Diversão: Terceiro dia de protestos com marcha lenta na capital
Os
empresários de carrosséis conseguiram ontem condicionar o trânsito na
Segunda Circular, em Lisboa, minutos antes do início do jogo
Benfica-Guimarães. A PSP teve de cortar o trânsito no sentido do
aeroporto para permitir a passagem da caravana de mais de uma centena
de veículos, entre camiões e ligeiros. Ficou gorada a pretensão de os
empresários se manifestarem em frente ao Estádio da Luz.
Ao
terceiro dia de protestos, os empresários dos equipamentos de diversão
(carrosséis, montanhas--russas, carrinhos-de-choque e até farturas)
voltaram a percorrer a cidade de Lisboa em marcha lenta, provocando o
caos nas principais avenidas.
O início da
marcha, por volta das 13h00, levou os manifestantes da rotunda do
Trancão, no Parque das Nações, até Belém, percorrendo todo o percurso
junto ao rio Tejo. "Volta Salazar, o Governo anda-nos a roubar" ou
"Segurança sim, reforma não" foram alguns dos cartazes utilizados nos
veículos. Vários manifestantes sopraram cornetas de plástico no
trajecto.
Os empresários alegam que estão
impedidos de trabalhar desde Dezembro, pois recusam inscrever-se para a
inspecção dos equipamentos, a realizar pelo Instituto Electrotécnico
Português. Luís Fernandes, presidente da Associação de Empresários de
Diversão, diz que os equipamentos fabricados até 2004 "não estão
obrigados a cumprir o novo regulamento", que obriga a profundas
alterações, entre as quais a instalação de novos sistemas eléctricos.
Depois
de na noite de sexta-feira a polícia ter efectuado disparos de
dissuasão no Parque das Nações, o protesto de ontem foi mais pacífico,
tendo apenas sido registado um toque entre uma viatura ligeira e um dos
camiões, na passagem pela avenida 24 de Julho. No final do protesto, no
Parque das Nações, os empresários reuniram-se e decidiram-se pela
realização de uma nova marcha, hoje.
PORMENORES
PEDRÓGÃO É A CAPITAL
A vila de Pedrógão Grande é considerada a capital dos carrosséis, com 90 empresários da diversão.
AUTARCAS PREOCUPADOS
Os autarcas de P. Grande eda Pampilhosa da Serra estão preocupados com o futuro do sector, prevendo desemprego.