A 13 de Março de 2006,
a PT SGPS informa o mercado dos nomes dos novos administradores
propostos pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Banco Espírito Santo
para o triénio 2006/2008. É a primeira lista no novo ciclo político
iniciado por José Sócrates em Março de 2005 e a nomeação de Henrique
Granadeiro para presidente da Comissão Executiva reflecte isso mesmo.
Mas há uma nova cara no órgão máximo do grupo que surpreende totalmente
o mercado: Rui Pedro Soares. «Quem?» – perguntaram os especialistas e os quadros superiores da PT.
Natural
do Porto, Rui Pedro Barroso Soares licenciou-se em Gestão de Marketing
pelo Instituto Português de Administração de Marketing. Mas foi na
Juventude Socialista (JS) liderada por Sérgio Sousa Pinto que conheceu
dois homens fulcrais para o seu futuro: Marcos Perestrello e Paulo
Penedos.
Em 2000, após dois anos em Estrasburgo como
assessor dos eurodeputados do PS), uma candidatura falhada a sucessor
de Sousa Pinto na JS e uma passagem pelo departamento de marketing do
Banco Cetelem (crédito por telefone), Rui Pedro Soares tenta cair sem
sucesso nas boas graças de João Soares – então presidente da Câmara de
Lisboa. Com a vitória de Santana em 2001, subiu a vereador do PS sem
pelouro.
Em 2004, além de colaborar com o Gabinete
de Estudos do PS dirigido por Luís Nazaré, o seu amigo Marcos
Perestrello (hoje secretário de Estado da Defesa) começa a introduzi-lo
no inner circle do então mais forte candidato à sucessão de Ferro
Rodrigues: José Sócrates.
O primeiro trabalho como
‘socrático’ foi coordenar a elaboração do site do candidato a
secretário-geral do PS. Saiu-se bem e começou a ganhar a confiança de
Sócrates, com o apoio de Perestrello. Este, ganha dimensão política
como secretário nacional para a Organização e, após a obtenção da
maioria absoluta em 2005, convence Sócrates de que Rui Pedro pode ser o
novo homem forte do PS na PT. O primeiro-ministro concorda e indica o
seu nome a Ricardo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo.
O
problema da falta de currículo foi um pormenor facilmente contornável
com a ajuda da maioria absoluta conquistada nas urnas. Rui Pedro passa
logo em 2005 para o lugar de assessor da Comissão Executiva da PT
Multimédia para os sectores de Business Inteligence, Imobiliário e
Segurança (áreas até então desconhecidas do seu currículo).
Em
Abril de 2006, Soares toma posse com 32 anos como administrador
executivo da holding do Grupo PT, com um salário anual de 2,5 milhões
de euros – meses mais tarde renova o seu mandato como dirigente da
Comissão Nacional do PS no Congresso de Santarém. Ficou com os
importantes pelouros das relações com as Regiões Autónomas e as
autarquias, do Imobiliário e do Marketing e Publicidade – além de ter
sido nomeado administrador executivo da PT Compras, onde coordenou as
compras centralizadas do grupo. No caso da publicidade, passou a ter
uma palavra decisiva sobre a escolha dos media onde a PT (o mais
importante anunciante do mercado português) coloca publicidade. Mas o
Imobiliário (a PT tem um património avaliado em 400 milhões de euros)
não foi menos importante. Desde 2006 que a PT iniciou um processo de
alienação de prédios, prevendo-se uma receita antes da crise no sector
na ordem dos 100 milhões de euros.
Rui Pedro Soares
ganhou notoriedade na comunicação social com polémicas relacionadas com
futebol. Em entrevista a ‘A Bola’, este ‘Dragão de Ouro’ falou sobre o
seu orçamento de 15 milhões de euros de patrocínios ao Benfica,
Sporting e Porto e propôs a criação de uma Liga Ibérica. Poucas semanas
depois, anunciou o apoio da PT ao Boavista – clube condenado por
corrupção desportiva pela Liga de Clubes. Já este ano, Rui Pedro Soares
‘reapareceu’ como interlocutor do Sporting ao adiantar parte dos 15
milhões de euros que os ‘leões’ gastaram em jogadores no mercado de
Inverno – a título de renovação do contrato de patrocínio e da criação
de um novo canal de televisão semelhante ao Benfica TV.
O miúdo terrível
Rui
Pedro Soares contratou logo em 2006 o seu amigo Paulo Penedos para
assessorá-lo na Comissão Executiva. O filho de José Penedos (presidente
da REN, obrigado a demitir-se uma vez constituído arguido no ‘Face
Oculta’) tem muito mais notoriedade do que Rui Pedro, fruto das suas
vistosas (e derrotadas) candidaturas à Câmara de Vila Nova de Poiares e
a secretário-geral do PS. Na primeira mostrou-se num Ferrari vermelho,
enquanto na segunda (em 2002) foi rival de Ferro Rodrigues.
a PT SGPS informa o mercado dos nomes dos novos administradores
propostos pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Banco Espírito Santo
para o triénio 2006/2008. É a primeira lista no novo ciclo político
iniciado por José Sócrates em Março de 2005 e a nomeação de Henrique
Granadeiro para presidente da Comissão Executiva reflecte isso mesmo.
