O Tribunal de O JOGO

Bruno Alves no fio da navalha.





A maioria dos membros do Tribunal de O JOGO (Rosa Santos e
António Rola) entende que a participação de Bruno
Alves na final de ontem deveria ter terminado ao minuto 55'. Já
Jorge Coroado, mesmo sem "punir" o central por esse lance, assume
também que o internacional português "exagerou" nas faltas
ao longo do jogo. Também sem unanimidade, mas por maioria, o
Tribunal diz que Raul Meireles devia ter sido expulso aos 60'.





Momento mais complicado




55' Bruno Alves tenta pontapear Kardec? Se sim, justificava-se punição
disciplinar?





Jorge Coroado



+

Não houve tentativa, porque também não houve
fuga de Kardec. Houve, sim, um gesto indiciador de uma
intenção não concretizada, por isso não
punível disciplinarmente.


Rosa Santos



-

Se fosse eu, mostrava cartão amarelo. Não é uma
agressão, mas sim uma garotice de Bruno Alves. Aliás,
ficaram-lhe mal algumas situações, ainda para mais sendo
capitão. Se lhe fosse mostrado aqui amarelo, seria o segundo e
era expulsão.


António Rola



-

As Leis do Jogo referem duas hipóteses: o acto consumado ou a
tentativa de concretizar o acto. Neste caso, o árbitro tinha
base legal para exibir cartão vermelho ao jogador do FC Porto
por tentativa de agressão ao adversário.





Outros casos



9' No lance do 1-0, Airton comete alguma falta sobre Rúben Micael no
meio-campo?

11' É bem exibido o cartão amarelo a Miguel Lopes na disputa com o
guarda-redes Quim?

41' Na falta cometida por Fernando sobre Aimar, faltou admoestar o médio
do FC Porto?

45'+1' Justifica-se o cartão amarelo mostrado, no mesmo lance, a Bruno
Alves e Aimar?

60' No lance entre Raul Meireles e Kardec, ficou por mostrar algum
cartão?



Jorge Coroado



+

Não houve qualquer infracção de Airton sobre
Rúben Micael. O contacto é perfeitamente normal e o
jogador do FC Porto apenas se desequilibrou e caiu.
-

Foi completamente exagerada a mostragem do amarelo. Atendendo
à velocidade de Miguel Lopes e Quim, o contacto era
inevitável e não foi feito de forma perigosa.

-

Fernando foi objectivo na forma como derrubou Aimar. Foi deliberado
na acção e justificava-se a mostragem de amarelo, o que
não aconteceu.

+

O amarelo para ambos foi uma decisão salomónica. Bruno
Alves fez mais que justificar o amarelo não só neste
lance como nos 90'. Contudo, na circunstância, aceita-se a
decisão.

+

Raul Meireles fez um gesto pouco simpático e, em abono da
verdade, foi Kardec quem fez falta primeiro, pr endendo a bola nas
pernas e fazendo jogo perigoso passivo. A TV é que potenciou a
situação.


Rosa Santos



-

Neste lance, entendo que há uma falta sobre Ruben Micael.

+

É uma entrada intempestiva, embora sem violência ou
intenção e aproveitada pelo jogador Benfica. O
árbitro não prosseguiu foi neste critério.

+

É uma jogada onde há apenas uma falta e nenhuma
situação que justifique o amarelo. Aliás, houve
outras entradas piores.

+

É uma jogada controversa, onde Bruno Alves é
intempestivo e, depois, Aimar tenta puxar-lhe o cabelo e
gozá-lo. Bem o árbitro a ser salomónico para
evitar males maiores.
-

Ficou por mostrar cartão, pois Kardec já tinha passado pelo adversário e
foi rasteirado.


António Rola



+

Não houve qualquer falta cometida sobre o jogador do FC Porto. Bem o
árbitro ao nada considerar.

+

Miguel Lopes entrou de forma imprudente sobre o guarda-redes do
Benfica. Justifica-se a exibição de amarelo ao jogador do
FC Porto.

-

Aimar foi derrubado e impedido de prosseguir uma jogada de perigo
para baliza adversária. Justificava-se, além da
marcação da falta técnica, a
exibição de amarelo a Fernando.

-

Bruno Alves entrou de forma perigosa sobre Aimar e, com este no
chão, ainda tentou tirar desforço do mesmo.
Justificava-se exibição do amarelo somente a Bruno Alves,
visto que Aimar nada fez.
-

Raul Meireles puxou Kardec, motivo para falta. E quando o jogador do
Benfica estava no chão, pisou-o ostensivamente. O árbitro
devia ter exibido vermelho a Raul Meireles.




Apreciação global





Jorge Coroado



Em termos disciplinares, podia ter sido mais rigoroso e evidenciar
melhor autoridade. Bruno Alves exagerou em todos os capítulos e
o árbitro não teve personalidade para o castigar.

Rosa Santos



Tanto técnica como disciplinarmente, o árbitro
não esteve bem. Não é por se querer fazer
árbitros profissionais rapidamente que a arbitragem vai mudar.


António Rola



Jorge Sousa é, para mim, o melhor árbitro
português, mas entrou muito nervoso no jogo e revelou alguma
falta de autoridade, o que não se aconselha a um árbitro
com o seu estatuto.





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