Conservadora de Gondomar fazia
"casamentos brancos". Acusação concluída
Cerca de 130 imigrantes ilegais entraram em Espanha, por acção de uma
rede que organizava "casamentos brancos" em Portugal. O
núcleo duro era formado por quatro irmãos paquistaneses, que usava a
Conservatória de Gondomar para oficializar as uniões.Os irmãos e
uma conservadora de Gondomar estão em prisão preventiva e já foram
formalmente acusados pelo Departamento Central de Investigação e Acção
Penal (DCIAP) do Ministério Público.Ao todo os arguidos são 137,
sendo que a grande maioria é constituída pelos imigrantes que vinham
para o nosso país apenas com o intuito de se casarem com uma mulher
portuguesa, garantindo, dessa forma, a liberdade de circulação na Europa
e também o seu principal objectivo: seguir para Espanha e ali residir e
trabalhar.A investigação do caso, que teve o seu desfecho no
início do ano passado, esteve a cargo da Unidade Nacional de Combate ao
Terrorismo (UNCT), da Polícia Judiciária e processou-se em estreita
articulação com as autoridades espanholas. Como resultado desta
colaboração foram detidos, em Fevereiro do ano passado, em Múrcia,
Espanha, mais uma mulher portuguesa e cinco indostânicos. Este grupo
tinha ligações à rede que operava em Portugal e também contaria com os
serviços da Conservatória de Gondomar. Os seus planos passavam pela
realização de 80 "casamentos brancos", cujo único objectivo era
conseguir o estatuto de cidadão europeu para os cidadãos ilegais.Aliás,
a acusação do DCIAP dá conta de que aos 130 casamentos realizados em
Gondomar pela conservadora Maria José Rocha, entre Abril de 2008 e
Janeiro de 2009, seguiu-se sempre a deslocação do "casal", sobretudo
para Espanha - e nalguns casos para a Bélgica -, para legalização da
residência do marido. Seguidamente, o imigrante requeria o reagrupamento
de familiares, que normalmente era concedido.A rede supostamente
chefiada por Hashiq Mahamood, por alcunha "O Espanhol", que era
coadjuvado pelos irmãos, foi também responsável pela legalização de
muitos outros imigrantes no nosso país. Hashiq chegou a dar uma
entrevista ao JN, a partir da cadeia, na qual acusava as autoridades
portuguesas de não perseguirem as redes que continuavam a realizar
"casamentos brancos" e de não o quererem ouvir.Cúmplice na
Segurança SocialPapel importante no grupo tinha também o
funcionário da Segurança Social, Aires Almeida, que trabalhava em
Lisboa. O arguido, que está em prisão preventiva e é acusado de
corrupção passiva e era responsável por recolher do sistema informático
da Segurança Social, documentos necessários à legalização dos
imigrantes.Os documentos, relativos a contribuições para a
Segurança Social tinham por base contratos de trabalho falsos, que eram
emitidos por empresas criadas pela rede e que não tinham qualquer
actividade legal, limitando-se apenas e dar cobertura ao esquema de
imigração ilegal.
"casamentos brancos". Acusação concluída
Cerca de 130 imigrantes ilegais entraram em Espanha, por acção de uma
rede que organizava "casamentos brancos" em Portugal. O
núcleo duro era formado por quatro irmãos paquistaneses, que usava a
Conservatória de Gondomar para oficializar as uniões.Os irmãos e
uma conservadora de Gondomar estão em prisão preventiva e já foram
formalmente acusados pelo Departamento Central de Investigação e Acção
Penal (DCIAP) do Ministério Público.Ao todo os arguidos são 137,
sendo que a grande maioria é constituída pelos imigrantes que vinham
para o nosso país apenas com o intuito de se casarem com uma mulher
portuguesa, garantindo, dessa forma, a liberdade de circulação na Europa
e também o seu principal objectivo: seguir para Espanha e ali residir e
trabalhar.A investigação do caso, que teve o seu desfecho no
início do ano passado, esteve a cargo da Unidade Nacional de Combate ao
Terrorismo (UNCT), da Polícia Judiciária e processou-se em estreita
articulação com as autoridades espanholas. Como resultado desta
colaboração foram detidos, em Fevereiro do ano passado, em Múrcia,
Espanha, mais uma mulher portuguesa e cinco indostânicos. Este grupo
tinha ligações à rede que operava em Portugal e também contaria com os
serviços da Conservatória de Gondomar. Os seus planos passavam pela
realização de 80 "casamentos brancos", cujo único objectivo era
conseguir o estatuto de cidadão europeu para os cidadãos ilegais.Aliás,
a acusação do DCIAP dá conta de que aos 130 casamentos realizados em
Gondomar pela conservadora Maria José Rocha, entre Abril de 2008 e
Janeiro de 2009, seguiu-se sempre a deslocação do "casal", sobretudo
para Espanha - e nalguns casos para a Bélgica -, para legalização da
residência do marido. Seguidamente, o imigrante requeria o reagrupamento
de familiares, que normalmente era concedido.A rede supostamente
chefiada por Hashiq Mahamood, por alcunha "O Espanhol", que era
coadjuvado pelos irmãos, foi também responsável pela legalização de
muitos outros imigrantes no nosso país. Hashiq chegou a dar uma
entrevista ao JN, a partir da cadeia, na qual acusava as autoridades
portuguesas de não perseguirem as redes que continuavam a realizar
"casamentos brancos" e de não o quererem ouvir.Cúmplice na
Segurança SocialPapel importante no grupo tinha também o
funcionário da Segurança Social, Aires Almeida, que trabalhava em
Lisboa. O arguido, que está em prisão preventiva e é acusado de
corrupção passiva e era responsável por recolher do sistema informático
da Segurança Social, documentos necessários à legalização dos
imigrantes.Os documentos, relativos a contribuições para a
Segurança Social tinham por base contratos de trabalho falsos, que eram
emitidos por empresas criadas pela rede e que não tinham qualquer
actividade legal, limitando-se apenas e dar cobertura ao esquema de
imigração ilegal.