Forever somos nós, gritam os ultras leoninos. Mas saberão ainda porque
não ficam em casa? É amor mesmo, nem sempre correspondido. O leão, cada
vez menos Real, ficou a zero na Mata (0-0). Os castores, ainda que
moralizados, não tiveram coragem para lutar até final pela vitória,
durante uma entediante jornada em Paços de Ferreira. O
Sporting passa de quatro derrotas consecutivas para cinco jogos sem
vencer. Parece melhor, sem dúvida, mas é curto. Demasiado curto para um
clube com tamanhos pergaminhos. Fez mais que o adversário, é certo,
esperando pelos minutos finais para desperdiçar duas oportunidades
clamorosas! O
Paços faz quatro pontos em dois jogos sem sofrer golos. Na luta pela
permanência, sabe muito bem. Na defesa do espectáculo futebolístico,
pedia-se um pouco mais de ambição. A culpa de um mau jogo também deve
ser repartida pelos pequenos. Era
uma cómoda, faz favor! Na
Capital do Móvel, sob um manto de frio, a mente suspirava por uma
mesinha de cabeceira. Uma parte cómoda de um cenário mais apetecível na
noite de sexta-feira. A mesinha, uma cama bem aquecida, talvez um filme
e umas pipocas. Ou um bom jantar, ao pé da lareira, ou só a lareira, a
acompanhar chocolate quente. Calor, enfim. Em
Paços de Ferreira, não houve disso. Calor, claro está. Há mesinhas de
cabeceira com fartura, camas também, futebol nem tanto. Pelo menos,
nesta tal noite gélida. Daquelas que arrepiam todos os pêlos do nosso
corpo e levam ao desespero de pedir chuva. Ao menos, aquecia um pouco. Nas
bancadas, era este o sentimento generalizado. O espectáculo não
ajudava. De Lisboa, poucas centenas de adeptos. Entre os locais, também
não foram muitos os que abdicaram do conforto para assistir a este
duelo. Entre os que assumiram o risco, dominavam os arrependidos. Metias o Matías? Queixas
à parte, reserve-se o merecido espaço para o futebol, com ajuda dos
artistas ou não. Carlos Carvalhal continua a deixar Matías Fernández
longe do estrelado, privilegiando o músculo. Pongolle na esquerda,
Saleiro entre a área e o lado direito. O Sporting entra melhor mas cedo
perde o ímpeto, não passando de uma ameaça de sufoco. O
P. Ferreira, moralizado pelo triunfo no castelo do V. Guimarães,
aguentou a pressão inicial e recuperou a pose. Em contra-ataque,
sentiu-se como peixe na água. Água quente, de preferência. Bem, chega
desse assunto. Convém aproveitar enquanto os dedos não congelam. Abel
levou com a fava. O lateral substituiu o castigado João Pereira e não
encontrava forma de travar o moralizado Maykon. Com um lógico e vistoso
corte à moicano, o brasileiro descia pela avenida à esquerda e somava
cruzamentos à procura de William. Sem sucesso. Um
Patrício sem apoio Rui Patrício era um espectáculo à parte. A cada intervenção do guarda-redes leonino, um coro
de gritos, adeptos provocadores a tentar explorar a ansiedade do internacional português. Expectável. O
Sporting acabou por resolver os problemas em cima do joelho, já
demasiado perto da sua baliza. Eficaz, de qualquer forma. Perto do
intervalo, em dois lances, o leão assustou o Coelho. Liedson cabeceou
para bela defesa do guardião pacense e Carriço, logo depois, atirou ao
lado com a baliza deserta. Um nulo. As
equipas regressaram dos balneários com a mesma disposição. Ou seja, com
pouca. Passes errados, muita bola fora, ténues lampejos de
criatividade. Lá entrou Matías Fernández (55m), saiu Pongolle de onde
nunca chegou a entrar. O mal, saliente-se, era generalizado. Houve
mais Sporting na segunda metade, sobretudo após a aparição de Yannick
Djaló, mas nem sempre mais é melhor. Foi o caso. Nos descontos, tarde
de mais, o ataque leonino esteve bem perto do golo. Primeiro, embatou
na montanha de pernas do adversário. Depois, Matías atirou ao lado, com
a baliza aberta. Estava escrito.
