Noite de heróis em França, glória encarnada e um vendaval de futebol
deste Benfica europeu. O Vélodrome é um inferno, sim,
mas os encarnados ferveram de futebol e chegam
aos quartos-de-final da Liga Europa numa eliminatória vibrante com o
Marselha.
Aos gauleses, caiu-lhes o tecto em cima! A
vingança francesa estava preparada. Desde 1990, tão aguarda, como Monte
Cristo esperou aqui ao lado, no Chateau D If.
Mas estas águias sairam de Lisboa com confiança inabalável para o duelo e
deram-se
a conhecer de novo ao continente. Senhoras e
senhores, eis o Sport Europa e Benfica. Recorde
o AO MINUTO Era preciso uma grande equipa para calar o
Vélodrome. O Benfica não o fez,
ao que parece é impossível silenciar estes
fanáticos do Marselha. Mas os encarnados do primeiro tempo foram, de
facto, gigantes,
em nada atrás de outras noites de glória
europeia. Melhores que o adversário, mas também superiores àquele
Benfica da Luz,
que há uma semana empatara em casa com o OM.
Quando Di María rompeu pela esquerda, aos dois minutos, e atirou para
defesa
de Mandanda, os franceses perceberam quem estava
do outro lado. O ambiente aquecia, de facto. Mas se o Vélodrome é
um inferno, os diabos vermelhos mandaram nele.
Marselha era um porto difícil de passar para chegar a Hamburgo, mas o
Benfica
fez notar, de dentro de campo para fora, que
este podia ser o cabo da Boa Esperança, para depois percorrer terra até
nova
paragem. Mas antes disso, era preciso dobrar a
tormenta, que ficou difícil quando o juiz fez vista grossa a uma grande
penalidade
de Taiwo sobre Ramires e quando a bomba de
Cardozo explodia no poste. Meia hora de vermelho, ou negro, como esta
noite, e
enfim o OM em jogo, com um remate de Cheyrou ao
lado. O Marselha só descansava pela vantagem trazida de Lisboa, mesmo
que
o Benfica não fosse avassalador, mesmo que Di
María continuasse a atirar para as mãos de Mandanda. Até ao descanso, só
Lucho
assustou, mas era preciso chegar ao golo para
continuar nesta Liga Europa. Vélodrome sim, Marselha nem por
isso
O tempo corria a favor do Marselha. A 45
minutos de chegar aos quartos-de-final, os franceses repousavam no 1-1
da
Luz. O Benfica vinha igual a si próprio,
idêntico à primeira parte, determinado a chegar ao golo. Por isso, era
quem atacava,
quem jogava como se estivesse em casa. Saviola
não conseguia emendar um bom trabalho na esquerda, mas a tendência
confirmava-se
e só mesmo um golpe qualquer, não se sabe bem de
quê, poderia ferir a águia. Ou seja, havia mais Marselha na bancada que
em
campo, havia efeito Vélodrome, mas pouco da
equipa. O que também não havia era a eficácia que já rendeu quase
cem golos
aos encarnados nesta temporada. E nessas
alturas, há velhas máximas que não perdem actualidade, daí que o golo
surgiu para
o lado oposto, caído do céu. Mas ainda havia a
possibilidade de prolongamento, porque este Benfica não baixa os braços e
faz
golos como ninguém. Maxi demorou duas semanas,
mas bisou frente ao Marselha. Um grito de golo saía de uma garganta
improvável
na bancada, de Nuno Gomes, que sentiu o remate
do uruguaio como ninguém no estádio. Jesus tirava o coelho
(Saviola)
e lançava o mágico em campo. Mas era de um herói
que se precisava. Entrava Kardec, um brasileiro de idade pouca, mas
que,
dizem, com futuro. Enquanto Di María não
acertava na baliza e Cardozo imitava-o, um livre de Aimar é desviado e o
avançado,
que ainda nem sequer rematara, fazia o céu
abater-se sobre os gauleses. O Vélodrome, no final, silenciou-se. Este
Benfica
provou que isso é possível.
deste Benfica europeu. O Vélodrome é um inferno, sim,
mas os encarnados ferveram de futebol e chegam
aos quartos-de-final da Liga Europa numa eliminatória vibrante com o
Marselha.
