Portugueses tinham rede de prostituição

Denúncia de três brasileiras, que
conseguiram fugir, deu início à investigação das autoridades
Espanha: Suspeitos detidos após denúncia de
três brasileiras

Portugueses tinham rede de
prostituição

Eram aliciadas no seu país de origem com promessas de
trabalho em Portugal e Espanha mas, assim que chegavam, eram obrigadas a
prostituir-se e a viver em condições precárias, com três e quatro
mulheres a dormir em pequenos quartos fechados e sem condições de
higiene.


Na sua maioria mulheres brasileiras e
oriundas de países do Leste, muitas delas romenas, as dezenas de
vítimas caíram nas mãos de uma rede de prostituição, com dez dos seus
operacionais – oito dos quais portugueses – a serem detidos no final
desta semana nos dois lados da fronteira. Foram ainda detidas 12
mulheres por permanência ilegal. O quartel-general da rede estava
instalado em duas casas de alterne (Tropical e Paradise) em Fuentes de
Oñoro, junto à fronteira de Vilar Formoso.
A
investigação teve início há mais de seis meses, após a denúncia de três
brasileiras. As mulheres eram aliciadas pelos suspeitos e, assim que
aterravam em Madrid ou Lisboa, os traficantes apreendiam--lhes os
documentos, dinheiro e ainda lhes comunicavam que tinham de pagar uma
dívida de oito mil euros, para cobrir as despesas das viagens e
posterior alojamento e refeições, trabalhando em bares de alterne.
Os suspeitos, detidos por crimes relacionados com
prostituição e direitos dos trabalhadores, "coagiam, ameaçavam e
agrediam as mulheres frequentemente", para que estas não fugissem e se
fossem queixar às autoridades. No entanto, três brasileiras lograram
escapar e contaram tudo o que se passou, pelo que, após a investigação,
várias entidades espanholas, a Polícia Nacional e o Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras, procederam, numa operação relâmpago – à
detenção dos dez suspeitos em várias localidades de Espanha e Portugal.
As autoridades prosseguem as investigações, de modo a
apurar se esta rede de exploração sexual de mulheres agia em outras
localidades e casas de alterne.
PORMENORES
BURLA DE 7000 EUROS
Uma mulher
que trabalhava numa das casas de alterne foi detida por ter burlado, em
Novembro, três clientes em 7000 euros.
PÉSSIMAS
CONDIÇÕES
Três ou quatro mulheres dormiam em
pequenos quartos sem condições de higiene.