O único arguido do "gangue de Valbom" a quebrar o silêncio, ontem,
segunda-feira, em tribunal, alegou que o carjacking de um Audi A8 não
passou de uma "simulação" orquestrada pelo próprio dono do carro.
Julgamento começou sob fortes medidas de segurança.Pedro N.,
de 36 anos, um dos nove arguidos em prisão preventiva, rebateu a
acusação de ter planeado o roubo à mão armada do automóvel, junto a um
bar nocturno de Valongo, em Julho de 2008. "Aquilo foi uma burla",
começou por afirmar o indivíduo, conhecido pela alcunha de "Pitbull",
garantindo que foi o proprietário da viatura (e de um stand), de quem
disse ser amigo, quem lhe pediu para arranjar os operacionais para o
"desaparecimento" do veículo."O carro tinha seguro contra todos
os riscos (28 mil euros) e era difícil de vender", sublinhou Pedro,
referindo que entrou no estratagema por na altura ter uma dívida para
com o dono do Audi. Assumiu, então, ter servido de intermediário para
que outros dois arguidos (Fernando B. e António C.) consumassem o
"serviço". "O carro foi posto estrategicamente num sítio escuro, com
pouco movimento e junto ao muro de um campo para que eles se pudessem
esconder", acrescentou.Segundo a acusação, durante o assalto, o
proprietário do carro e um colega foram atacados por dois encapuzados,
ameaçados com caçadeira e obrigados a deitar-se no chão. O primeiro teve
de entregar as chaves do veículo e o segundo foi agredido a soco,
ficando sem carteira e telemóvel. O arguido contrapôs que a vítima do
carjacking até chegou a elogiar a suposta encenação, dizendo-lhe: "Foi
tudo muito bem feito". "Batalha campal"Apresentando-se
como "relações-públicas" de discoteca, "Pitbull" revelou que o veículo
foi encaminhado para outro arguido, dono de um stand, com o propósito de
ser vendido por 2000 euros, para o "pagamento do serviço". "Depois,
houve um imbróglio entre eles e não quis saber mais desse assunto",
concluiu.Pedro N. rejeitou, ainda, envolvimento no tiroteio
ocorrido nas proximidades da discoteca Via Rápida (Porto), em Agosto do
mesmo ano. Contou que foi chamado ao local para tentar "apaziguar" uma
rixa entre três dos acusados, seus conhecidos, e um grupo de "seis
indivíduos". "Os seis estavam com barrotes na mão e dirigiram-se a nós.
Houve uma grande confusão e eu só dei um soco num deles para não levar
com um barrote na cabeça. Foi uma batalha campal", declarou.Os
restantes 14 acusados do designado "gangue de Valbom" não quiseram
prestar depoimento. Em causa estão assaltos a ourives, situações de
carjacking e incidentes a tiro. Num dos casos, um inspector da PJ foi
baleado quando tentava evitar o roubo do seu Audi A4, na Maia. O crime
deixou de ser qualificado como tentativa de homicídio, passando para
roubo agravado, por decisão da juíza.O julgamento, no Tribunal de
S. João Novo, no Porto, envolveu um forte contingente policial, tendo
sido providenciada segurança pessoal para magistrados.
segunda-feira, em tribunal, alegou que o carjacking de um Audi A8 não
passou de uma "simulação" orquestrada pelo próprio dono do carro.
Julgamento começou sob fortes medidas de segurança.Pedro N.,
de 36 anos, um dos nove arguidos em prisão preventiva, rebateu a
acusação de ter planeado o roubo à mão armada do automóvel, junto a um
bar nocturno de Valongo, em Julho de 2008. "Aquilo foi uma burla",
começou por afirmar o indivíduo, conhecido pela alcunha de "Pitbull",
garantindo que foi o proprietário da viatura (e de um stand), de quem
disse ser amigo, quem lhe pediu para arranjar os operacionais para o
"desaparecimento" do veículo."O carro tinha seguro contra todos
os riscos (28 mil euros) e era difícil de vender", sublinhou Pedro,
referindo que entrou no estratagema por na altura ter uma dívida para
com o dono do Audi. Assumiu, então, ter servido de intermediário para
que outros dois arguidos (Fernando B. e António C.) consumassem o
"serviço". "O carro foi posto estrategicamente num sítio escuro, com
pouco movimento e junto ao muro de um campo para que eles se pudessem
esconder", acrescentou.Segundo a acusação, durante o assalto, o
proprietário do carro e um colega foram atacados por dois encapuzados,
ameaçados com caçadeira e obrigados a deitar-se no chão. O primeiro teve
de entregar as chaves do veículo e o segundo foi agredido a soco,
ficando sem carteira e telemóvel. O arguido contrapôs que a vítima do
carjacking até chegou a elogiar a suposta encenação, dizendo-lhe: "Foi
tudo muito bem feito". "Batalha campal"Apresentando-se
como "relações-públicas" de discoteca, "Pitbull" revelou que o veículo
foi encaminhado para outro arguido, dono de um stand, com o propósito de
ser vendido por 2000 euros, para o "pagamento do serviço". "Depois,
houve um imbróglio entre eles e não quis saber mais desse assunto",
concluiu.Pedro N. rejeitou, ainda, envolvimento no tiroteio
ocorrido nas proximidades da discoteca Via Rápida (Porto), em Agosto do
mesmo ano. Contou que foi chamado ao local para tentar "apaziguar" uma
rixa entre três dos acusados, seus conhecidos, e um grupo de "seis
indivíduos". "Os seis estavam com barrotes na mão e dirigiram-se a nós.
Houve uma grande confusão e eu só dei um soco num deles para não levar
com um barrote na cabeça. Foi uma batalha campal", declarou.Os
restantes 14 acusados do designado "gangue de Valbom" não quiseram
prestar depoimento. Em causa estão assaltos a ourives, situações de
carjacking e incidentes a tiro. Num dos casos, um inspector da PJ foi
baleado quando tentava evitar o roubo do seu Audi A4, na Maia. O crime
deixou de ser qualificado como tentativa de homicídio, passando para
roubo agravado, por decisão da juíza.O julgamento, no Tribunal de
S. João Novo, no Porto, envolveu um forte contingente policial, tendo
sido providenciada segurança pessoal para magistrados.