Escutas falsas? Troca de identidades? A dúvida é lançada por João
Carlos Silva, citado no "Sol" como interlocutor de Paulo Penedos -
assessor jurídico da PT - em conversas sobre Henrique Granadeiro,
chairman da empresa. "A alegada escuta não existe, não pode existir
porque a conversa telefónica que relata nunca existiu. O que vem no
jornal é falso", afirma o advogado num email enviado a Granadeiro.
Paulo Penedos, ao i, não confirma nem desmente, justificando ter de respeitar o segredo de justiça.
Em
declarações à "Visão", Granadeiro diz, rindo-se, que se sente
"encornado" com a descoberta de que a PT fazia parte de um alegado
plano do governo para controlar os media. Assegura que não
desconfiava dele, mas admite que possa ter acontecido. "À minha
revelia", acrescenta. Explica ainda já ter falado sobre o assunto com o
CEO da PT, Zeinal Bava, e garante que "ninguém se demitiu". Contactado
pelo i, Granadeiro não quis fazer qualquer comentário
adicional. Porém, o mal-estar está instalado na operadora e novamente
com administradores apoiados pelo Estado: Rui Pedro Soares e Soares
Carneiro. Granadeiro considerou que os pedidos de providência
cautelares, assim como a divulgação das escutas, afectaram a reputação
da PT - conforme disse ao "Negócios" - e salientou que este era um
problema a "resolver internamente". Soares Carneiro esteve, ainda em
2009, envolvido noutra polémica, relacionada com os investimentos dos
fundos de pensões da PT na Ongoing.
Falam, falam... São
duas as conversas atribuídas ao advogado e ex-presidente da RTP. Numa
delas, depois de Paulo Penedos lhe ter dito que Granadeiro se tinha
portado bem - declaração em que assegurava não ter falado com o governo
-, João Carlos Silva terá respondido que "lhe ligou cinco vezes e
exigiu que ele falasse com o chefe". Foi sobre esta declaração que
Granadeiro pediu a divulgação do desmentido. Contudo, no email João
Carlos Silva informa que "a outra conversa" relatada também "não
corresponde à verdade". Novamente a falar com Paulo Penedos (arguido no
Face Oculta, tendo por isso o telefone sob escuta), a 26 de Junho é-lhe
imputada uma declaração irónica sobre o negócio da TVI: "Então são
vocês que recebem ordens para fazer, mas recebem ordens para desfazer?"
Ao que Paulo Penedos terá respondido que o tempo do negócio passara e
que "Sócrates não se quer ver embrulhado numa guerra".
Paulo
Penedos não classifica as escutas como falsas. "Há incorrecções, é
assim que qualifico. E a divulgação integral das escutas esclareceria
essas incorrecções", afirma ao i. O que se passa, então, com as
escutas que João Carlos Silva desmente? Penedos explica que para
responder teria de quebrar o segredo de justiça a que está obrigado,
porque estaria a entrar "no conteúdo" das escutas. "Cabe às pessoas
referidas esclarecerem", justifica.
Paulo Penedos esteve dois
dias em Aveiro, a consultar as transcrições. No final teve de assinar
um documento em que se comprometeu a manter o segredo de justiça. Feita
a confirmação de tudo o que foi captado pelos investigadores, não
esclarece se houve pormenores em que poderá ter sido atraiçoado pela
memória. "O que posso reiterar é que não me revejo na forma como as
conversas foram noticiadas. Há lacunas que prejudicam a percepção do
que foi dito e da minha intervenção como assessor jurídico."
Para
esclarecer as muitas dúvidas que as notícias das últimas semanas
suscitam, o advogado afirma estar disponível para todos os
esclarecimentos nos tribunais e, no plano político, na comissão
parlamentar de Ética, onde será ouvido a 24. A audição será aberta e
Paulo Penedos assegura não ter "nada a opor" se algum deputado quiser
pedir ao Ministério Público o levantamento do sigilo.
