Esta história começa pelo fim. Um golo do Marselha ao cair do pano
complicou muito a vida ao Benfica na luta pela passagem
aos quartos-de-final da Liga Europa. 1-1,
resultado final da primeira mão. Era um reencontro cheio de história,
por
causa daquela mão de Vata. Passaram 20 anos,
mudou tanta coisa. Benfica e Marselha fizeram tábua rasa do passado e
encararam
o presente: um desafio difícil para ambas.
Respeito e equilíbrio eram e foram as palavras de ordem. O Benfica tinha
pela frente
o adversário mais exigente até agora na Europa,
como admitiu Jesus. Era um teste à dimensão internacional desta equipa,
agora
sozinha na frente doméstica. Para
começar, internacional que se farta foi o «onze» do Benfica. A
titularidade de Júlio
César reduziu o contingente português entre os
titulares a um representante, César Peixoto. Era de resto a equipa de
gala,
com Aimar de regresso, tal como Ramires e Javi
Garcia, este depois de cumprir castigo na Liga. Com Aimar a
titular,
estava garantido desde logo um duelo à parte. De
um lado o «maestro» do Benfica, do outro o «comandante» Lucho, no
primeiro
regresso a Portugal desde a saída do F.C. Porto.
Um frente a frente de dois jogadores diferentes, mas parecidos na
elegância
e inteligência em campo. Só por isso valia a
pena. No Marselha, notou-se a preocupação de Deschamps em tentar
anular
os jogadores mais criativos do Benfica, desde
logo o próprio Aimar, controlado de perto por Cissé. Abriel, que ganhou
lugar
no «onze», com o olho em Di María. O jogo
começou em tom morno. Com muito respeito mútuo. Aqueceu à passagem do
quarto
de hora, com oportunidades nas duas balizas.
Primeiro para o Marselha, quando Lucho rematou a rasar o poste, após um
cruzamento
largo. Depois para o Benfica, num
cabeceamento de Cardozo, a seguir num remate de longe de Di Maria que
passou ao lado,
ainda num cruzamento de Di Maria em que Cardozo
falha a recepção. O Benfica conseguia soltar-se mais e, com o
aproximar
do final da primeira parte, intensificou a
pressão. Foi quando se viu a espaços o carrossel ofensivo de que são
capazes Aimar,
Di Maria e Saviola. «El Conejo» esteve perto aos
40 minutos, Aimar ainda mais dois minutos depois, mas aí Mandanda
evitou
o golo. A fechar o pano sobre a primeira
parte, ainda houve Lucho, que rematou ao lado depois de um cruzamento de
Brandão.
Sinal de que as coisas continuavam em aberto.
Respeito e equilíbrio, lá está. Da euforia ao gelo na Luz No
regresso, Ramires abriu as hostilidades com um
remate por cima. O tom manteve-se e o Marselha mostrava que continuava
vivo.
Aos 54 minutos Júlio César é chamado a intervir,
após um remate de Cheyrou, dez minutos depois faz a defesa da noite a
um
cabeceamento de Niang. Com o tempo a
passar, Jorge Jesus mexeu do banco. Fez sair Aimar, desgastado, e entrar
Carlos
Martins, a tentar dinamizar o jogo do Benfica.
Os «encarnados» voltam a ganhar algum ascendente e o golo acaba por
acontecer.
Marca Maxi, depois de um cruzamento de Di Maria
em que a bola passa por Cardozo e acaba por ir de encontro ao lateral. Explosão
de alegria nas bancadas da Luz, onde já se
acumulava a tensão, a um quarto de hora do final. Mas a história não
estava escrita.
O remate de Ramires à trave, que até se
ouviu lá no alto, nas bancadas, esteve a milímetros de se transformar no
golo
que tranquilizaria os «encarnados». Não o foi e,
quando na Luz já se fazia a contagem decrescente e se acreditava que a
coisa
ia ficar por ali, quando Jesus já se preocupava
mais em refrescar a equipa, aconteceu o golo do Marselha. Ben
Arfa,
que tinha rendido Niang na frente de ataque,
salta mais alto na área e cabeceia para o empate. 1-1, festa azul e
silêncio
gelado na Luz. A bola voltou ao centro, mas para
pouco mais que o apito final do árbitro. Ao fim da primeira metade da
eliminatória,
sai a rir o Marselha, ao contrário do que
aconteceu há 20 anos na Luz. A ver daqui por uma semana quem ri por
último.
complicou muito a vida ao Benfica na luta pela passagem
aos quartos-de-final da Liga Europa. 1-1,
resultado final da primeira mão. Era um reencontro cheio de história,
por
causa daquela mão de Vata. Passaram 20 anos,
mudou tanta coisa. Benfica e Marselha fizeram tábua rasa do passado e
encararam
o presente: um desafio difícil para ambas.