Mas há uma nova cara no órgão máximo do grupo que surpreende totalmente
o mercado: Rui Pedro Soares. «Quem?» – perguntaram os especialistas e os quadros superiores da PT.
Natural
do Porto, Rui Pedro Barroso Soares licenciou-se em Gestão de Marketing
pelo Instituto Português de Administração de Marketing. Mas foi na
Juventude Socialista (JS) liderada por Sérgio Sousa Pinto que conheceu
dois homens fulcrais para o seu futuro: Marcos Perestrello e Paulo
Penedos.
Em 2000, após dois anos em Estrasburgo como
assessor dos eurodeputados do PS), uma candidatura falhada a sucessor
de Sousa Pinto na JS e uma passagem pelo departamento de marketing do
Banco Cetelem (crédito por telefone), Rui Pedro Soares tenta cair sem
sucesso nas boas graças de João Soares – então presidente da Câmara de
Lisboa. Com a vitória de Santana em 2001, subiu a vereador do PS sem
pelouro.
Em 2004, além de colaborar com o Gabinete
de Estudos do PS dirigido por Luís Nazaré, o seu amigo Marcos
Perestrello (hoje secretário de Estado da Defesa) começa a introduzi-lo
no inner circle do então mais forte candidato à sucessão de Ferro
Rodrigues: José Sócrates.
O primeiro trabalho como
‘socrático’ foi coordenar a elaboração do site do candidato a
secretário-geral do PS. Saiu-se bem e começou a ganhar a confiança de
Sócrates, com o apoio de Perestrello. Este, ganha dimensão política
como secretário nacional para a Organização e, após a obtenção da
maioria absoluta em 2005, convence Sócrates de que Rui Pedro pode ser o
novo homem forte do PS na PT. O primeiro-ministro concorda e indica o
seu nome a Ricardo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo.
O
problema da falta de currículo foi um pormenor facilmente contornável
com a ajuda da maioria absoluta conquistada nas urnas. Rui Pedro passa
logo em 2005 para o lugar de assessor da Comissão Executiva da PT
Multimédia para os sectores de Business Inteligence, Imobiliário e
Segurança (áreas até então desconhecidas do seu currículo).
Em
Abril de 2006, Soares toma posse com 32 anos como administrador
executivo da holding do Grupo PT, com um salário anual de 2,5 milhões
de euros – meses mais tarde renova o seu mandato como dirigente da
Comissão Nacional do PS no Congresso de Santarém. Ficou com os
importantes pelouros das relações com as Regiões Autónomas e as
autarquias, do Imobiliário e do Marketing e Publicidade – além de ter
sido nomeado administrador executivo da PT Compras, onde coordenou as
compras centralizadas do grupo. No caso da publicidade, passou a ter
uma palavra decisiva sobre a escolha dos media onde a PT (o mais
importante anunciante do mercado português) coloca publicidade. Mas o
Imobiliário (a PT tem um património avaliado em 400 milhões de euros)
não foi menos importante. Desde 2006 que a PT iniciou um processo de
alienação de prédios, prevendo-se uma receita antes da crise no sector
na ordem dos 100 milhões de euros.
Rui Pedro Soares
ganhou notoriedade na comunicação social com polémicas relacionadas com
futebol. Em entrevista a ‘A Bola’, este ‘Dragão de Ouro’ falou sobre o
seu orçamento de 15 milhões de euros de patrocínios ao Benfica,
Sporting e Porto e propôs a criação de uma Liga Ibérica. Poucas semanas
depois, anunciou o apoio da PT ao Boavista – clube condenado por
corrupção desportiva pela Liga de Clubes. Já este ano, Rui Pedro Soares
‘reapareceu’ como interlocutor do Sporting ao adiantar parte dos 15
milhões de euros que os ‘leões’ gastaram em jogadores no mercado de
Inverno – a título de renovação do contrato de patrocínio e da criação
de um novo canal de televisão semelhante ao Benfica TV.
O miúdo terrível
Rui
Pedro Soares contratou logo em 2006 o seu amigo Paulo Penedos para
assessorá-lo na Comissão Executiva. O filho de José Penedos (presidente
da REN, obrigado a demitir-se uma vez constituído arguido no ‘Face
Oculta’) tem muito mais notoriedade do que Rui Pedro, fruto das suas
vistosas (e derrotadas) candidaturas à Câmara de Vila Nova de Poiares e
a secretário-geral do PS. Na primeira mostrou-se num Ferrari vermelho,
enquanto na segunda (em 2002) foi rival de Ferro Rodrigues.