Portugal-Chipre, 4-4
Portugal empatou com o Chipre (4-4) no arranque da qualificação para o
Euro2012. A selecção nacional, sem Queiroz no banco
de suplentes, recuperou três vezes de uma
desvantagem inusitada frente a um colectivo sem historial. Chegou ao
quarto golo
e entrou de novo em piloto automático. Confiou
de novo em si e deitou tudo a perder. Clube Portugal. A mensagem
passada
ao longo dos anos motiva apreensão. A selecção
nacional transforma-se uma turma fechada, uma república com direito de
admissão
reservado. Anuncia-se uma revolução e
descobrem-se as mesmas caras. Por ano, surge um Eduardo, um Coentrão, um
Sílvio a quebrar
o ciclo. Tudo o resto soa a mais do mesmo. A
cultura de selecção, não raras vezes anunciada pelos responsáveis,
inquieta.
Repetem-se jogadores sem ritmo competitivo,
afastados do leque de opções nos respectivos clubes, como se nada
houvesse para
além deles. Ninguém percebe quem comanda É
um momento preocupante para Portugal. Os sub-21 desiludem,
os clubes lusos enviam listas para a Europa sem
jogadores da sua formação. Enquanto isso, deixa-se andar, perde-se tempo
numa
polémica sem rosto, sem acusador assumido. Como
se disse esta noite em Guimarães, ninguém percebe muito bem quem
comanda.
Quem decide, nos gabinetes, no banco, no
relvado. Ainda assim, fala-se em «piloto automático», encara-se um
adversário com
sobranceria, aposta-se em jogadores em fase de
pré-época, para utilizar os mesmos como desculpa. No relvado,
cinco
caras novas, em relação ao desaire frente à
Espanha. Novas, ou nem tanto. Não haverá, algures na imensidão
futebolística deste
país, um lateral direito em forma? Ou um médio
defensivo, algo que Manuel Fernandes e Raul Meireles raramente foram na
sua
carreira? Portugal sabe que a qualidade
está lá e essa é como o azeite, vem quase sempre ao de cima. Convinha
acelerar
o processo. Falta liderança, de cima a baixo na
pirâmide desta selecção. Os adeptos sentem isso mesmo e afastam-se da
equipa
das Quinas. 9 mil portugueses em Guimarães,
contra 100 cipriotas. As desculpas e a justiça Ricardo
Quaresma,
talento recuperado na Turquia, teve de esperar
por lesões alheias para comprovar que é o português mais inspirado do
momento.
Mesmo numa convocatória sem Deco, nem Simão, nem
Paulo Ferreira. Mais as lesões de Ronaldo e Varela. Tudo isso
será
lembrado no rescaldo do encontro. As mazelas
físicas, o cansaço dos jogadores convocados, a falta de ritmo e
capacidade de
sacrifício dos mesmos. Tudo verdade, tudo uma
realidade evitável. Antes de mais, não é justo para eles. Depois, não é
justo
para dezenas de portugueses com qualidade para
estar ali, pagando por ainda não terem chegado a um «grande». Até porque
esses
pouco têm apostado nos seus. Posto isto,
houve jogo em Guimarães, numa história com forte cunho nacional. O
português
gosta de sofrer. Nem o Chipre, que deixou de ser
coitadinho há anos, contaria com tamanhas facilidades. Aloneftis
agradeceu
a lentidão de Miguel, Constantinou aproveitou um
erro de Meireles, Okkas viu Bruno falhar um corte. Que ninguém
se esqueça disto! Portugal esteve por
duas vezes em desvantagem. Má notícia. Até porque Eduardo nunca tinha
sofrido
mais que um golo no mesmo jogo. Nem o Chipre
marcara um tento em solo luso. Depois, lá vem a alma lusitana, algo como
o orgulho
nacional sem motor de arranque. Aqui fica
o auto da revolta, a resposta insuficiente da selecção nacional.
Primeiro
Hugo Almeida, bela cabeçada após cruzamento
acertado de Nani. Depois, dois pontapés de raiva dos desenquadrados,
Raul Meireles
e Manuel Fernandes. Até Danny, pouco inspirado,
marcou de cabeça. Pelo meio, muito Quaresma. Com o Chipre
aparentemente
vergado, voltou a confiança, o espectáculo, duas
bolas no poste. Quase servia para esquecer tudo o resto. O golo de
Avraam,
em cima do minuto 90 e com sinal menos para
Eduardo, obriga a deitar as mãos à cabeça. Ordem na casa!
