Obtida declaração de impacte ambiental favorável condicionada ao projecto do troço entre Gaia e Aveiro |
A entrada em funcionamento da linha de alta velocidade entre Porto e
Lisboa, prevista para 2015, deverá retirar 1925 pessoas por dia da A1
entre Gaia e Aveiro. As estimativas apontam para a transferência de mais
de 702 mil pessoas por ano para a alta velocidade.O
previsível descongestionamento dos principais acessos rodoviários na
região é encarado como um dos factores positivos directos do TGV na
declaração de impacte ambiental favorável condicionada, atribuída pela
secretária de Estado do Ambiente em Janeiro deste ano, ao traçado entre
Gaia e Aveiro. Com 70 quilómetros de extensão, o troço percorre nove
municípios desde a ponte de S. João (que aproxima o Porto de Gaia) até à
freguesia de Oiã, em Oliveira do Bairro.A diminuição do tempo de
viagem (de três para uma hora e 15 minutos) entre Porto e Lisboa será
um dos maiores trunfos da alta velocidade para conquistar passageiros à
rede viária, ao avião e, também, à ferrovia "convencional", nomeadamente
ao Alfa Pendular. No documento, cita-se outro estudo, realizado em
2005, para concluir que a opção pelo TGV em detrimento do automóvel
deverá resultar numa "redução de 50% a 60% dos níveis de
sinistralidade", incluindo o número de acidentes, de vítimas mortais e
de feridos graves e ligeiros. Às "ligações ferroviárias convencionais de
longo curso", a linha entre Porto e Lisboa poderá roubar 1,5 milhões de
passageiros por ano, como pode ler-se no anexo à declaração de impacte
ambiental favorável, com validade até 19 de Janeiro de 2012.Estação
muda para EstarrejaEsta situação permitirá que a Linha do Norte
"tenha maior capacidade de resposta, quer para o tráfego de mercadorias
quer para passageiros de curta distância", aumentando a qualidade de
serviço prestado, refere-se ainda. Serão necessários três anos para a
construção da linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa. No
troço entre Gaia e Aveiro, projecta-se a construção de apenas uma
estação no distrito de Aveiro. Como o traçado escolhido pelas
autoridades ambientais é ligeiramente diferente daquele que os
consultores da COBA, autora do estudo de impacte ambiental, consideravam
mais favorável, a estação do TGV já não ficará no concelho de
Albergaria- -a-Velha, mas em Estarreja. Ainda assim, a nova localização
não dista muito da vila de Sobreiro nem do nó rodoviário da A1 com a
A25.Embora a generalidade das câmaras preferisse o trajecto
seleccionado pela COBA para o troço da linha (trecho 1) mais próximo da
cidade de Aveiro, constatou-se, na consulta pública onde entraram 77
exposições, que as juntas de freguesia e a população (três
abaixo-assinados) estavam contra a solução. Os moradores reivindicaram
alterações ao projecto ou a passagem em túnel.Crê-se que 83% dos
futuros utentes da estação do TGV em Aveiro serão do próprio distrito.
Cerca de 13% dos utentes virão da região de Entre Douro e Vouga, servida
pela A1 e pelo IC2, enquanto 4% deslocar-se-ão da zona de Dão-Lafões.