O Benfica continua líder, o Braga já está na Champions mas
ninguém festejou tanto ontem à noite como o FC Porto, que fez uma das
piores ligas dos últimos 20 anos. Ganhou ao rival, deixou o Benfica de
Jorge Jesus hipertenso durante mais uma semana, adiou-lhe a festa e
manteve a honra intacta mesmo a jogar em inferioridade numérica. Os
adeptos benfiquistas andaram a reservar as principais rotundas do país. O
mais certo é festejarem lá daqui a uma semana mas o epicentro das
comemorações será na Luz, em pleno relvado e com um rival pela frente - o
Rio Ave.
Belluschi marcou um golo sensacional a sentenciar o triunfo do ainda
campeão - e ontem mostrou que o era, de facto - depois de Farías e Bruno
Alves e a responder ao golo de Luisão. Mas Olegário Benquerença, sem
influenciar o resultado, foi uma das figuras, como de costume, por más
razões.
O futebol é uma das poucas actividades em que Portugal ganha mais em
exportações do que investe em importações. Eis, quatro exemplos, a
partir do clássico de ontem à noite: Di María, contratado pelo Benfica a
um preço muito inferior àquele a que vai ser vendido, Hulk, idem idem
aspas aspas mas em versão portista, ou Bruno Alves, prata da casa a
caminho de um clube ainda maior a nível europeu do que o FC Porto.
Mas há o quarto exemplo, a excepção que quase inverte a balança
comercial: Olegário Benquerença, inexplicavelmente o mais
internacionalizado de todos os árbitros portugueses. O país inteiro
sabe-o: o homem é mau árbitro por natureza, caseiro inveterado, com um
défice gritante de coragem, cheio de maneirismos enervantes e ainda uma
capacidade própria para se meter em problemas desnecessários.
Foi dele o primeiro quarto de hora do jogo de ontem. Um quarto de
hora em que era suposto os adeptos se deliciarem com Di María, Hulk e
outros mas em que, pelo contrário, assistiram aflitos a mais uma
actuação à Olegário, um estilo que percorreu a Europa nas últimas
semanas, a propósito do Inter-Barça.
Até aos tais 15' já quatro jogadores (três encarnados e um azul e
branco) tinham visto cartões amarelos - desnecessários e mostrados com a
intenção de mostrar uma autoridade que não é natural. Nunca será no
juiz leiriense. Fucile parecia possesso? Sim. Di María demonstrava o seu
lado mais falso? Eventualmente. Mas daí a castigá-los logo no início
vai uma grande distância. A distância entre manter sob controlo jovens
jogadores de pêlo na venta e a travarem um clássico dentro de um
clássico (o que é um FC Porto-Benfica comparado com um
Uruguai-Argentina?) ou pôr toda a gente mais nervosa - mais tarde,
Fucile fez uma falta para cartão mas Benquerença viu-se de pés e mãos
atados à sua própria cobardia - sê-lo-ia (mal) aos 52'.
Ultrapassemos o trauma do primeiro quarto de hora porque o árbitro
depois só foi prejudicando o jogo a espaços. No segundo, a serpente Di
María e o losango mais oleado de Jesus foi ganhando terreno. Mas ganhar
terreno é importante em râguebi, em futebol não tanto. E o FCP respondia
com alma ou raiva ou as duas coisas - e até mais eficácia - Bruno Alves
surgiu do alto para o golo, aos 42'.
Na segunda parte, o jogo ficou marcado pela expulsão de Fucile, pelo
golo de Luisão, e pela extraordinária reacção portista. Ficou reservado
para o ainda campeão o papel principal.
ninguém festejou tanto ontem à noite como o FC Porto, que fez uma das
piores ligas dos últimos 20 anos. Ganhou ao rival, deixou o Benfica de
Jorge Jesus hipertenso durante mais uma semana, adiou-lhe a festa e
manteve a honra intacta mesmo a jogar em inferioridade numérica. Os
adeptos benfiquistas andaram a reservar as principais rotundas do país. O
mais certo é festejarem lá daqui a uma semana mas o epicentro das
comemorações será na Luz, em pleno relvado e com um rival pela frente - o
Rio Ave.
Belluschi marcou um golo sensacional a sentenciar o triunfo do ainda
campeão - e ontem mostrou que o era, de facto - depois de Farías e Bruno
Alves e a responder ao golo de Luisão. Mas Olegário Benquerença, sem
influenciar o resultado, foi uma das figuras, como de costume, por más
razões.
O futebol é uma das poucas actividades em que Portugal ganha mais em
exportações do que investe em importações. Eis, quatro exemplos, a
partir do clássico de ontem à noite: Di María, contratado pelo Benfica a
um preço muito inferior àquele a que vai ser vendido, Hulk, idem idem
aspas aspas mas em versão portista, ou Bruno Alves, prata da casa a
caminho de um clube ainda maior a nível europeu do que o FC Porto.
Mas há o quarto exemplo, a excepção que quase inverte a balança
comercial: Olegário Benquerença, inexplicavelmente o mais
internacionalizado de todos os árbitros portugueses. O país inteiro
sabe-o: o homem é mau árbitro por natureza, caseiro inveterado, com um
défice gritante de coragem, cheio de maneirismos enervantes e ainda uma
capacidade própria para se meter em problemas desnecessários.
Foi dele o primeiro quarto de hora do jogo de ontem. Um quarto de
hora em que era suposto os adeptos se deliciarem com Di María, Hulk e
outros mas em que, pelo contrário, assistiram aflitos a mais uma
actuação à Olegário, um estilo que percorreu a Europa nas últimas
semanas, a propósito do Inter-Barça.
Até aos tais 15' já quatro jogadores (três encarnados e um azul e
branco) tinham visto cartões amarelos - desnecessários e mostrados com a
intenção de mostrar uma autoridade que não é natural. Nunca será no
juiz leiriense. Fucile parecia possesso? Sim. Di María demonstrava o seu
lado mais falso? Eventualmente. Mas daí a castigá-los logo no início
vai uma grande distância. A distância entre manter sob controlo jovens
jogadores de pêlo na venta e a travarem um clássico dentro de um
clássico (o que é um FC Porto-Benfica comparado com um
Uruguai-Argentina?) ou pôr toda a gente mais nervosa - mais tarde,
Fucile fez uma falta para cartão mas Benquerença viu-se de pés e mãos
atados à sua própria cobardia - sê-lo-ia (mal) aos 52'.
Ultrapassemos o trauma do primeiro quarto de hora porque o árbitro
depois só foi prejudicando o jogo a espaços. No segundo, a serpente Di
María e o losango mais oleado de Jesus foi ganhando terreno. Mas ganhar
terreno é importante em râguebi, em futebol não tanto. E o FCP respondia
com alma ou raiva ou as duas coisas - e até mais eficácia - Bruno Alves
surgiu do alto para o golo, aos 42'.
Na segunda parte, o jogo ficou marcado pela expulsão de Fucile, pelo
golo de Luisão, e pela extraordinária reacção portista. Ficou reservado
para o ainda campeão o papel principal.