Jorge Jesus não pára de falar na invencibilidade na Liga: "Já estamos a pensar na quinta seguida." Sim, mas há precisamente 34 anos, o Benfica iniciou uma série de 56 jogos sem perder no campeonato. O capitão dessa equipa conta como foi..............
Eurico, Toni (o capitão), Humberto, Alberto, Pietra, Bento; Zé Luís, Nené, Chalana (o Messi), V. Baptista, Shéu
Ao telefone, Toni está surpreendido. "56 jogos sem perder? Olha nem sabia. Mas foi quase um ano e meio!" Até mais. Foi de 25 de Outubro de 1976 (2-1 ao Boavista) a 1 de Setembro de 1978 (0-1 com FC Porto). Entre essas datas, 56 jogos para o campeonato, com 44 vitórias, 12 empates, 119 golos marcados e 27 sofridos. Entre essas datas, um só treinador (o inglês John Mortimore) e um capitão (Toni). Agora são cinco - um número magrinho, porque os tempos são outros - mas aqui fica um desafio inspirador para Jorge Jesus, que diz já pensar "na quinta vitória seguida!".
Toni continua surpreendido, mas desarma o i com uma facilidade impressionante. "Sabe, nós [do Benfica, suponho] houve uma vez em 1973 que ganhámos um campeonato sem derrotas e com 23 vitórias seguidas [confirma-se: é o Benfica]. Foi essa marca que me ficou na memória. Dá-me uns minutos para aclarar as ideias... Ah, sim, já me lembro desse período. Foi o início do Chalana. No balneário, eu dizia sempre para passarem a bola ao menino. Ao Chalana. Ele era o nosso Messi. Fazia coisas incríveis, desbloqueava problemas, desbravava caminhos, era uma máquina. Tão novo e tão genial."
E havia mais desses? "Chalana era só um, mas o balneário convivia com homens de personalidade e classe como o Bento, o Alberto, o Humberto Coelho, o Shéu, o João Alves Luvas Pretas, o Nené. Eu sei lá mais... O Vítor Baptista era outro craque, por exemplo. Havia mais. O Benfica tinha um plantel completamente à parte."
Das 44 vitórias, as mais volumosas foram com Atlético e Marítimo (6-0 cada). "Em casa era mais fácil, claro. Fora, havia o público em cima de nós e os pelados. Lembro-me do pelado no Bessa, no Riopele [andava por lá um tal de Jorge Jesus] e na Vila da Feira. Quando íamos jogar num pelado, treinávamos no campo número 3 do Estádio da Luz, que é onde é agora o novo estádio. Ou então íamos treinar à Casa Pia. Assim não sentíamos tanto a diferença de relvado para pelado."
Dos 12 empates, Beira Mar, Belenenses [andava por lá um tal de Jorge Jesus, outra vez] e FC Porto foram repetentes. Em termos de golos, o rei foi Nené, com 30. E se juntarmos o menino Chalana (17) e Vítor Baptista (14), chegamos a um pouco mais de metade dos 119. "O curioso desse recorde de 56 jogos invictos é que, ainda assim, perdemos um campeonato, o de 1977-78, para o FC Porto. Ou seja, não perdemos nenhum jogo em 30 possíveis e não fomos campeões! A três jornadas do fim, fomos às Antas e empatámos 1-1. O árbitro era o Manuel Vicente. Bem, deixa lá..."
Eurico, Toni (o capitão), Humberto, Alberto, Pietra, Bento; Zé Luís, Nené, Chalana (o Messi), V. Baptista, Shéu
Ao telefone, Toni está surpreendido. "56 jogos sem perder? Olha nem sabia. Mas foi quase um ano e meio!" Até mais. Foi de 25 de Outubro de 1976 (2-1 ao Boavista) a 1 de Setembro de 1978 (0-1 com FC Porto). Entre essas datas, 56 jogos para o campeonato, com 44 vitórias, 12 empates, 119 golos marcados e 27 sofridos. Entre essas datas, um só treinador (o inglês John Mortimore) e um capitão (Toni). Agora são cinco - um número magrinho, porque os tempos são outros - mas aqui fica um desafio inspirador para Jorge Jesus, que diz já pensar "na quinta vitória seguida!".
Toni continua surpreendido, mas desarma o i com uma facilidade impressionante. "Sabe, nós [do Benfica, suponho] houve uma vez em 1973 que ganhámos um campeonato sem derrotas e com 23 vitórias seguidas [confirma-se: é o Benfica]. Foi essa marca que me ficou na memória. Dá-me uns minutos para aclarar as ideias... Ah, sim, já me lembro desse período. Foi o início do Chalana. No balneário, eu dizia sempre para passarem a bola ao menino. Ao Chalana. Ele era o nosso Messi. Fazia coisas incríveis, desbloqueava problemas, desbravava caminhos, era uma máquina. Tão novo e tão genial."
E havia mais desses? "Chalana era só um, mas o balneário convivia com homens de personalidade e classe como o Bento, o Alberto, o Humberto Coelho, o Shéu, o João Alves Luvas Pretas, o Nené. Eu sei lá mais... O Vítor Baptista era outro craque, por exemplo. Havia mais. O Benfica tinha um plantel completamente à parte."
Das 44 vitórias, as mais volumosas foram com Atlético e Marítimo (6-0 cada). "Em casa era mais fácil, claro. Fora, havia o público em cima de nós e os pelados. Lembro-me do pelado no Bessa, no Riopele [andava por lá um tal de Jorge Jesus] e na Vila da Feira. Quando íamos jogar num pelado, treinávamos no campo número 3 do Estádio da Luz, que é onde é agora o novo estádio. Ou então íamos treinar à Casa Pia. Assim não sentíamos tanto a diferença de relvado para pelado."
Dos 12 empates, Beira Mar, Belenenses [andava por lá um tal de Jorge Jesus, outra vez] e FC Porto foram repetentes. Em termos de golos, o rei foi Nené, com 30. E se juntarmos o menino Chalana (17) e Vítor Baptista (14), chegamos a um pouco mais de metade dos 119. "O curioso desse recorde de 56 jogos invictos é que, ainda assim, perdemos um campeonato, o de 1977-78, para o FC Porto. Ou seja, não perdemos nenhum jogo em 30 possíveis e não fomos campeões! A três jornadas do fim, fomos às Antas e empatámos 1-1. O árbitro era o Manuel Vicente. Bem, deixa lá..."