Eriksson não duvida: "Benfica será campeão e regressará aos velhos
tempos"
Que faz o Benfica de Jesus? Lidera a
Liga portuguesa, avança para os quartos-de-final da Liga Europa
e já conquistou um troféu - e fá-lo com números, em 103 golos, mais
três do que o Barcelona, 11 à frente do Real
Madrid; e em estilo, controlando rivais históricos. E que faz o
benfiquista com Jesus? Lidera as conversas de café,
avança confiante para os jogos e já (re)conquistou a auto-estima - e
fá-lo com números, em recordes de bilheteiras; e em estilo, com festas
no Marquês depois da vitória na Taça da Liga,
frente ao FC Porto. E o Benfica de Jesus
começa a fazer lembrar outro Benfica, de outros
tempos; e os benfiquistas de Jesus começam a lembrar-se de outro Benfica,
de outros tempos. É um ciclo. "Esta vitória é o começo de um novo ciclo
do futebol português", disse Vieira no Algarve.
Será? Jesus diz que não, que o que é preciso é dar um
passo de cada vez, ir jogo a jogo. O homem é experiente e sabe que nada
está ganho antes de ganhar; e sabe que um ciclo são três anos, e ele
quer dar o salto lá para fora antes de completar um. Não faltam elogios
para Jorge Jesus.
Eriksson, viu a final da
Taça da Liga no Algarve. Este Benfica surpreendeu-o?
Vi o
jogo mas saí antes do terceiro golo para não apanhar a confusão. Quem é
que o marcou mesmo?
Foi o Cardozo, mesmo a acabar.
Ah,
muito bom jogador. Mas, respondendo à pergunta, não fiquei surpreendido
de forma alguma. Já andava a seguir este Benfica e ele foi claramente
superior ao FC Porto. É uma equipa com grandes jogadores, como o
Saviola, o Javi García, o Ramires, o Cardozo, claro, e os centrais. Não
se pode comparar com o meu tempo, porque, lá está, os tempos são outros.
Mas este Benfica será campeão e regressará aos velhos tempos, com
fulgor europeu. O Liverpool será um bom teste mas acho que tem condições
para passar.
Conhecia Jorge Jesus?
Não é do meu
tempo. Devo dizer-lhe que se nota que há trabalho dele, mas também dos
jogadores. A ver se os mantêm.
E O MERCADO? Será
difícil manter os melhores jogadores encarnados na Luz
- o Benfica venderá para equilibrar contas - pelo que
só o futuro dirá se este Benfica de Jesus
ficará nas escrituras como o de Guttman (anos 60), Hagan
(70) ou Eriksson (80). As antigas glórias pedem
consistência e consolidação para um projecto. "Não basta ganhar um ano. É
preciso haver continuidade para se ficar na história", diz Simões,
antigo extremo das águias. Nené, o goleador dos
calções limpinhos, é da mesma opinião: "Não se podem comparar. É claro
que há aqui muito valor, o Benfica tem jogadores que deixam tudo em
campo. Faz lembrar outros tempos. Vamos ver o futuro." Quanto mais nos
aproximamos do presente, menores as dúvidas. João Alves
é assertivo: "Este Benfica atropela os adversários
como o meu e vai ficar para a história." Assim o queira Jesus?
"O mérito é dele", diz, tranquilamente, como quem calça umas luvas
pretas.
tempos"
Que faz o Benfica de Jesus? Lidera a
Liga portuguesa, avança para os quartos-de-final da Liga Europa
e já conquistou um troféu - e fá-lo com números, em 103 golos, mais
três do que o Barcelona, 11 à frente do Real
Madrid; e em estilo, controlando rivais históricos. E que faz o
benfiquista com Jesus? Lidera as conversas de café,
avança confiante para os jogos e já (re)conquistou a auto-estima - e
fá-lo com números, em recordes de bilheteiras; e em estilo, com festas
no Marquês depois da vitória na Taça da Liga,
frente ao FC Porto. E o Benfica de Jesus
começa a fazer lembrar outro Benfica, de outros
tempos; e os benfiquistas de Jesus começam a lembrar-se de outro Benfica,
de outros tempos. É um ciclo. "Esta vitória é o começo de um novo ciclo
do futebol português", disse Vieira no Algarve.
Será? Jesus diz que não, que o que é preciso é dar um
passo de cada vez, ir jogo a jogo. O homem é experiente e sabe que nada
está ganho antes de ganhar; e sabe que um ciclo são três anos, e ele
quer dar o salto lá para fora antes de completar um. Não faltam elogios
para Jorge Jesus.
Eriksson, viu a final da
Taça da Liga no Algarve. Este Benfica surpreendeu-o?
Vi o
jogo mas saí antes do terceiro golo para não apanhar a confusão. Quem é
que o marcou mesmo?
Foi o Cardozo, mesmo a acabar.
Ah,
muito bom jogador. Mas, respondendo à pergunta, não fiquei surpreendido
de forma alguma. Já andava a seguir este Benfica e ele foi claramente
superior ao FC Porto. É uma equipa com grandes jogadores, como o
Saviola, o Javi García, o Ramires, o Cardozo, claro, e os centrais. Não
se pode comparar com o meu tempo, porque, lá está, os tempos são outros.
Mas este Benfica será campeão e regressará aos velhos tempos, com
fulgor europeu. O Liverpool será um bom teste mas acho que tem condições
para passar.
Conhecia Jorge Jesus?
Não é do meu
tempo. Devo dizer-lhe que se nota que há trabalho dele, mas também dos
jogadores. A ver se os mantêm.
E O MERCADO? Será
difícil manter os melhores jogadores encarnados na Luz
- o Benfica venderá para equilibrar contas - pelo que
só o futuro dirá se este Benfica de Jesus
ficará nas escrituras como o de Guttman (anos 60), Hagan
(70) ou Eriksson (80). As antigas glórias pedem
consistência e consolidação para um projecto. "Não basta ganhar um ano. É
preciso haver continuidade para se ficar na história", diz Simões,
antigo extremo das águias. Nené, o goleador dos
calções limpinhos, é da mesma opinião: "Não se podem comparar. É claro
que há aqui muito valor, o Benfica tem jogadores que deixam tudo em
campo. Faz lembrar outros tempos. Vamos ver o futuro." Quanto mais nos
aproximamos do presente, menores as dúvidas. João Alves
é assertivo: "Este Benfica atropela os adversários
como o meu e vai ficar para a história." Assim o queira Jesus?
"O mérito é dele", diz, tranquilamente, como quem calça umas luvas
pretas.