida a sua ligação a José Gomes,
atual treinador adjunto de Jesualdo Ferreira no FC Porto, ao qual
chegou mesmo a organizar uma festa de homenagem depois da passagem, sem
sucesso, deste treinador pelo Leixões.
Note-se que o pai de
Jorge Teixeira surgiu nas últimas eleições autárquicas a apoiar a
candidatura de Narciso Miranda, antigo presidente da Câmara de
Matosinhos que perdeu as autárquicas do passado dia 11 de outubro para
Guilherme Pinto, de quem Nuno Oliveira, um dos filhos de Carlos
Oliveira, é o n.º 2 no executivo.
O Benfica-Leixões de que agora se fala aconteceu duas semanas antes.
Expulsões, polémica e goleada
O
Benfica-Leixões, que agora está a ser investigado pelo Ministério
Público, foi um jogo envolto em polémica em que o Leixões acabaria a
partida apenas com 9 elementos em campo, fruto das expulsões de Pouga
(27') e Nuno Silva (54') por parte do árbitro João Capela.
Apesar
do juiz lisboeta ter tido decisões acertadas ao mostrar o cartão
vermelho aos dois jogadores matosinhenses (ambos por contínuo recurso a
faltas perigosas), o técnico José Mota não calou a indignação no final
da partida. "A expulsão de Pouga foi a pedido dos jogadores do
Benfica", afirmou o técnico do Leixões.
Contudo, e tendo em conta
as análises da maioria dos jornais no dia seguinte ao encontro, ficaram
ainda duas grandes penalidades por marcar a favor dos encarnados: aos
15' falta de Nuno Silva sobre Cardozo na grande área e aos 37' por
carga de Tucker sobre Ramires. Dois lances numa altura em que o
resultado persistia ainda num nulo que só seria desfeito já nos
descontos concedidos por João Capela na primeira parte, quando David
Luiz desviou de cabeça um livre lateral cobrado por Pablo Aimar. No
segundo tempo, o Benfica viria a marcar mais 4 golos por Cardozo (2),
Ramires e Maxi.