Forças policiais estão a seguir de perto a situação, gabinete coordenador classificou evento como de segurança máximaAs
autoridades estão preocupadas com a segurança do Papa e estão a
analisar todos os riscos da existência de uma base da ETA em Portugal,
admitiram ontem as forças policiais. Segundo apurou o DN, o Gabinete
Coordenador de Segurança classificou, desde o início, a visita de Sua
Santidade como um evento de segurança máxima, o que se mantém. No
entanto, a mesma fonte lembrou que todos os dias, o SIS analisa os
riscos em causa, e se a situação com a ETA se agravasse e houvesse
suspeitas de algo grave como um atentado, a visita poderia, no limite,
ser cancelada.No entanto, tudo está a ser preparado para receber
o Papa que, sabe o DN, vai ter como segurança de proximidade a Guarda
Suíça do Vaticano. De resto, será a PSP e a GNR a proteger o
Papa e o peregrinos, durante a visita de Bento XVI a Portugal, de 11 a
14 de Maio. O DN sabe que todas as forças especiais da Unidade de
Intervenção da GNR vão estar destacadas para o evento, assim como
elementos da segurança pessoal da PSP, das operações especiais e das
minas e armadilhas. Na conferência de imprensa de ontem, a GNR
assumiu que a maior preocupação da visita do Chefe do Estado do
Vaticano está centrada na figura de Bento XVI. Entre os representantes
das 19 entidades, a GNR assume papel preponderante: "A nossa maior
preocupação é a segurança de Sua Santidade e também dos peregrinos."
Questionado sobre as repercussões de uma eventual existência de uma
base da ETA em Portugal, o relações públicas do Comando Territorial de
Santarém, Joaquim Nunes, assumiu: "É evidente que é um assunto que está
a ser analisado", acrescentando: "Há ou vai haver relatórios de
informações e a Guarda vai estar atenta também a esse facto."Contudo,
fonte eclesiástica reiterou ao DN que "a Igreja Católica é claramente
pelo diálogo e pela paz, não tendo a ETA qualquer conotação à figura do
Papa".Ainda assim, a mesma fonte sustenta que a questão da
segurança é vista como prioritária, por se tratar de um chefe de
Estado. Certo é que, até em Roma, Bento XVI tem vigilância mais
apertada, sobretudo, após o incidente antes da Missa do Galo, à entrada
da Basílica de S. Pedro. Se em Itália o controlo dos participantes nas
celebrações teve este ajustamento de segurança, em Portugal será
segurança máxima em torno do Papa. Entretanto, ontem à tarde,
decorreu o encontro do Conselho Permanente da Conferência Episcopal
Portuguesa. E deste resultou a criação de um sítio na Internet, no qual
os peregrinos poderão aceder a informações detalhadas sobre o programa
da visita do Papa a Portugal, que tem como lema genérico "Contigo
caminhamos na esperança." Hoje, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, há nova reunião para analisar as rotas do Papa em Portugal.