Carlos Silva, citado no "Sol" como interlocutor de Paulo Penedos -
assessor jurídico da PT - em conversas sobre Henrique Granadeiro,
chairman da empresa. "A alegada escuta não existe, não pode existir
porque a conversa telefónica que relata nunca existiu. O que vem no
jornal é falso", afirma o advogado num email enviado a Granadeiro.
Paulo Penedos, ao i, não confirma nem desmente, justificando ter de respeitar o segredo de justiça.
Em
declarações à "Visão", Granadeiro diz, rindo-se, que se sente
"encornado" com a descoberta de que a PT fazia parte de um alegado
plano do governo para controlar os media. Assegura que não
desconfiava dele, mas admite que possa ter acontecido. "À minha
revelia", acrescenta. Explica ainda já ter falado sobre o assunto com o
CEO da PT, Zeinal Bava, e garante que "ninguém se demitiu". Contactado
pelo i, Granadeiro não quis fazer qualquer comentário
adicional. Porém, o mal-estar está instalado na operadora e novamente
com administradores apoiados pelo Estado: Rui Pedro Soares e Soares
Carneiro. Granadeiro considerou que os pedidos de providência
cautelares, assim como a divulgação das escutas, afectaram a reputação
da PT - conforme disse ao "Negócios" - e salientou que este era um
problema a "resolver internamente". Soares Carneiro esteve, ainda em
2009, envolvido noutra polémica, relacionada com os investimentos dos
fundos de pensões da PT na Ongoing.
Falam, falam... São
duas as conversas atribuídas ao advogado e ex-presidente da RTP. Numa
delas, depois de Paulo Penedos lhe ter dito que Granadeiro se tinha
portado bem - declaração em que assegurava não ter falado com o governo
-, João Carlos Silva terá respondido que "lhe ligou cinco vezes e
exigiu que ele falasse com o chefe". Foi sobre esta declaração que
Granadeiro pediu a divulgação do desmentido. Contudo, no email João
Carlos Silva informa que "a outra conversa" relatada também "não
corresponde à verdade". Novamente a falar com Paulo Penedos (arguido no
Face Oculta, tendo por isso o telefone sob escuta), a 26 de Junho é-lhe
imputada uma declaração irónica sobre o negócio da TVI: "Então são
vocês que recebem ordens para fazer, mas recebem ordens para desfazer?"
Ao que Paulo Penedos terá respondido que o tempo do negócio passara e
que "Sócrates não se quer ver embrulhado numa guerra".
Paulo
Penedos não classifica as escutas como falsas. "Há incorrecções, é
assim que qualifico. E a divulgação integral das escutas esclareceria
essas incorrecções", afirma ao i. O que se passa, então, com as
escutas que João Carlos Silva desmente? Penedos explica que para
responder teria de quebrar o segredo de justiça a que está obrigado,
porque estaria a entrar "no conteúdo" das escutas. "Cabe às pessoas
referidas esclarecerem", justifica.
Paulo Penedos esteve dois
dias em Aveiro, a consultar as transcrições. No final teve de assinar
um documento em que se comprometeu a manter o segredo de justiça. Feita
a confirmação de tudo o que foi captado pelos investigadores, não
esclarece se houve pormenores em que poderá ter sido atraiçoado pela
memória. "O que posso reiterar é que não me revejo na forma como as
conversas foram noticiadas. Há lacunas que prejudicam a percepção do
que foi dito e da minha intervenção como assessor jurídico."
Para
esclarecer as muitas dúvidas que as notícias das últimas semanas
suscitam, o advogado afirma estar disponível para todos os
esclarecimentos nos tribunais e, no plano político, na comissão
parlamentar de Ética, onde será ouvido a 24. A audição será aberta e
Paulo Penedos assegura não ter "nada a opor" se algum deputado quiser
pedir ao Ministério Público o levantamento do sigilo.