«Jamais esquecerei a imagem indescritível da festa do
título» - Cardozo
Por Paulo Alves
No Paraguai chamam-lhe
agora «Rei de Portugolo». Feliz com a Bola de Prata, Takuara não esquece
os companheiros. E fala com orgulho da grandeza do Benfica.
Dezanove
anos depois de Rui Águas, de águia ao peito, ter sido coroado melhor
marcador do Campeonato Nacional (e tal com o seu pai, José Águas,
recebeu a correspondente Bola de Prata, o mais antigo e prestigiado
troféu do futebol português), o Benfica votlou a ter um rei do golo:
Óscar Takuara Cardozo, ontem apelidado no jornal ABC de Assunção,
Paraguai, de «Rei de Portugolo».
Os dois golos que valeram a
vitória sobre o Rio Ave e consequente conquista da Bola de Prata - que
recebeu no relvado da Luz imediatamente antes da equipa ter erguido o
troféu de vencedor da Liga Sagres - foram dos mais saborosos de uma
carreira que conheceu, no Benfica impulso significativo.
Takuara
ainda estava sob o impacto das fortes emoções vividas na madrugada de
segunda-feira quando descreveu a A BOLA o que registou na noite da
consagração: «A imagem de festa da noite do título é algo que nunca vou
esquecer na vida. Foi algo absolutamente indescritível.»
Ser
campeão era um sonho que há muito acalentava, mas o internacional do
Paraguai, de malas feitas para o Mundial da África do Sul, vai mais
longe na verbalização do que sentiu este ano sob as ordens de Jorge
Jesus: «Fazer parte de uma equipa como a nossa é motivo de orgulho para
qualquer jogador.»
Mas a admiração de Cardozo praticamente não
conhece limites na hora em que procura explicar «a grandeza do Benfica»,
que, segundo ele, «ficou bem demonstrada na noite de domingo.» «Foi
algo absolutamente único!»
Sobre a conquista da Bola de Prata e
da lista de nomes ilustres a que acabou de juntar o seu, Cardozo mantém o
low profile que o caracteriza e ao mesmo tempo que reconhece
estar «muito feliz por ter ganho a Bola de Prata», tem uma palavra para
os companheiros: «O mais importante para mim sempre foi trabalhar para a
equipa.»