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Benfica de gala para receber um Guimarães em clara ascensão desde que Paulo Sérgio tomou conta da equipa. Velhos traumas exigiam que a exibição de hoje fosse clara, sem margens para dúvidas, para desfazer a malapata com o Guimarães e reafirmar o Benfica como o grande candidato ao título, pese embora a campanha excepcional do Braga até aqui. Jesus deixou Peixoto e Ramires de fora do onze titular, e apostou em Coentrão e Carlos Martins. A equipa entrou forte, determinada, e a mandar no jogo sem hesitações. Esta atitude foi fundamental para ultrapassar um adversário tão complicado e tão bem ajudado por um trio de árbitros que foram capazes de brilhar a grande altura na pior arbitragem da época até ao momento. Foi mau demais para ser verdade, e merece reflexão. Expulsa-se um jogador por tocar com a mão na bola, mas um jogador que desfaz autenticamente Di Maria quando este caminhava isolado para a baliza fica em campo. Foi incompetência a mais, mas acabou por abrilhantar ainda mais a demonstração de força a que hoje assistimos. Ao bom início do Benfica, respondeu Aimar com uma jogada magistral a marcar o 1-0. E o Benfica carregou após o 1-0, que o Guimarães não deixa descansar. Houve oportunidades para aumentar o activo, mas um misto de desinspiração dos nossos jogadores e desinspiração crassa de Elmano Santos impediram o natural avolumar do resultado. E foi contra a corrente que o Guimarães empatou, com a defesa do Benfica muito permissiva a ver jogar e a assistir de cadeirinha ao golo dos forasteiros. Foi aliás uma passividade recorrente ao longo de todo o jogo, potenciada sobretudo por uma exibição bastante desconcentrada de David Luiz e Javi Garcia, muitos furos abaixo do que estamos habituados neles. A 2ª parte começou praticamente com o golo de Carlos Martins, numa jogada de belo recorte de Aimar, culminada com um pontapé de fora da área sem hipóteses para Nilson. E se o 2-1 não deu hipóteses ao guarda-redes vimaranense, que dizer do 3º golo, novamente por Carlos Martins? Um golão de levantar estádios a culminar uma exibição muito boa do português, em grande momento de forma. Depois Elmano Santos completamente ao arrepio do critério que tinha tido até aí, expulsa Carlos Martins com segundo amarelo num lance de bola na mão. Mas o Benfica soube aguentar-se muito bem com 10, e foi mesmo assim melhor que os visitantes. Cardozo desperdiçou de forma inacreditável o 4-1 neste período. Em termos individuais, quero destacar Di Maria, Aimar e Carlos Martins. Di Maria foi fundamental, um quebra-cabeças à solta muito fustigado por faltas, fazendo a cabeça em água à defesa adversária e estando hoje bastante bem em tarefas defensivas. Exibição muito positiva do nº 20. Carlos Martins quanto a mim foi o homem do jogo. Dois grandes golos foram a cereja no topo do delicioso bolo que foi a sua exibição, plena de raça, entrega e talento, que soube usar ao serviço do colectivo. E Aimar, que apesar de alguns lances menos positivos (um jogador de 30 anos não pode perder sistematicamente bolas em canto a nosso favor, desequilibrando a equipa por completo), acabou por estar no que de melhor o Benfica fez na partida. Hoje claramente melhor que nos últimos meses. Ao contrário destacaria David Luiz, Saviola, Cardozo e Javi Garcia. Saviola e Cardozo hoje estiveram muito desinspirados, ao ponto de nem terem propriamente conseguido criar jogo para a equipa, como têm sempre feito mesmo quando não estão inspirados ao ponto de marcarem. Cardozo parece estar claramente a atravessar uma crise de confiança, e nós já sabemos os efeitos que isso causa no paraguaio... para a próxima já sai melhor. Javi Garcia e David Luiz estiveram muito desconcentrados, tacticamente nada convincentes, e garantiram vários ataques perigosos ao Guimarães. Das exibições mais negativas dos dois esta época, sem dúvida. O que sabe bem neste Benfica, é que mesmo não havendo grandes inspirações individuais (mesmo os jogadores que destaquei pela positiva, não fizeram propriamente exibições de outro mundo), a equipa no seu todo mostra-se coesa e revela um grande nível a gerir o jogo, a matá-lo quando é necessário e a oferecer espectáculo para a plateia. Mais de 50.000 na Luz, mais uma prova de que o andor é feito pelos adeptos. Mais uma prova que o apito não veste de encarnado. E mais uma prova que o mais forte esse sim, veste de encarnado e tem uma águia ao peito. Seguem-se dois jogos para o campeonato, que podem pressionar imenso o Braga nesta corrida. Vamos embora Benfica, todos juntos somos imparáveis. Muitos parabéns à equipa, teve uma atitude e uma classe que enche de orgulho os benfiquistas. Que certamente não a deixarão só. |
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