Domingos Paciência não foi claro quando instado a
explicar o porquê de, em Coimbra, na 16ª jornada, Vandinho
ter jogado pela primeira vez sem braçadeira de capitão.
"Assuntos internos", disse o treinador. Desde então, o
médio brasileiro não voltou a capitanear a equipa e
várias foram as teorias para explicar os assuntos internos a que
o técnico aludiu. Falou-se em problemas disciplinares,
especulou-se que teria a ver com o processo em curso na Comissão
Disciplinar, que haveria de resultar em três meses de
suspensão, e entre os boatos mais despropositados chegou a
ouvir-se que teria sido um controlo antidoping interno positivo. Nada
mais falso. Tão falso que o próprio chegou a ficar
incomodado e desejou que a SAD contasse toda a verdade. Vandinho perdeu
a braçadeira apenas para poder ajudar a equipa e continuar a
jogar. Parece estranho? Claro que sim. Mas foi isso que aconteceu. E
Domingos não mentiu.
A história tem contornos sui generis. Vandinho sofreu na
segunda semana de Janeiro uma fractura na mão direita. A
cicatrização da lesão obrigava ao uso de gesso
para que o processo não demorasse uma eternidade. Mas jogar com
gesso é proibido, pois pode colocar em causa a integridade
física dos adversários. A única
solução era esconder o gesso, o que nem é
difícil com recurso a ligaduras, camisolas de manga muito
comprida ou luvas, que atendendo ao mês em causa foi a
solução mais vezes utilizada. O problema é que o
capitão tem de cumprimentar o árbitro e nesse gesto
Vandinho estaria a denunciar-se. Ao retirar-lhe a braçadeira,
Domingos garantiu que nada seria descoberto e que o jogador poderia
continuar a ajudar a equipa. Caso contrário, teria perdido
quatro jogos que o Braga venceu: Académica, Sporting,
Marítimo e Freamunde, este último para a Taça de
Portugal. No plantel, todos sabiam os reais motivos da troca de
capitão, até porque nos treinos Vandinho não
escondia a mão de ninguém e abdicava de participar em
exercícios que obrigassem ao seu uso.
Refira-se que o médio poderia alinhar com a mão
protegida com outro tipo de tala ou protecção. Mas
aí seria a sua integridade a ficar em perigo e esse era o
cenário mais indesejado. Para disfarçar melhor, o jogador
chegou a ligar também a mão esquerda, para parecer uma
protecção casual a ambos os membros e não qualquer
tipo de estratégia.
Toda esta história rocambolesca não é mais do
que outro sinal inequívoco da importância fulcral que o
jogador tem na manobra da equipa e da falta que faz, agora que a
Comissão Disciplinar da Liga o suspendeu e o Conselho de
Justiça não o despenalizou. Aliás, no
balneário o seu peso também se sente, ao ponto de mesmo
castigado ter sido considerado intransferível por António
Salvador.
explicar o porquê de, em Coimbra, na 16ª jornada, Vandinho
ter jogado pela primeira vez sem braçadeira de capitão.
"Assuntos internos", disse o treinador. Desde então, o
médio brasileiro não voltou a capitanear a equipa e
várias foram as teorias para explicar os assuntos internos a que
o técnico aludiu. Falou-se em problemas disciplinares,
especulou-se que teria a ver com o processo em curso na Comissão
Disciplinar, que haveria de resultar em três meses de
suspensão, e entre os boatos mais despropositados chegou a
ouvir-se que teria sido um controlo antidoping interno positivo. Nada
mais falso. Tão falso que o próprio chegou a ficar
incomodado e desejou que a SAD contasse toda a verdade. Vandinho perdeu
a braçadeira apenas para poder ajudar a equipa e continuar a
jogar. Parece estranho? Claro que sim. Mas foi isso que aconteceu. E
Domingos não mentiu.
A história tem contornos sui generis. Vandinho sofreu na
segunda semana de Janeiro uma fractura na mão direita. A
cicatrização da lesão obrigava ao uso de gesso
para que o processo não demorasse uma eternidade. Mas jogar com
gesso é proibido, pois pode colocar em causa a integridade
física dos adversários. A única
solução era esconder o gesso, o que nem é
difícil com recurso a ligaduras, camisolas de manga muito
comprida ou luvas, que atendendo ao mês em causa foi a
solução mais vezes utilizada. O problema é que o
capitão tem de cumprimentar o árbitro e nesse gesto
Vandinho estaria a denunciar-se. Ao retirar-lhe a braçadeira,
Domingos garantiu que nada seria descoberto e que o jogador poderia
continuar a ajudar a equipa. Caso contrário, teria perdido
quatro jogos que o Braga venceu: Académica, Sporting,
Marítimo e Freamunde, este último para a Taça de
Portugal. No plantel, todos sabiam os reais motivos da troca de
capitão, até porque nos treinos Vandinho não
escondia a mão de ninguém e abdicava de participar em
exercícios que obrigassem ao seu uso.
Refira-se que o médio poderia alinhar com a mão
protegida com outro tipo de tala ou protecção. Mas
aí seria a sua integridade a ficar em perigo e esse era o
cenário mais indesejado. Para disfarçar melhor, o jogador
chegou a ligar também a mão esquerda, para parecer uma
protecção casual a ambos os membros e não qualquer
tipo de estratégia.
Toda esta história rocambolesca não é mais do
que outro sinal inequívoco da importância fulcral que o
jogador tem na manobra da equipa e da falta que faz, agora que a
Comissão Disciplinar da Liga o suspendeu e o Conselho de
Justiça não o despenalizou. Aliás, no
balneário o seu peso também se sente, ao ponto de mesmo
castigado ter sido considerado intransferível por António
Salvador.