Festival da Canção da RTP conta com a participação de produtores oriundos de outros países
Se em tempos idos o Festival tinha como missão catapultar diamantes em
bruto para lapidação no universo da música, agora parece que nem tanto.
Cantoras com carreira firmada participam nesta edição, o que se deve a
convites de produtores estrangeiros.O
exemplo mais paradigmático é o de Nucha. Há largos anos que se
movimenta nos meandros do mercado musical português e, após ter
surpreendido no ano passado com uma proposta de estilo "rockeiro" no
Festival da Canção, este ano volta a concorrer. E isto, saliente-se,
depois de na década de 90 também ter feito parte do espectáculo. Mas
afinal, o que a leva a repetir a dose?"Paguei pela língua. Na
altura disse: 'Deus me livre de tornar a competir'. Porém, em Março,
recebi um convite de produtores gregos, muito consagrados no âmbito da
Eurovisão, sendo que me foi impossível ficar indiferente à música que
me apresentaram", justificou.Também Claudisabel, conhecida intérprete de música ligeira, encontra-se na corrida ao Festival. "Contra tudo e contra todos"E
porquê? Foi-lhe lançado o repto por parte de produtores estrangeiros,
que consideraram que a sua "voz se coadunava com o espírito da
cantiga", então, abraçou a ideia.Caber-lhe-á, pois, cantar a melodia intitulada "Contra tudo e contra todos".Ora,
não deixa de ser curioso que uma "instituição nacional", nas palavras
do jornalista da SIC Augusto Madureira (ver comentário) - quem
participa no evento através de dois temas da sua autoria - se veja como
que a ser invadido por influências que de lusas nada têm.Contra a ideia dos descartáveisNucha
que emprestará o seu timbre a "Chuva", por si descrita como uma canção
que evoca " o renascer, a essência geral do amor", assegurando ser
"100% a favor de novos valores" e argumentando "ter evoluções e
desenvolvimentos" que quer mostrar, em última análise, numa tentativa
de chamar novos públicos.Além disso, na sua opinião, "o
confronto de gerações é interessante". Prossegue: "Pertencemos a um
mundo de descartáveis. Aos 40 estamos velhos e aos 20 ainda não temos
experiência suficiente. Venho cá para dar força aos que não acreditam".
Em seu entender, "a concorrência este ano, embora muito ecléctica, é de
peso, fasquia que só torna as coisas mais saudáveis". Tozé Brito foi jurado"Quisemos
abrir hipóteses a mais artistas", alega José Poiares, um dos
coordendores do certame, no sentido de justificar a existência de duas
semifinais. Daí, serem 24 finalistas a concurso. Antes, coube a Tozé
Brito, Ramon Galarza e Poiares seleccionar 30 maquetas das cerca de 400
recebidas. Estará a cargo de Sílvia Alberto conduzir as três
emissões a partir do Campo Pequeno: as duas meias-finais, a terem lugar
nos dias 2 e 4 de Março, e a final, a 6, cuja transmissão será, pela
primeira vez, feita em HD (alta definição).
Se em tempos idos o Festival tinha como missão catapultar diamantes em
bruto para lapidação no universo da música, agora parece que nem tanto.
Cantoras com carreira firmada participam nesta edição, o que se deve a
convites de produtores estrangeiros.O
exemplo mais paradigmático é o de Nucha. Há largos anos que se
movimenta nos meandros do mercado musical português e, após ter
surpreendido no ano passado com uma proposta de estilo "rockeiro" no
Festival da Canção, este ano volta a concorrer. E isto, saliente-se,
depois de na década de 90 também ter feito parte do espectáculo. Mas
afinal, o que a leva a repetir a dose?"Paguei pela língua. Na
altura disse: 'Deus me livre de tornar a competir'. Porém, em Março,
recebi um convite de produtores gregos, muito consagrados no âmbito da
Eurovisão, sendo que me foi impossível ficar indiferente à música que
me apresentaram", justificou.Também Claudisabel, conhecida intérprete de música ligeira, encontra-se na corrida ao Festival. "Contra tudo e contra todos"E
porquê? Foi-lhe lançado o repto por parte de produtores estrangeiros,
que consideraram que a sua "voz se coadunava com o espírito da
cantiga", então, abraçou a ideia.Caber-lhe-á, pois, cantar a melodia intitulada "Contra tudo e contra todos".Ora,
não deixa de ser curioso que uma "instituição nacional", nas palavras
do jornalista da SIC Augusto Madureira (ver comentário) - quem
participa no evento através de dois temas da sua autoria - se veja como
que a ser invadido por influências que de lusas nada têm.Contra a ideia dos descartáveisNucha
que emprestará o seu timbre a "Chuva", por si descrita como uma canção
que evoca " o renascer, a essência geral do amor", assegurando ser
"100% a favor de novos valores" e argumentando "ter evoluções e
desenvolvimentos" que quer mostrar, em última análise, numa tentativa
de chamar novos públicos.Além disso, na sua opinião, "o
confronto de gerações é interessante". Prossegue: "Pertencemos a um
mundo de descartáveis. Aos 40 estamos velhos e aos 20 ainda não temos
experiência suficiente. Venho cá para dar força aos que não acreditam".
Em seu entender, "a concorrência este ano, embora muito ecléctica, é de
peso, fasquia que só torna as coisas mais saudáveis". Tozé Brito foi jurado"Quisemos
abrir hipóteses a mais artistas", alega José Poiares, um dos
coordendores do certame, no sentido de justificar a existência de duas
semifinais. Daí, serem 24 finalistas a concurso. Antes, coube a Tozé
Brito, Ramon Galarza e Poiares seleccionar 30 maquetas das cerca de 400
recebidas. Estará a cargo de Sílvia Alberto conduzir as três
emissões a partir do Campo Pequeno: as duas meias-finais, a terem lugar
nos dias 2 e 4 de Março, e a final, a 6, cuja transmissão será, pela
primeira vez, feita em HD (alta definição).