Portugal empatou com o Chipre (4-4) no arranque da qualificação para o
Euro2012. A selecção nacional, sem Queiroz no banco
de suplentes, recuperou três vezes de uma
desvantagem inusitada frente a um colectivo sem historial. Chegou ao
quarto golo
e entrou de novo em piloto automático. Confiou
de novo em si e deitou tudo a perder. Clube Portugal. A mensagem
passada
ao longo dos anos motiva apreensão. A selecção
nacional transforma-se uma turma fechada, uma república com direito de
admissão
reservado. Anuncia-se uma revolução e
descobrem-se as mesmas caras. Por ano, surge um Eduardo, um Coentrão, um
Sílvio a quebrar
o ciclo. Tudo o resto soa a mais do mesmo. A
cultura de selecção, não raras vezes anunciada pelos responsáveis,
inquieta.
Repetem-se jogadores sem ritmo competitivo,
afastados do leque de opções nos respectivos clubes, como se nada
houvesse para
além deles. Ninguém percebe quem comanda É
um momento preocupante para Portugal. Os sub-21 desiludem,
os clubes lusos enviam listas para a Europa sem
jogadores da sua formação. Enquanto isso, deixa-se andar, perde-se tempo
numa
polémica sem rosto, sem acusador assumido. Como
se disse esta noite em Guimarães, ninguém percebe muito bem quem
comanda.
Quem decide, nos gabinetes, no banco, no
relvado. Ainda assim, fala-se em «piloto automático», encara-se um
adversário com
sobranceria, aposta-se em jogadores em fase de
pré-época, para utilizar os mesmos como desculpa. No relvado,
cinco
caras novas, em relação ao desaire frente à
Espanha. Novas, ou nem tanto. Não haverá, algures na imensidão
futebolística deste
país, um lateral direito em forma? Ou um médio
defensivo, algo que Manuel Fernandes e Raul Meireles raramente foram na
sua
carreira? Portugal sabe que a qualidade
está lá e essa é como o azeite, vem quase sempre ao de cima. Convinha
acelerar
o processo. Falta liderança, de cima a baixo na
pirâmide desta selecção. Os adeptos sentem isso mesmo e afastam-se da
equipa
das Quinas. 9 mil portugueses em Guimarães,
contra 100 cipriotas. As desculpas e a justiça Ricardo
Quaresma,
talento recuperado na Turquia, teve de esperar
por lesões alheias para comprovar que é o português mais inspirado do
momento.
Mesmo numa convocatória sem Deco, nem Simão, nem
Paulo Ferreira. Mais as lesões de Ronaldo e Varela. Tudo isso
será
lembrado no rescaldo do encontro. As mazelas
físicas, o cansaço dos jogadores convocados, a falta de ritmo e
capacidade de
sacrifício dos mesmos. Tudo verdade, tudo uma
realidade evitável. Antes de mais, não é justo para eles. Depois, não é
justo
para dezenas de portugueses com qualidade para
estar ali, pagando por ainda não terem chegado a um «grande». Até porque
esses
pouco têm apostado nos seus. Posto isto,
houve jogo em Guimarães, numa história com forte cunho nacional. O
português
gosta de sofrer. Nem o Chipre, que deixou de ser
coitadinho há anos, contaria com tamanhas facilidades. Aloneftis
agradeceu
a lentidão de Miguel, Constantinou aproveitou um
erro de Meireles, Okkas viu Bruno falhar um corte. Que ninguém
se esqueça disto! Portugal esteve por
duas vezes em desvantagem. Má notícia. Até porque Eduardo nunca tinha
sofrido
mais que um golo no mesmo jogo. Nem o Chipre
marcara um tento em solo luso. Depois, lá vem a alma lusitana, algo como
o orgulho
nacional sem motor de arranque. Aqui fica
o auto da revolta, a resposta insuficiente da selecção nacional.
Primeiro
Hugo Almeida, bela cabeçada após cruzamento
acertado de Nani. Depois, dois pontapés de raiva dos desenquadrados,
Raul Meireles
e Manuel Fernandes. Até Danny, pouco inspirado,
marcou de cabeça. Pelo meio, muito Quaresma. Com o Chipre
aparentemente
vergado, voltou a confiança, o espectáculo, duas
bolas no poste. Quase servia para esquecer tudo o resto. O golo de
Avraam,
em cima do minuto 90 e com sinal menos para
Eduardo, obriga a deitar as mãos à cabeça. Ordem na casa!