Nos jogos de basquetebol há aquela barreira psicológica dos 100 pontos
que cada equipa quer sempre ultrapassar independentemente do resultado
final da partida. "Éspeeeeectáculo" (diria Carlos Barroca). No FC Porto
os 100 golos estão mesmo aí "à beira" (diria alguém na Invicta) e podem
ser festejados no próximo domingo contra o Benfica, mesmo que os azuis
percam o jogo (o campeonato já nem se fala). As duas equipas mais
ofensivas e goleadoras do país encontram-se no último e quem sabe
decisivo clássico da temporada - claro que os olhos só podem estar
postos nos homens dos golos.
Estamos portanto a olhar para eles,
para a estatística e é assim que é fácil prevermos qualquer coisa como
isto: Cardozo é capaz de marcar um golo de pé esquerdo, no início da
segunda parte, num pontapé dentro da área. Depois Falcao vai responder
com qualquer pé ou com a cabeça, eventualmente nos últimos minutos...
ups! Falcao não joga, está castigado! Lá está, a estatística está longe
de ser decisiva no futebol, como é no basquetebol, especialmente quando
não contempla uma expulsão rara como aquela que o goleador colombiano
sofreu em Setúbal, na última jornada.
Voltemos então ao que é
certo. Frente a frente estão os ataques mais fortes deste rectângulo: o
Benfica que já soma 121 golos em todas as competições (75 na Liga), ou
seja, é a sexta equipa mais finalizadora da história do clube; e o FC
Porto vale os tais 99 golos (63 no campeonato). Neste capítulo, os
dragões são até bem mais fortes do que o Braga (46 golos marcados em 28
jornadas), uma equipa que, excepção feita à goleada do último domingo
(4-0 à Naval), nem sequer está propriamente acostumada a viver de
grandes resultados - talvez o segredo seja a defesa.
Já o FC
Porto das últimas jornadas tem estado permanentemente apontada à baliza,
com Hulk a mostrar o caminho, Guarín a empurrá-lo e Falcao à boleia
para marcar. No domingo Jesualdo Ferreira (também suspenso) só pode
esperar que Farías saiba fazer de Falcao, o que não é fácil porque o
goleador já marcou 31 golos em todas as competições. A temporada de
estreia no futebol europeu não é para brincadeiras, este é o goleador da
década nos dragões, à frente do supostamente insubstituível Lisandro
López (27 golos em 2007/08).
LÁGRIMAS E DORES
Falcao chorou no final do jogo de Setúbal quando percebeu que não podia
enfrentar o Benfica (e Cardozo), na luta pela vitória (e pelo título de
melhor marcador). Já o avançado paraguaio dos encarnados, mesmo
lesionado no pé esquerdo e com Jorge Jesus e forçar a sua continuidade
em campo, marcou três golos e adiantou-se ao rival portista. Cada um
vale 36 contra 31 golos, em todas as competições, mas na Liga a
diferença é curta, 24 contra 23. Aqui temos campeonato.
Titular
no jogo do Dragão, quer tenha ou não dores no pé esquerdo, o Tacuara tem
uma grande oportunidade para se definir melhor marcador da Liga e assim
suceder a Rui Águas, o último goleador que o Benfica conseguiu levar ao
topo, em 1991. Mas mesmo que não o consiga, os números da temporada já
chegam para provar que esta é a melhor época da sua carreira, superando o
que fez no Newell's em 2006/07, antes de José Veiga convencer Luís
Filipe Vieira a gastar 12 milhões de euros na sua contratação. Hoje
Cardozo tem uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros e muito
provavelmente na próxima temporada estará a negociar um contrato
milionário com um grande clube europeu. Se a vida deu uma grande volta
para o rapaz que na infância vendia carvão para ajudar a família, para
Falcao não vale a pena chorar. 31 golos? Também está melhor do que
nunca, é óbvio que fez bem deixar o jornalismo.
que cada equipa quer sempre ultrapassar independentemente do resultado
final da partida. "Éspeeeeectáculo" (diria Carlos Barroca). No FC Porto
os 100 golos estão mesmo aí "à beira" (diria alguém na Invicta) e podem
ser festejados no próximo domingo contra o Benfica, mesmo que os azuis
percam o jogo (o campeonato já nem se fala). As duas equipas mais
ofensivas e goleadoras do país encontram-se no último e quem sabe
decisivo clássico da temporada - claro que os olhos só podem estar
postos nos homens dos golos.
Estamos portanto a olhar para eles,
para a estatística e é assim que é fácil prevermos qualquer coisa como
isto: Cardozo é capaz de marcar um golo de pé esquerdo, no início da
segunda parte, num pontapé dentro da área. Depois Falcao vai responder
com qualquer pé ou com a cabeça, eventualmente nos últimos minutos...
ups! Falcao não joga, está castigado! Lá está, a estatística está longe
de ser decisiva no futebol, como é no basquetebol, especialmente quando
não contempla uma expulsão rara como aquela que o goleador colombiano
sofreu em Setúbal, na última jornada.
Voltemos então ao que é
certo. Frente a frente estão os ataques mais fortes deste rectângulo: o
Benfica que já soma 121 golos em todas as competições (75 na Liga), ou
seja, é a sexta equipa mais finalizadora da história do clube; e o FC
Porto vale os tais 99 golos (63 no campeonato). Neste capítulo, os
dragões são até bem mais fortes do que o Braga (46 golos marcados em 28
jornadas), uma equipa que, excepção feita à goleada do último domingo
(4-0 à Naval), nem sequer está propriamente acostumada a viver de
grandes resultados - talvez o segredo seja a defesa.
Já o FC
Porto das últimas jornadas tem estado permanentemente apontada à baliza,
com Hulk a mostrar o caminho, Guarín a empurrá-lo e Falcao à boleia
para marcar. No domingo Jesualdo Ferreira (também suspenso) só pode
esperar que Farías saiba fazer de Falcao, o que não é fácil porque o
goleador já marcou 31 golos em todas as competições. A temporada de
estreia no futebol europeu não é para brincadeiras, este é o goleador da
década nos dragões, à frente do supostamente insubstituível Lisandro
López (27 golos em 2007/08).
LÁGRIMAS E DORES
Falcao chorou no final do jogo de Setúbal quando percebeu que não podia
enfrentar o Benfica (e Cardozo), na luta pela vitória (e pelo título de
melhor marcador). Já o avançado paraguaio dos encarnados, mesmo
lesionado no pé esquerdo e com Jorge Jesus e forçar a sua continuidade
em campo, marcou três golos e adiantou-se ao rival portista. Cada um
vale 36 contra 31 golos, em todas as competições, mas na Liga a
diferença é curta, 24 contra 23. Aqui temos campeonato.
Titular
no jogo do Dragão, quer tenha ou não dores no pé esquerdo, o Tacuara tem
uma grande oportunidade para se definir melhor marcador da Liga e assim
suceder a Rui Águas, o último goleador que o Benfica conseguiu levar ao
topo, em 1991. Mas mesmo que não o consiga, os números da temporada já
chegam para provar que esta é a melhor época da sua carreira, superando o
que fez no Newell's em 2006/07, antes de José Veiga convencer Luís
Filipe Vieira a gastar 12 milhões de euros na sua contratação. Hoje
Cardozo tem uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros e muito
provavelmente na próxima temporada estará a negociar um contrato
milionário com um grande clube europeu. Se a vida deu uma grande volta
para o rapaz que na infância vendia carvão para ajudar a família, para
Falcao não vale a pena chorar. 31 golos? Também está melhor do que
nunca, é óbvio que fez bem deixar o jornalismo.