Anabela,
de 10 anos, foi ontem a enterrar em Algarvia
Açores: Menina de 10 anos morta em acidente foi
ontem a enterrar
“Quero ir contigo minha
Anabela”
Os sinos tocavam alto e rápido, mas a fila seguia devagar
até ao cemitério de Algarvia, nos Açores, ontem, pouco depois das 18h00.
O sol ainda espreitava por entre as nuvens à hora de saída da pequena
urna branca que carregava Anabela Silva.
A
noite não tardava em chegar, mas dava tréguas na hora da dura despedida
da menina de dez anos. Atrás, a dor de Gabriela acelerava os corações
tristes da aldeia que voltou a parar. A mãe que não se conformava e
gritava: "Não vás, minha filha. Deixas-me assim sozinha. Não me faças
isso, por favor.", irrompendo por uma aldeia agora de luto, lavada em
lágrimas.
Na multidão, dezenas de crianças
choravam com uma rosa branca nas mãos. Clara, a amiga de Anabela tinha
um envelope. Calada todo o cortejo fúnebre não revelou, nem à mãe, o
segredo bem guardado e agora tapado por um amontoado de terra. De mãos
postas no caixão da filha, Carlos baixava o rosto, incapaz de confortar a
mulher que teve de ser amparada até ao cemitério. Gabriela queria
atirar-se. "Quero ir contigo minha Anabela", dizia. Conversava com a
menina como se ela a ouvisse. "O que te fez aquela pedra que caiu em
cima de ti e te roubou de mim", perguntava a olhar para o céu, revoltada
com o destino cruel.
Os olhos das centenas de
pessoas voltavam-se para o cemitério e para um amontoado de terra que
cobriu a menina de dez anos, a poucos metros onde já havia sido
enterrado Roberto, a outra vítima do trágico acidente naquela pequena
freguesia de S. Miguel, nos Açores. O pequeno espaço que parece ter
encolhido ainda mais. Renato, o irmão mais velho chorou com saudades da
irmã. Já Ricardo, o gémeo de Anabela que sobreviveu ao acidente com uma
fractura na perna, não foi ao funeral por ordem dos médicos.
APONTAMENTOS
DOIS
SOBREVIVENTES
O irmão gémeo de Anabela, Ricardo, e
João Almeida, de 12 anos, sobreviveram ao acidente.
MOTORISTA IA CASAR
O motorista do
autocarro, Roberto Amaral, de 39 anos, ia casar na tarde de
segunda-feira, dia em que morreu.
de 10 anos, foi ontem a enterrar em Algarvia
Açores: Menina de 10 anos morta em acidente foi
ontem a enterrar
“Quero ir contigo minha
Anabela”
Os sinos tocavam alto e rápido, mas a fila seguia devagar
até ao cemitério de Algarvia, nos Açores, ontem, pouco depois das 18h00.
O sol ainda espreitava por entre as nuvens à hora de saída da pequena
urna branca que carregava Anabela Silva.
A
noite não tardava em chegar, mas dava tréguas na hora da dura despedida
da menina de dez anos. Atrás, a dor de Gabriela acelerava os corações
tristes da aldeia que voltou a parar. A mãe que não se conformava e
gritava: "Não vás, minha filha. Deixas-me assim sozinha. Não me faças
isso, por favor.", irrompendo por uma aldeia agora de luto, lavada em
lágrimas.
Na multidão, dezenas de crianças
choravam com uma rosa branca nas mãos. Clara, a amiga de Anabela tinha
um envelope. Calada todo o cortejo fúnebre não revelou, nem à mãe, o
segredo bem guardado e agora tapado por um amontoado de terra. De mãos
postas no caixão da filha, Carlos baixava o rosto, incapaz de confortar a
mulher que teve de ser amparada até ao cemitério. Gabriela queria
atirar-se. "Quero ir contigo minha Anabela", dizia. Conversava com a
menina como se ela a ouvisse. "O que te fez aquela pedra que caiu em
cima de ti e te roubou de mim", perguntava a olhar para o céu, revoltada
com o destino cruel.
Os olhos das centenas de
pessoas voltavam-se para o cemitério e para um amontoado de terra que
cobriu a menina de dez anos, a poucos metros onde já havia sido
enterrado Roberto, a outra vítima do trágico acidente naquela pequena
freguesia de S. Miguel, nos Açores. O pequeno espaço que parece ter
encolhido ainda mais. Renato, o irmão mais velho chorou com saudades da
irmã. Já Ricardo, o gémeo de Anabela que sobreviveu ao acidente com uma
fractura na perna, não foi ao funeral por ordem dos médicos.
APONTAMENTOS
DOIS
SOBREVIVENTES
O irmão gémeo de Anabela, Ricardo, e
João Almeida, de 12 anos, sobreviveram ao acidente.
MOTORISTA IA CASAR
O motorista do
autocarro, Roberto Amaral, de 39 anos, ia casar na tarde de
segunda-feira, dia em que morreu.