O técnico gosta de desafios e quer ser o primeiro a vencer a Liga dos
Campeões em três clubes diferentes. E o Real encalhou depois da nona...
"Não quero dizer mais nada. A única coisa que quero dizer é que somos os
melhores e em condições normais somos muito melhores. Em condições
normais vamos ser campeões. Em condições normais também vamos ser
campeões!", afirmou Mourinho, treinador do FC Porto, enquanto batia com a
mão na mesa, como que afirmando a superioridade da equipa que treinava.
Tinha razões para isso. Os dragões foram mesmo campeões e a palavra de
Mourinho, que já tinha prometido o título na apresentação, permanecia
intacta.
O campeonato era cada vez mais uma certeza, mas a Taça UEFA tinha
passado a ser um objectivo. A derrota em casa com o Panathinaikos (0-1)
desiludira, mas o técnico português voltou a deixar um aviso. "Não faças
a festa porque isto ainda não acabou", disse a Sergio Markarian,
técnico do Panathinaikos. E não tinha acabado mesmo. Os dragões venceram
na Grécia por 2-0 e só pararam na final depois de erguerem a Taça.
A chegada ao Chelsea ficou marcada por nova tirada histórica: "Por
favor, não me chamem arrogante, mas sou campeão europeu e acredito que
sou especial". Especial ou não, Mourinho concretizou o principal
objectivo para o qual tinha sido contratado: tornar o Chelsea campeão
inglês 50 anos depois.
Quando chegou ao Inter Milão, em 2008, Mourinho não foi tão peremptório:
"Pediram-me apenas para ser eu próprio: trabalhar com grande paixão,
com grande empatia com os adeptos e com os jogadores." Dois anos depois,
chega-se à conclusão de que Mourinho cumpriu. Foi ele próprio, ganhou.
Foi bicampeão italiano e pôs a cereja no topo do bolo com a Liga dos
Campeões, um objectivo que se recusou a apontar na apresentação: "É um
sonho para os clubes do mundo vencer a Liga dos Campeões. Quando penso
em quem pode conquistar essa competição, lembro-me sempre de 11 equipas,
entre as quais o Inter."
Dois anos depois, o ciclo de Mourinho no Inter terminou. O novo, que
está para começar, é ainda mais ambicioso, à imagem de Mourinho. "Quero
ser o primeiro treinador a ganhar a Liga dos Campeões em três clubes
diferentes. Quero um outro desafio para a minha carreira e agora é o
momento de decidir", afirmou o técnico depois da final de sábado. O
destino é certo: o Real Madrid. A ambição do setubalense é perigosa, mas
o passado demonstra que quando diz alguma coisa, quando estabelece
alguma meta, é melhor acreditar nele. Para já, o presidente do Real
Madrid, Florentino Pérez, parece perfeitamente crédulo. Imune às
críticas ao futebol praticado pelo Inter, Pérez decidiu que Mourinho,
além de "Special One", é também o "Chosen One". Um pouco na base de "tu
queres ser o primeiro treinador a ganhar a Liga dos Campeões em três
clubes diferentes, mas nós temos um objectivo mais elevado: ganhar a
décima Liga dos Campeões". A história do Real Madrid é assim mesmo.
Afinal de contas, quando José Mourinho nasceu já os merengues tinham
cinco títulos.
Para convencer o português, Florentino Pérez propôs um contrato de
quatro anos a dez milhões de euros por temporada. No entanto, este valor
poderá aumentar com a conquista de objectivos. Moratti parece resignado
e em Espanha até se escreveu ontem que a "dívida de gratidão" para com
Mourinho poderá diminuir (ou anular mesmo) a cláusula de rescisão do
treinador português, avaliada em 16 milhões de euros. Mourinho não
viajou com a equipa para Milão para fechar acordo com o Real Madrid,
podendo a apresentação do técnico português ter lugar ainda esta semana.
Com a confirmação de Mourinho, começam também a surgir os primeiros
nomes. Maicon e Milito poderão acompanhar o técnico para Madrid e o
lateral-esquerdo Kolarov, da Lázio, permanece entre os alvos, tal como o
italiano De Rossi, da Roma. No entanto, o principal objectivo passará
por tratar primeiro do plantel actual. A imprensa espanhola escreve que o
técnico está determinado a fazer subir o rendimento de Benzema e Kaká,
havendo também vários jogadores, Raúl incluído, que aguardam uma palavra
de Mourinho para decidirem o futuro.
Que se pode esperar do Real de Mourinho? É melhor aguardar para ver o
que diz o próprio. Costuma ser seguro.