não ficam em casa? É amor mesmo, nem sempre correspondido. O leão, cada
vez menos Real, ficou a zero na Mata (0-0). Os castores, ainda que
moralizados, não tiveram coragem para lutar até final pela vitória,
durante uma entediante jornada em Paços de Ferreira. O
Sporting passa de quatro derrotas consecutivas para cinco jogos sem
vencer. Parece melhor, sem dúvida, mas é curto. Demasiado curto para um
clube com tamanhos pergaminhos. Fez mais que o adversário, é certo,
esperando pelos minutos finais para desperdiçar duas oportunidades
clamorosas! O
Paços faz quatro pontos em dois jogos sem sofrer golos. Na luta pela
permanência, sabe muito bem. Na defesa do espectáculo futebolístico,
pedia-se um pouco mais de ambição. A culpa de um mau jogo também deve
ser repartida pelos pequenos. Era
uma cómoda, faz favor! Na
Capital do Móvel, sob um manto de frio, a mente suspirava por uma
mesinha de cabeceira. Uma parte cómoda de um cenário mais apetecível na
noite de sexta-feira. A mesinha, uma cama bem aquecida, talvez um filme
e umas pipocas. Ou um bom jantar, ao pé da lareira, ou só a lareira, a
acompanhar chocolate quente. Calor, enfim. Em
Paços de Ferreira, não houve disso. Calor, claro está. Há mesinhas de
cabeceira com fartura, camas também, futebol nem tanto. Pelo menos,
nesta tal noite gélida. Daquelas que arrepiam todos os pêlos do nosso
corpo e levam ao desespero de pedir chuva. Ao menos, aquecia um pouco. Nas
bancadas, era este o sentimento generalizado. O espectáculo não
ajudava. De Lisboa, poucas centenas de adeptos. Entre os locais, também
não foram muitos os que abdicaram do conforto para assistir a este
duelo. Entre os que assumiram o risco, dominavam os arrependidos. Metias o Matías? Queixas
à parte, reserve-se o merecido espaço para o futebol, com ajuda dos
artistas ou não. Carlos Carvalhal continua a deixar Matías Fernández
longe do estrelado, privilegiando o músculo. Pongolle na esquerda,
Saleiro entre a área e o lado direito. O Sporting entra melhor mas cedo
perde o ímpeto, não passando de uma ameaça de sufoco. O
P. Ferreira, moralizado pelo triunfo no castelo do V. Guimarães,
aguentou a pressão inicial e recuperou a pose. Em contra-ataque,
sentiu-se como peixe na água. Água quente, de preferência. Bem, chega
desse assunto. Convém aproveitar enquanto os dedos não congelam. Abel
levou com a fava. O lateral substituiu o castigado João Pereira e não
encontrava forma de travar o moralizado Maykon. Com um lógico e vistoso
corte à moicano, o brasileiro descia pela avenida à esquerda e somava
cruzamentos à procura de William. Sem sucesso. Um
Patrício sem apoio Rui Patrício era um espectáculo à parte. A cada intervenção do guarda-redes leonino, um coro
de gritos, adeptos provocadores a tentar explorar a ansiedade do internacional português. Expectável. O
Sporting acabou por resolver os problemas em cima do joelho, já
demasiado perto da sua baliza. Eficaz, de qualquer forma. Perto do
intervalo, em dois lances, o leão assustou o Coelho. Liedson cabeceou
para bela defesa do guardião pacense e Carriço, logo depois, atirou ao
lado com a baliza deserta. Um nulo. As
equipas regressaram dos balneários com a mesma disposição. Ou seja, com
pouca. Passes errados, muita bola fora, ténues lampejos de
criatividade. Lá entrou Matías Fernández (55m), saiu Pongolle de onde
nunca chegou a entrar. O mal, saliente-se, era generalizado. Houve
mais Sporting na segunda metade, sobretudo após a aparição de Yannick
Djaló, mas nem sempre mais é melhor. Foi o caso. Nos descontos, tarde
de mais, o ataque leonino esteve bem perto do golo. Primeiro, embatou
na montanha de pernas do adversário. Depois, Matías atirou ao lado, com
a baliza aberta. Estava escrito.