Respeito e equilíbrio eram e foram as palavras de ordem. O Benfica tinha
pela frente
o adversário mais exigente até agora na Europa,
como admitiu Jesus. Era um teste à dimensão internacional desta equipa,
agora
sozinha na frente doméstica. Para
começar, internacional que se farta foi o «onze» do Benfica. A
titularidade de Júlio
César reduziu o contingente português entre os
titulares a um representante, César Peixoto. Era de resto a equipa de
gala,
com Aimar de regresso, tal como Ramires e Javi
Garcia, este depois de cumprir castigo na Liga. Com Aimar a
titular,
estava garantido desde logo um duelo à parte. De
um lado o «maestro» do Benfica, do outro o «comandante» Lucho, no
primeiro
regresso a Portugal desde a saída do F.C. Porto.
Um frente a frente de dois jogadores diferentes, mas parecidos na
elegância
e inteligência em campo. Só por isso valia a
pena. No Marselha, notou-se a preocupação de Deschamps em tentar
anular
os jogadores mais criativos do Benfica, desde
logo o próprio Aimar, controlado de perto por Cissé. Abriel, que ganhou
lugar
no «onze», com o olho em Di María. O jogo
começou em tom morno. Com muito respeito mútuo. Aqueceu à passagem do
quarto
de hora, com oportunidades nas duas balizas.
Primeiro para o Marselha, quando Lucho rematou a rasar o poste, após um
cruzamento
largo. Depois para o Benfica, num
cabeceamento de Cardozo, a seguir num remate de longe de Di Maria que
passou ao lado,
ainda num cruzamento de Di Maria em que Cardozo
falha a recepção. O Benfica conseguia soltar-se mais e, com o
aproximar
do final da primeira parte, intensificou a
pressão. Foi quando se viu a espaços o carrossel ofensivo de que são
capazes Aimar,
Di Maria e Saviola. «El Conejo» esteve perto aos
40 minutos, Aimar ainda mais dois minutos depois, mas aí Mandanda
evitou
o golo. A fechar o pano sobre a primeira
parte, ainda houve Lucho, que rematou ao lado depois de um cruzamento de
Brandão.
Sinal de que as coisas continuavam em aberto.
Respeito e equilíbrio, lá está. Da euforia ao gelo na Luz No
regresso, Ramires abriu as hostilidades com um
remate por cima. O tom manteve-se e o Marselha mostrava que continuava
vivo.
Aos 54 minutos Júlio César é chamado a intervir,
após um remate de Cheyrou, dez minutos depois faz a defesa da noite a
um
cabeceamento de Niang. Com o tempo a
passar, Jorge Jesus mexeu do banco. Fez sair Aimar, desgastado, e entrar
Carlos
Martins, a tentar dinamizar o jogo do Benfica.
Os «encarnados» voltam a ganhar algum ascendente e o golo acaba por
acontecer.
Marca Maxi, depois de um cruzamento de Di Maria
em que a bola passa por Cardozo e acaba por ir de encontro ao lateral. Explosão
de alegria nas bancadas da Luz, onde já se
acumulava a tensão, a um quarto de hora do final. Mas a história não
estava escrita.
O remate de Ramires à trave, que até se
ouviu lá no alto, nas bancadas, esteve a milímetros de se transformar no
golo
que tranquilizaria os «encarnados». Não o foi e,
quando na Luz já se fazia a contagem decrescente e se acreditava que a
coisa
ia ficar por ali, quando Jesus já se preocupava
mais em refrescar a equipa, aconteceu o golo do Marselha. Ben
Arfa,
que tinha rendido Niang na frente de ataque,
salta mais alto na área e cabeceia para o empate. 1-1, festa azul e
silêncio
gelado na Luz. A bola voltou ao centro, mas para
pouco mais que o apito final do árbitro. Ao fim da primeira metade da
eliminatória,
sai a rir o Marselha, ao contrário do que
aconteceu há 20 anos na Luz. A ver daqui por uma semana quem ri por
último.