Campeões em três clubes diferentes. E o Real encalhou depois da nona...
"Não quero dizer mais nada. A única coisa que quero dizer é que somos os
melhores e em condições normais somos muito melhores. Em condições
normais vamos ser campeões. Em condições normais também vamos ser
campeões!", afirmou Mourinho, treinador do FC Porto, enquanto batia com a
mão na mesa, como que afirmando a superioridade da equipa que treinava.
Tinha razões para isso. Os dragões foram mesmo campeões e a palavra de
Mourinho, que já tinha prometido o título na apresentação, permanecia
intacta.
O campeonato era cada vez mais uma certeza, mas a Taça UEFA tinha
passado a ser um objectivo. A derrota em casa com o Panathinaikos (0-1)
desiludira, mas o técnico português voltou a deixar um aviso. "Não faças
a festa porque isto ainda não acabou", disse a Sergio Markarian,
técnico do Panathinaikos. E não tinha acabado mesmo. Os dragões venceram
na Grécia por 2-0 e só pararam na final depois de erguerem a Taça.
A chegada ao Chelsea ficou marcada por nova tirada histórica: "Por
favor, não me chamem arrogante, mas sou campeão europeu e acredito que
sou especial". Especial ou não, Mourinho concretizou o principal
objectivo para o qual tinha sido contratado: tornar o Chelsea campeão
inglês 50 anos depois.
Quando chegou ao Inter Milão, em 2008, Mourinho não foi tão peremptório:
"Pediram-me apenas para ser eu próprio: trabalhar com grande paixão,
com grande empatia com os adeptos e com os jogadores." Dois anos depois,
chega-se à conclusão de que Mourinho cumpriu. Foi ele próprio, ganhou.
Foi bicampeão italiano e pôs a cereja no topo do bolo com a Liga dos
Campeões, um objectivo que se recusou a apontar na apresentação: "É um
sonho para os clubes do mundo vencer a Liga dos Campeões. Quando penso
em quem pode conquistar essa competição, lembro-me sempre de 11 equipas,
entre as quais o Inter."
Dois anos depois, o ciclo de Mourinho no Inter terminou. O novo, que
está para começar, é ainda mais ambicioso, à imagem de Mourinho. "Quero
ser o primeiro treinador a ganhar a Liga dos Campeões em três clubes
diferentes. Quero um outro desafio para a minha carreira e agora é o
momento de decidir", afirmou o técnico depois da final de sábado. O
destino é certo: o Real Madrid. A ambição do setubalense é perigosa, mas
o passado demonstra que quando diz alguma coisa, quando estabelece
alguma meta, é melhor acreditar nele. Para já, o presidente do Real
Madrid, Florentino Pérez, parece perfeitamente crédulo. Imune às
críticas ao futebol praticado pelo Inter, Pérez decidiu que Mourinho,
além de "Special One", é também o "Chosen One". Um pouco na base de "tu
queres ser o primeiro treinador a ganhar a Liga dos Campeões em três
clubes diferentes, mas nós temos um objectivo mais elevado: ganhar a
décima Liga dos Campeões". A história do Real Madrid é assim mesmo.
Afinal de contas, quando José Mourinho nasceu já os merengues tinham
cinco títulos.
Para convencer o português, Florentino Pérez propôs um contrato de
quatro anos a dez milhões de euros por temporada. No entanto, este valor
poderá aumentar com a conquista de objectivos. Moratti parece resignado
e em Espanha até se escreveu ontem que a "dívida de gratidão" para com
Mourinho poderá diminuir (ou anular mesmo) a cláusula de rescisão do
treinador português, avaliada em 16 milhões de euros. Mourinho não
viajou com a equipa para Milão para fechar acordo com o Real Madrid,
podendo a apresentação do técnico português ter lugar ainda esta semana.
Com a confirmação de Mourinho, começam também a surgir os primeiros
nomes. Maicon e Milito poderão acompanhar o técnico para Madrid e o
lateral-esquerdo Kolarov, da Lázio, permanece entre os alvos, tal como o
italiano De Rossi, da Roma. No entanto, o principal objectivo passará
por tratar primeiro do plantel actual. A imprensa espanhola escreve que o
técnico está determinado a fazer subir o rendimento de Benzema e Kaká,
havendo também vários jogadores, Raúl incluído, que aguardam uma palavra
de Mourinho para decidirem o futuro.
Que se pode esperar do Real de Mourinho? É melhor aguardar para ver o
que diz o próprio. Costuma ser seguro.