O arguido justificou os copos com os "nervos" |
O ciclista
apanhado com uma taxa de álcool no sangue de 3,32 gramas por litro,
depois de ter chocado com um automóvel, foi ontem condenado ao pagamento
de uma multa de 210 euros e inibição de conduzir de três meses, pelo
Tribunal de Cantanhede. O arguido justificou os copos com os
"nervos" e o juiz teve em conta também os factos de ele estar
desempregado e não ter antecedentes criminais.O caso remonta a 25
de Fevereiro deste ano. Hermes Oliveira, de 51 anos, saía de um café na
Tocha, onde havia passado a tarde a comer uns petiscos e a beber vinho
tinto com um grupo de amigos. Por volta das 21 horas, pegou na bicicleta
e seguiu para casa. A cerca de 800 metros da sua residência, na Rua dos
Pereirões, embateu no espelho de um carro que estava estacionado. O
homem ofereceu-se para pagar o arranjo, mas a proprietária da viatura
optou por chamar a GNR, que lhe fez o teste de alcoolemia. Na audiência
de ontem, Hermes Oliveira contou que o trajecto que fez é o habitual e
não se imaginava naquela situação. "Na altura andava com os nervos, o
que pode ter ajudado [a ultrapassar os limites na bebida]" ,
justificou-seHermes é carpinteiro mas encontra-se actualmente
desempregado, dedicando-se à agricultura e à criação e venda de vitelos.
"Vive com a mãe, de 77 anos, e é ele que toma conta dela", contou ao
juiz o advogado de defesa, Marco Santos. Apontou ainda para o
arrependimento do arguido e para o facto de ter assumido a
responsabilidade no pagamento do dano. Duas testemunhas, ambas amigas de
Hermes, destacaram que ele "sempre se portou bem".O juiz lembrou
que, não obstante o indivíduo conduzir uma bicicleta, circulava na via
pública, o que "oferece uma série de perigos para os outros utentes".
Defendeu ainda que a pena de três meses sem conduzir (a mínima legal)
era "suficiente".