Manolo Vidal, director do futebol no
último campeonato, defendeu que "deviam dar uma nova oportunidade a Carvalhal";
Luís Duque, presidente da SAD
no título de 2000, destacou que "o mal é a falta de liderança e
competência de quem manda"; Inácio, derradeiro técnico
português campeão, realçou que nunca vira "um treinador chegar sem
apresentação oficial, algo que marcou o desfecho de Carvalhal,
apesar do bom trabalho"; Yannick disse que esperava
que Carvalhal ficasse. Até Dias da Cunha,
que sempre defendeu Bettencourt, admitiu estar
constrangido porque "o actual treinador é um exemplo de honestidade e
respeito pelo Sporting que merecia ser tratado com mais
dignidade". E, já antes, Paulo Sérgio,
o sucessor, se mostrara solidário: "Passadas algumas semanas, conseguiu
impor o seu modelo. Quiseram logo julgar o Carvalhal mas o tempo
mostrou que estavam errados." Em seis meses, e mesmo sem grandes
resultados, Carvalhal reuniu consenso entre passado, presente e futuro
dos lisboetas. Mas isso não impede que o caminho de saída seja igual ao
da entrada: pela porta dos fundos.
Domingo, o filme que se viu no
Sporting-Rio Ave (teve remake com o V. Setúbal) vai
repetir-se: a bancada central de pé a aplaudir Carvalhal enquanto o
técnico se encaminha para o banco (pela última vez em Alvalade),
ouvindo-se ainda palmas, embora menos entusiastas, nos topos. Caso não
vençam a Naval e o Leixões, os leões
correm o risco de cumprir o pior campeonato dos últimos 40 anos.
Troféus, zero. Mas é perceptível que o treinador que não teve
apresentação oficial sai como vítima e não como culpado. E tornou-se
quase num mártir (aqui, por influência do próprio discurso).
FILME
A chegada provocou uma onda de críticas. Além de não ter sido a
primeira escolha - Villas-Boas falhou e os
estrangeiros eram demasiado caros -, poucos lhe reconheciam valor.
Alheio a isso, disparou: "Não fui escolhido pelos meus lindos olhos.
Tenho tarimba!" Antes já prometera, no site oficial, "acordar os sócios,
porque a força do Sporting são os adeptos". Mas os resultados não
ajudaram a inverter a tendência negativa com Paulo Bento,
até porque se sucediam os problemas internos: saída de Sá Pinto
após confronto com Liedson; discursos pouco optimistas a propósito da
continuidade; negociações com outros técnicos; choque Izmailov-Costinha...
A ponto de, como o i anunciou na altura, haver um acordo com
Villas-Boas para 2010-11 que podia ser antecipado, caso os leões fossem
eliminados pelo Everton (Bettencourt chamou-lhe "plano
de contingência"), já que todas as outras provas tinham acabado.
Carvalhal,
que até foi bem recebido pelo grupo em Novembro, mas foi perdendo
influência com o tempo, assinou por sete meses mas nunca pressionou a
SAD para renovar. Nem nos ciclos vitoriosos nem nos períodos sem
triunfos. Na altura das conversas com Villas-Boas, mostrou desagrado a
pessoas próximas mas continuou a trabalhar como se nada fosse. No
anúncio de Paulo Sérgio, o clube destacou "o profissionalismo do
treinador". "Espero que o meu trabalho seja recompensado porque criei
uma base sólida para lutarmos pelo título em 2011", disse em Março. "Só
eu sei a pedra que tive de partir", comentou em Abril. "Espero um dia
voltar ao Sporting", continuará a pensar em Maio. Mas o futuro vai
passar pelo estrangeiro (tem-se falado muito do Celtic,
da Escócia, e do Kavala, da Grécia), onde vai sempre
entrar pela porta da frente.
último campeonato, defendeu que "deviam dar uma nova oportunidade a Carvalhal";
Luís Duque, presidente da SAD
no título de 2000, destacou que "o mal é a falta de liderança e
competência de quem manda"; Inácio, derradeiro técnico
português campeão, realçou que nunca vira "um treinador chegar sem
apresentação oficial, algo que marcou o desfecho de Carvalhal,
apesar do bom trabalho"; Yannick disse que esperava
que Carvalhal ficasse. Até Dias da Cunha,
que sempre defendeu Bettencourt, admitiu estar
constrangido porque "o actual treinador é um exemplo de honestidade e
respeito pelo Sporting que merecia ser tratado com mais
dignidade". E, já antes, Paulo Sérgio,
o sucessor, se mostrara solidário: "Passadas algumas semanas, conseguiu
impor o seu modelo. Quiseram logo julgar o Carvalhal mas o tempo
mostrou que estavam errados." Em seis meses, e mesmo sem grandes
resultados, Carvalhal reuniu consenso entre passado, presente e futuro
dos lisboetas. Mas isso não impede que o caminho de saída seja igual ao
da entrada: pela porta dos fundos.
Domingo, o filme que se viu no
Sporting-Rio Ave (teve remake com o V. Setúbal) vai
repetir-se: a bancada central de pé a aplaudir Carvalhal enquanto o
técnico se encaminha para o banco (pela última vez em Alvalade),
ouvindo-se ainda palmas, embora menos entusiastas, nos topos. Caso não
vençam a Naval e o Leixões, os leões
correm o risco de cumprir o pior campeonato dos últimos 40 anos.
Troféus, zero. Mas é perceptível que o treinador que não teve
apresentação oficial sai como vítima e não como culpado. E tornou-se
quase num mártir (aqui, por influência do próprio discurso).
FILME
A chegada provocou uma onda de críticas. Além de não ter sido a
primeira escolha - Villas-Boas falhou e os
estrangeiros eram demasiado caros -, poucos lhe reconheciam valor.
Alheio a isso, disparou: "Não fui escolhido pelos meus lindos olhos.
Tenho tarimba!" Antes já prometera, no site oficial, "acordar os sócios,
porque a força do Sporting são os adeptos". Mas os resultados não
ajudaram a inverter a tendência negativa com Paulo Bento,
até porque se sucediam os problemas internos: saída de Sá Pinto
após confronto com Liedson; discursos pouco optimistas a propósito da
continuidade; negociações com outros técnicos; choque Izmailov-Costinha...
A ponto de, como o i anunciou na altura, haver um acordo com
Villas-Boas para 2010-11 que podia ser antecipado, caso os leões fossem
eliminados pelo Everton (Bettencourt chamou-lhe "plano
de contingência"), já que todas as outras provas tinham acabado.
Carvalhal,
que até foi bem recebido pelo grupo em Novembro, mas foi perdendo
influência com o tempo, assinou por sete meses mas nunca pressionou a
SAD para renovar. Nem nos ciclos vitoriosos nem nos períodos sem
triunfos. Na altura das conversas com Villas-Boas, mostrou desagrado a
pessoas próximas mas continuou a trabalhar como se nada fosse. No
anúncio de Paulo Sérgio, o clube destacou "o profissionalismo do
treinador". "Espero que o meu trabalho seja recompensado porque criei
uma base sólida para lutarmos pelo título em 2011", disse em Março. "Só
eu sei a pedra que tive de partir", comentou em Abril. "Espero um dia
voltar ao Sporting", continuará a pensar em Maio. Mas o futuro vai
passar pelo estrangeiro (tem-se falado muito do Celtic,
da Escócia, e do Kavala, da Grécia), onde vai sempre
entrar pela porta da frente.