A passagem por
Portugal de uma organização internacional de assaltantes de casas
provocou um "rombo" de 6,4 milhões de euros em bens furtados. Foram
acusados 21 elementos, provenientes de países da antiga Jugoslávia, que
terão efectuado 239 investidas.Os
oito homens e 13 mulheres terão integrado uma rede que protagonizou,
entre Outubro de 2008 e Março de 2009, uma das maiores vagas de
assaltos a casas de que há memória em Portugal. Com ramificações a
Espanha, Itália e França, onde foram cometidos crimes semelhantes,
chegava a utilizar crianças como operacionais, incumbindo-lhes a tarefa
de se introduzirem nas residências e de procurarem todo o ouro, jóias e
dinheiro.A acusação, deduzida pelo Ministério Público (MP) do
Porto, no âmbito de um megaprocesso liderado pela Divisão de
Investigação Criminal da PSP do Porto, sublinha a organização do grupo.
Os seus membros tinham funções bem definidas, numa "estrutura em
pirâmide", ao nível de escolha dos locais a assaltar, selecção e troca
dos executantes dos crimes, apoio logístico, fornecimento de
identificações falsas, concretização dos assaltos e escoamento, para o
estrangeiro, do material obtido.Os assaltantes - por norma as
mulheres e os menores - actuavam durante o período diurno, aproveitando
a ausência dos moradores. Na maior parte dos casos, tocavam às
campainhas das residências (apartamentos ou moradias) e, na falta de
resposta, recorriam a cartões ou outras estruturas em plástico para
franquearem as portas. Este método era a imagem de marca, mas também
houve situações em que os intrusos utilizaram ferramentas, como chaves
de fendas ou chave-inglesa nos arrombamentos.Durante a estadia
no nosso país, os suspeitos foram montando vários "quartéis-generais"
(na Póvoa de Varzim, Costa da Caparica, Espinho e Algarve, entre outras
zonas) de onde se movimentavam, depois, para os diversos pontos do
território, em auto-caravanas e viaturas de gama alta, que pagavam em
dinheiro vivo. MP pede mais preventivasA identificação
dos arguidos, que ou não tinham documentos ou apresentavam-nos falsos,
revelou-se uma das tarefas mais complexas. Mesmo o apuramento através
das impressões digitais levou a casos de indivíduos com registos de
pelo menos 20 nomes diferentes, em vários países europeus. Houve
também situações de suspeitos que alegaram ser menores de idade, para
escapar às detenções, obrigando à realização de exames periciais. Tudo
aponta para que sejam todos naturais de países da antiga Jugoslávia,
sobretudo Croácia, Sérvia ou Macedónica. Seis dos acusados
estão em prisão preventiva. No despacho da acusação, o MP pede a mesma
medida de coacção para os restantes arguidos, que após interrogatório
judicial, foram colocados em liberdade. A procuradora alerta para o
perigo de continuação da actividade criminosa e para o facto de
tratar-se de pessoas sem paradeiro fixo, deambulando pela Europa.O
MP ressalva que a acusação, com quase mil páginas, se reporta a uma
"ínfima parte" dos crimes que terão sido praticados pela organização.
Ficaram de fora, por exemplo, os casos registados na área da GNR,
devido à "(ainda) inexistente articulação dos sistemas de informação e
registo", conforme refere o documento. Associação criminosa;
furto qualificado nas formas consumada (218 crimes) e tentada (17);
furto simples (quatro); falsificação de documentos (43) e falsas
declarações (15) são os principais crimes imputados.
Portugal de uma organização internacional de assaltantes de casas
provocou um "rombo" de 6,4 milhões de euros em bens furtados. Foram
acusados 21 elementos, provenientes de países da antiga Jugoslávia, que
terão efectuado 239 investidas.Os
oito homens e 13 mulheres terão integrado uma rede que protagonizou,
entre Outubro de 2008 e Março de 2009, uma das maiores vagas de
assaltos a casas de que há memória em Portugal. Com ramificações a
Espanha, Itália e França, onde foram cometidos crimes semelhantes,
chegava a utilizar crianças como operacionais, incumbindo-lhes a tarefa
de se introduzirem nas residências e de procurarem todo o ouro, jóias e
dinheiro.A acusação, deduzida pelo Ministério Público (MP) do
Porto, no âmbito de um megaprocesso liderado pela Divisão de
Investigação Criminal da PSP do Porto, sublinha a organização do grupo.
Os seus membros tinham funções bem definidas, numa "estrutura em
pirâmide", ao nível de escolha dos locais a assaltar, selecção e troca
dos executantes dos crimes, apoio logístico, fornecimento de
identificações falsas, concretização dos assaltos e escoamento, para o
estrangeiro, do material obtido.Os assaltantes - por norma as
mulheres e os menores - actuavam durante o período diurno, aproveitando
a ausência dos moradores. Na maior parte dos casos, tocavam às
campainhas das residências (apartamentos ou moradias) e, na falta de
resposta, recorriam a cartões ou outras estruturas em plástico para
franquearem as portas. Este método era a imagem de marca, mas também
houve situações em que os intrusos utilizaram ferramentas, como chaves
de fendas ou chave-inglesa nos arrombamentos.Durante a estadia
no nosso país, os suspeitos foram montando vários "quartéis-generais"
(na Póvoa de Varzim, Costa da Caparica, Espinho e Algarve, entre outras
zonas) de onde se movimentavam, depois, para os diversos pontos do
território, em auto-caravanas e viaturas de gama alta, que pagavam em
dinheiro vivo. MP pede mais preventivasA identificação
dos arguidos, que ou não tinham documentos ou apresentavam-nos falsos,
revelou-se uma das tarefas mais complexas. Mesmo o apuramento através
das impressões digitais levou a casos de indivíduos com registos de
pelo menos 20 nomes diferentes, em vários países europeus. Houve
também situações de suspeitos que alegaram ser menores de idade, para
escapar às detenções, obrigando à realização de exames periciais. Tudo
aponta para que sejam todos naturais de países da antiga Jugoslávia,
sobretudo Croácia, Sérvia ou Macedónica. Seis dos acusados
estão em prisão preventiva. No despacho da acusação, o MP pede a mesma
medida de coacção para os restantes arguidos, que após interrogatório
judicial, foram colocados em liberdade. A procuradora alerta para o
perigo de continuação da actividade criminosa e para o facto de
tratar-se de pessoas sem paradeiro fixo, deambulando pela Europa.O
MP ressalva que a acusação, com quase mil páginas, se reporta a uma
"ínfima parte" dos crimes que terão sido praticados pela organização.
Ficaram de fora, por exemplo, os casos registados na área da GNR,
devido à "(ainda) inexistente articulação dos sistemas de informação e
registo", conforme refere o documento. Associação criminosa;
furto qualificado nas formas consumada (218 crimes) e tentada (17);
furto simples (quatro); falsificação de documentos (43) e falsas
declarações (15) são os principais crimes imputados.