Aos gauleses, caiu-lhes o tecto em cima! A
vingança francesa estava preparada. Desde 1990, tão aguarda, como Monte
Cristo esperou aqui ao lado, no Chateau D If.
Mas estas águias sairam de Lisboa com confiança inabalável para o duelo e
deram-se
a conhecer de novo ao continente. Senhoras e
senhores, eis o Sport Europa e Benfica. Recorde
o AO MINUTO Era preciso uma grande equipa para calar o
Vélodrome. O Benfica não o fez,
ao que parece é impossível silenciar estes
fanáticos do Marselha. Mas os encarnados do primeiro tempo foram, de
facto, gigantes,
em nada atrás de outras noites de glória
europeia. Melhores que o adversário, mas também superiores àquele
Benfica da Luz,
que há uma semana empatara em casa com o OM.
Quando Di María rompeu pela esquerda, aos dois minutos, e atirou para
defesa
de Mandanda, os franceses perceberam quem estava
do outro lado. O ambiente aquecia, de facto. Mas se o Vélodrome é
um inferno, os diabos vermelhos mandaram nele.
Marselha era um porto difícil de passar para chegar a Hamburgo, mas o
Benfica
fez notar, de dentro de campo para fora, que
este podia ser o cabo da Boa Esperança, para depois percorrer terra até
nova
paragem. Mas antes disso, era preciso dobrar a
tormenta, que ficou difícil quando o juiz fez vista grossa a uma grande
penalidade
de Taiwo sobre Ramires e quando a bomba de
Cardozo explodia no poste. Meia hora de vermelho, ou negro, como esta
noite, e
enfim o OM em jogo, com um remate de Cheyrou ao
lado. O Marselha só descansava pela vantagem trazida de Lisboa, mesmo
que
o Benfica não fosse avassalador, mesmo que Di
María continuasse a atirar para as mãos de Mandanda. Até ao descanso, só
Lucho
assustou, mas era preciso chegar ao golo para
continuar nesta Liga Europa. Vélodrome sim, Marselha nem por
isso
O tempo corria a favor do Marselha. A 45
minutos de chegar aos quartos-de-final, os franceses repousavam no 1-1
da
Luz. O Benfica vinha igual a si próprio,
idêntico à primeira parte, determinado a chegar ao golo. Por isso, era
quem atacava,
quem jogava como se estivesse em casa. Saviola
não conseguia emendar um bom trabalho na esquerda, mas a tendência
confirmava-se
e só mesmo um golpe qualquer, não se sabe bem de
quê, poderia ferir a águia. Ou seja, havia mais Marselha na bancada que
em
campo, havia efeito Vélodrome, mas pouco da
equipa. O que também não havia era a eficácia que já rendeu quase
cem golos
aos encarnados nesta temporada. E nessas
alturas, há velhas máximas que não perdem actualidade, daí que o golo
surgiu para
o lado oposto, caído do céu. Mas ainda havia a
possibilidade de prolongamento, porque este Benfica não baixa os braços e
faz
golos como ninguém. Maxi demorou duas semanas,
mas bisou frente ao Marselha. Um grito de golo saía de uma garganta
improvável
na bancada, de Nuno Gomes, que sentiu o remate
do uruguaio como ninguém no estádio. Jesus tirava o coelho
(Saviola)
e lançava o mágico em campo. Mas era de um herói
que se precisava. Entrava Kardec, um brasileiro de idade pouca, mas
que,
dizem, com futuro. Enquanto Di María não
acertava na baliza e Cardozo imitava-o, um livre de Aimar é desviado e o
avançado,
que ainda nem sequer rematara, fazia o céu
abater-se sobre os gauleses. O Vélodrome, no final, silenciou-se. Este
Benfica
provou que isso é possível.